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domingo, 7 de maio de 2017

7 de maio de 1955 - Artigo do Jornal “ O Repórter “

Artigo publicado no Jornal "O Reporter" em 7 de maio de 1955.
Achei interessante publicar...

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Mensagem de Jânio, sobre o dia das Mães. O sr. Jânio Quadros, governador de São Paulo, manifestou-se sobre as homenagens que no domingo, 8 de maio serão prestadas à figura máxima do lar: a Mãe. Apoiando a campanha que os “ Diários Associados “ vem desenvolvendo no sentido de transformar essa data na segunda grande festa do ano, da mesma importância do Natal, lançou o governador de São Paulo uma mensagem breve e inspirada, que a seguir transcrevemos:


“ No “Dia das Mães” volta-se o nosso pensamento aquela que, pecadora, alcança a santidade; humilde, ascende ao trono inabalável; perecível, faz-se eterna; aquela cuja mão é afago e o cuidado; cujo impulso é a bondade e o altruísmo; é a angustia da lágrima furtiva; é a esperança do sorriso ingênuo; e o templo das gerações futuras; é a gloriosa matriz do Deus imortalizado.
Pequeninos e inseguros; justos e penitentes, ajoelhamo-nos. Todos, a augusta presença materna que viva ou na saudade, agasalhar-nos-á no seu regaço!"

Jânio Quadros

quinta-feira, 28 de julho de 2016

28 de Julho de 1929 - Nascimento de Jacqueline Kennedy Onassis


Jacqueline Lee "Jackie" Bouvier Kennedy Onassis (Southampton, 28 de julho de 1929 — Manhattan, 19 de maio de 1994)[1] foi a esposa do 35.º presidente dos Estados Unidos John F. Kennedy e, portanto, foi primeira-dama dos Estados Unidos de 1961 a 1963, quando ele foi assassinado. Cinco anos depois, casou-se com o magnata grego Aristóteles Onassis; continuaram casados até à morte deste. Nas últimas duas décadas de sua vida, Jacqueline Kennedy Onassis teve uma carreira de sucesso como editora de livros. É lembrada por suas contribuições para a arte e preservação da arquitetura histórica, seu estilo, elegância, e graça. Um ícone da moda, seu famoso terno rosa da Chanel tornou-se um símbolo do assassinato de seu marido e uma das últimas imagens da década de 1960.

Vida familiar, família e educação

Jacqueline Lee Bouvier nasceu no condado de Suffolk, na ilha de Long Island, litoral do estado de Nova Iorque. Era a filha mais velha de John Vernou Bouvier III (1891–1957), um corretor da Wall Street, e de Janet Norton Lee Bouvier Auchincloss Morris (1907–1989). Jacqueline tinha ascendência irlandesa, escocesa e inglesa; sua ascendência francesa era distante, sendo seu último ancestral francês Michel Bouvier, um marceneiro baseado em Filadélfia que havia sido seu trisavô. Em Washington, DC, ela foi educada por pouco tempo em Holton-Arms School, uma escola preparatória e particular para meninas (ela mudou-se para Bethesda, Maryland, posteriormente). Em 1933 nasceu sua irmã Caroline Lee.

Seu pai, apelidado de Black Jack, era um corretor de ações na Bolsa com fama de playboy, cujos casos extraconjugais com várias mulheres causaram o divórcio entre ele e Janet quando Jackie ainda era uma menina. Black Jack permaneceu um homem divorciado, enquanto que Janet desposou, em 1942, Hugh D. Auchincloss, filho de Emma Jennings, filha do fundador da Standard Oil. Hugh era o rico herdeiro de uma companhia de produção, transporte, refino e venda de petróleo. Em 1979 Janet casou-se pela terceira vez com Bingham Morris.

Em sua infância aristocrática, Jacqueline tornou-se uma praticante de hipismo e desenvolveu grande entusiasmo por cavalos e competições. Essa paixão a acompanharia por toda sua vida, ganhando troféus e medalhas. Na fazenda Hammersmith, que pertencia ao seu padrasto, ela pôde apreciar melhor a equitação. Ela amava ler, pintar, escrever poemas e tinha uma relação bem mais fácil com seu pai do que com sua mãe.

