segunda-feira, 5 de março de 2012

Gentileza contra o mal


Nestes dias em que passamos a ter medo de sair caminhando pelas ruas, medo de cruzar com desconhecidos, medo de responder a uma simples pergunta de outro motorista no trânsito, um exemplo a ser seguido se destaca:

Estava em uma rua movimentada de São Paulo, quando notei um homem mal-encarado vindo na minha direção.

Não sabia o que fazer, pois não dava tempo de desviar, de fugir, de mais nada. Então, fiz algo que surpreendeu até a mim mesmo.

Assim que ele se aproximou, estendi a mão, como se o conhecesse: "E aí, cara, está perdido por aqui?"

Ele se assustou, mas puxei assunto. O rapaz contou que havia saído da prisão e precisava de dinheiro para visitar a família.

Conversando, caminhamos uns vinte minutos. Perto do hotel em que eu estava hospedado, tirei a carteira e disse: "Esqueça o que passou. Sua vida começa agora. Dou cinquenta reais para você visitar sua família."

Ele viu que eu tinha mais dinheiro, mas não me ameaçou. Ao contrário, com os olhos cheios d´água, falou:

"Posso lhe dar um abraço? Nunca ninguém conversou comigo assim. Esse papo ajudou a tirar ideias erradas da minha cabeça."

A lição foi grande para mim também.

* * *

Um simples gesto de gentileza tem um poder que não podemos imaginar.

Uma gentileza sincera é um gesto de amor, e não há mal no mundo que resista ao carinho, à fraternidade.

Pessoas como essa da narrativa, que faliram em determinado momento da existência e tentam se reerguer, são muitas neste mundo.

Infelizmente são numerosas as forças e influências que as desejam manter no lodo. Porém, uma pequena ação altruísta, corajosa, pode mudar esse rumo desastroso.

As ideias erradas da cabeça precisam ser substituídas pelas novas chances, pelos braços abertos dos irmãos de existência a dizer, amorosos: Vamos em frente! Estamos com você! Bola pra frente!

Todos erramos e temos direito de querer acertar novamente. Deus nos dá esta chance a cada reencarnação. Então, por que não damos novas oportunidades aos irmãos de vida na Terra?

O ódio no coração, carregado por muitos, durante tanto tempo, não consegue ser simplesmente arrancado. Ele somente pode ser substituído pelas ideias saudáveis, pelo amor, pela compreensão.

Figuremos um jarro com água turva. Para limpá-lo, basta que durante algum tempo, joguemos dentro dele água límpida sem cessar. O jarro transborda e a água lamacenta vai sendo trocada pela água clara.

É assim com nossos pensamentos. É assim com os nossos sentimentos.

Dessa forma, procuremos, sempre que possível, estender as mãos aos irmãos em desalento, sem medo, sem preconceitos.

Não nos preocupemos em demasia com nossa segurança. O amor é nosso escudo, nossa proteção.

No serviço do bem, contamos com outros que servem conosco, formando equipe segura e poderosa atuando no mundo em crescimento.

Não tenhamos medo. O amor está conosco.


Redação do Momento Espírita com base no cap. 13, do livro
Viver e amar, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia
de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 16.02.2012.

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