Jackie teve educação excelente, iniciou seu ensino fundamental e médio na exclusiva The Chapin School (Manhattan, Nova York), e em Miss Porter's School (Farmington, Connecticut). Em Vassar College (Poughkeepsie), começou sua educação acadêmica e foi nomeada "debutante do ano" entre 1947 e 1948. No final da década de 40 realizou uma viagem de intercâmbio para Sorbonne, em Paris. Anos mais tarde, Jackie lembraria essa época como a mais feliz de sua vida. Quando retornou, decidiu não voltar a Vassar e transferiu-se para a Universidade George Washington, em Washington DC, onde fez graduação em Literatura francesa.

Em 1951 Jacqueline conseguiu seu primeiro emprego, trabalhando para o jornal Washington Times-Herald. Seu trabalho consistia em interrogar pessoas a respeito de temas polêmicos e escrever uma coluna. As perguntas e divertidas respostas então apareciam ao lado da fotografia dos entrevistados no jornal. Uma das matérias de Jacqueline para essa tarefa foi um jovem senador de Massachusetts: John F. Kennedy.


Casamento com Kennedy

Jacqueline estava comprometida com John Husted em dezembro de 1951. Entretanto, o relacionamento acabou em março de 1952 com um conselho da mãe de Jackie, que acreditava que Husted não era rico o bastante.

Em 10 de maio de 1952, Jacqueline conheceu o senador John F. Kennedy numa festa em Washington, realizada por um casal amigo de ambos: Martha e Charles Bartlett. John e Jackie só se reencontrariam nove meses depois em outra festa realizada pelos Bartlett. Kennedy convidou Jackie para saírem no fim de semana e foram a um parque de diversões em Georgetown. Depois de se reencontrarem, eles começaram um namoro, que terminou em noivado pouco tempo depois.

O anúncio do noivado do casal não agradou todos os membros da família Bouvier. De acordo com um artigo do Time Magazine, "[Jacqueline] me telefonou para contar a notícia" - explicou a irmã Black Jack, Maude Bouvier Davis - "mas ela disse, 'Você não pode dizer nada sobre isso porque o Saturday Evening Post vai trazer um artigo sobre Jack chamado "O Jovem Solteirão do Senado", e isso estragaria tudo".

Jacqueline Bouvier e John F. Kennedy casaram-se em 12 de setembro de 1953 em Newport (Rhode Island). Os vestidos da noiva e das damas-de-honra foram feitos por Ann Lowe, e a cerimônia, com duas mil pessoas, ocorreu na fazenda Hammersmith. Depois do casamento, eles retornaram a Washington DC. No entanto, John realizou duas operações para acabar com a dor nas costas proveniente de um machucado nos tempos de guerra. Com a recuperação da cirurgia, Jackie encorajou Kennedy a escrever Profiles in Courage, um livro que descreve os atos de bravura e de integridade por oito senadores dos Estados Unidos durante toda a história do Senado. A obra recebeu o prêmio Pulitzer por biografia em 1957.

Filhos

Depois de um aborto acidental em 1955, eles tiveram quatro filhos juntos: Arabella Kennedy (natimorta, 1956), Caroline Bouvier Kennedy (1957), John Fitzgerald Kennedy Jr (1960-1999) e Patrick Bouvier Kennedy (7 de agosto - 9 de agosto de 1963).

O casamento tinha seus problemas, resultantes dos casos amorosos de John F. Kennedy e de seus problemas de debilitação de saúde, os quais foram escondidos do público. Jacqueline passava muito tempo no começo de seu casamento redecorando a casa e comprando roupas. Eles passaram os primeiros anos de casamento numa residência no centro de Georgetown, Washington, mais especificamente na N Street.

A família Kennedy em 1962.

Jacqueline era muito amiga de seu sogro, Joseph P. Kennedy, e de seu cunhado, Robert "Bob" Kennedy. Contudo, ela não era uma mulher competitiva e esportista e definitivamente não pertencia à natureza abrasiva do clã dos Kennedy. Quieta e reservada, Jacqueline foi apelidada de "the deb" por suas cunhadas e sempre permaneceu relutante ao ser convidada para os tradicionais jogos da família. Uma vez, quebrou sua perna num jogo de basebol.


Primeira-dama dos Estados Unidos

Em janeiro de 1960 o senador John F. Kennedy anunciou sua candidatura à presidência dos Estados Unidos e começou a trabalhar longas horas e a viajar por todo o país. Poucas semanas antes da campanha de seu marido, Jacqueline soube que estava grávida, e os médicos a instruíram a ficar em casa. Mesmo assim, ela ajudou seu marido respondendo centenas de cartas de campanha, fazendo comerciais de televisão, dando entrevistas e escrevendo uma coluna semanal num jornal, Campaign Wife, distribuída em todo o país. Na eleição geral em 8 de novembro de 1960, John Kennedy minuciosamente venceu o republicano Richard Nixon e tornou-se o 35° Presidente dos Estados Unidos em 1961. Jackie tornou-se uma das mais jovens primeiras-damas da história. Ela teve um papel bastante ativo na campanha.

Como primeira-dama, ela foi forçada a entrar no foco público com tudo em sua vida sob esquadrinhamento. Jacqueline sabia que seus filhos estariam no olho público, contudo ela estava determinada a protegê-los da imprensa e a dá-los uma infância normal. Permitiu que poucas fotografias deles fossem tiradas, mas, enquanto estava fora, o presidente Kennedy deixava o fotógrafo da Casa Branca Cecil Stoughton tirar.

Devido à sua ascendência francesa, Jackie Kennedy sempre sentiu um laço entre ela e a França, reforçado pelo fato de ter estudado lá. Esse amor logo seria refletido em muitos aspectos de sua vida, como nos menus que ela preparava para os jantares de estado na Casa Branca e o bom gosto ao se vestir.

Jacqueline convidava artistas, escritores, cientistas, poetas e músicos para se mesclarem aos políticos, diplomatas e estadistas. Ela falava fluentemente francês, espanhol e italiano e tinha uma forte preferência por roupas francesas, que eram caras, mas temia que pensassem que fosse desleal a designers de moda norte-americana. Para seu "guarda-roupa de estado", Jackie escolhia o designer de Hollywood Oleg Cassini. Durante seus dias como primeira-dama, ela tornou-se um ícone da moda domestica e internacionalmente. Quando os Kennedy visitaram a França, ela impressionou Charles de Gaulle e o público com seu francês. Na conclusão da visita, a revista Time ficou encantada com a primeira-dama e escreveu: "Havia também aquele companheiro que veio com ela". Até mesmo o presidente John Kennedy brincou: "Eu sou o homem que acompanhou Jacqueline Kennedy a Paris - eu gostei muito!". Quando o presidente da União Soviética Nikita Khrushchov foi solicitado para apertar a mão do presidente dos Estados Unidos, o líder comunista disse: "Eu gostaria de apertar a mão dela primeiro".

Jacqueline Kennedy, na Casa Branca, em 1962.

Restauração da Casa Branca

O principal projeto de Jacqueline Kennedy foi a restauração da Casa Branca. Com a ajuda da decoradora Sister Parish, Jacqueline transformou os quartos destinados à família presidencial em quartos agradáveis e convenientes para vida em família e construiu uma cozinha e quartos para suas crianças. Ela estabeleceu um Comitê de Artes para supervisionar e financiar o processo de restauração e contratou o especialista em móveis norte-americano Henry du Pont e o designer de interiores francês Stephane Boudin para aconselhar o processo. Jackie criou um projeto de lei, aprovado pelo Congresso, que estabelecia que as mobílias da Casa Branca seriam propriedade da Instituição Smithsonian, para acabar com as reivindicações dos móveis de ex-presidentes. Ela escreveu pessoalmente cartas para pessoas que possuíam peças históricas, pedindo para que fossem doadas à Casa Branca. Em 14 de fevereiro de 1962, a Sra. Kennedy apresentou os resultados de seu trabalho à televisão norte-americana em um tour pela Casa Branca com o jornalista Charles Collingwood da CBS.
Tour na Índia e no Paquistão

Com a solicitação do embaixador norte-americano da Índia, John Kenneth Galbraith, a sra. Kennedy incumbiu-se de realizar uma viagem à Índia e ao Paquistão, levando sua irmã Caroline Lee Radziwill. Novamente Jacqueline mostrou que sabia ser uma primeira-dama competente não apenas pelo encanto de seu guarda-roupa mas também pelo seu intelecto. Em Lahore, o presidente Ayub Khan presenteou Jacqueline Kennedy com um cavalo, Sardar.


Elegância

A sra. Kennedy planejou numerosos eventos sociais que trouxeram o casal presidencial ao foco cultural da Nação. A apreciação pela arte, pela música e pela cultura marcou uma nova etapa na história norte-americana. A destreza de Jackie em entretenimento deu aos eventos da Casa Branca a reputação de serem mágicos. Por exemplo, ela orquestrou um jantar em Mount Vernon em honra ao presidente Ayub Khan, a quem o presidente Kennedy queria homenagear por seu papel na ajuda aos Estados Unidos numa recente crise. Ela baniu mesas longas no salão de jantar e proporcionou oito grandes mesas redondas. Jackie também é lembrada como uma boa companhia.

Inúmeras vezes foi vestida pela estilista venezuelana Carolina Herrera.

O assassinato de Kennedy

Depois da morte de Patrick Kennedy em agosto de 1963, Jackie manteve um comportamento discreto na Casa Branca. O presidente sugeriu que ela visitasse sua irmã na Europa como uma maneira de recuperar-se da morte de seu filho. Jackie passou considerável tempo relaxando na região do Mediterrâneo durante o outono. Ela e sua irmã foram convidadas para um cruzeiro no iate do magnata Aristóteles Onassis durante este período. Ela fez sua primeira aparição oficial em novembro, quando John Kennedy pediu que ela o acompanhasse ao Texas, com a finalidade de ajudá-lo a apaziguar os ânimos. No dia 22 de novembro de 1963, em Dallas, Jackie estava sentada ao lado de Kennedy na limousine quando ele foi alvejado e morto. O grande senso de história de Jacqueline veio a tona. Com força e altivez ela organizou cada detalhe do funeral do marido, o enterro no Cemitério Nacional de Arlington, e a flama eterna que ela acendeu no túmulo de seu finado marido. O tablóide britânico Evening Standard escreveu: "Jacqueline Kennedy deu ao povo americano uma coisa da qual eles sempre careceram: majestade."

Foi forçada a ficar longe do olhar público. Ela foi poupada da experiência penosa de aparecer no julgamento de Lee Harvey Oswald, que morreu em 24 de novembro de 1963 nas mãos de Jack Ruby, um dono de boate que matou Oswald enquanto o assassino estava em custódia da polícia. Jacqueline fez uma breve aparição em Washington em honra do agente de Serviço Secreto, Clint Hill, que bravamente pulou na limusine em Dallas para proteger a primeira-dama e o presidente.

Vida de viúva

Uma semana depois do assassinato de Kennedy, ela foi entrevistada por Theodore White da revista Life. Naquela entrevista, Jacqueline comparou os anos de John Kennedy na Casa Branca com o mítico Camelot do Rei Artur. "Agora ele é uma lenda, enquanto que ele queria ser um homem" - disse Jackie para White. Também salientou que John havia adorado o show musical dos Lerner and Loewe, que estava estreando na Broadway.

A coragem de Jacqueline Kennedy perante o assassinato e o funeral do marido trouxe admiração de muitos em todo o mundo, e muitos norte-americanos lembram-se de sua coragem e dignidade naqueles quatro dias de novembro de 1963. Jacqueline e seus dois filhos continuaram na Casa Branca ainda por duas semanas, preparando-se para a mudança. Depois de viverem em Georgetown, Washington por algum tempo, Jackie decidiu comprar um apartamento luxuoso de 15 cômodos na Fifth Avenue em Nova York, com a esperança de ter mais privacidade. Durante esse tempo, sua filha Caroline contou aos seus professores de escola que sua mãe chorava com freqüência.

Jacqueline perpetuou a memória do marido visitando seu túmulo em datas significativas e comparecendo a dedicações memoriais, como ao batizado do porta-avião da Marinha USS John F. Kennedy, em Virgínia (1967) e a um serviço memorial em Hyannis, Massachusetts. Em maio de 1965, Jacqueline Kennedy e a Rainha Elizabeth II dedicaram-se ao serviço memorial oficial do presidente Kennedy, ocorrido em Runnymede, Inglaterra.

Os planos para o estabelecimento da Biblioteca John F. Kennedy, onde ficariam guardados os papéis oficiais da administração Kennedy, foram supervisionados por ela. O plano original era construir a biblioteca de Cambridge próxima da Universidade de Harvard, mas por várias razões esse plano se tornou problemático. A biblioteca, projetada por Ieoh Ming Pei, possui um museu e foi dedicada em Boston em 1979 pelo presidente Jimmy Carter, dezesseis anos depois do assassinato de Kennedy. Os governos de muitas nações doaram dinheiro para erguer a biblioteca.


Casamento com Onassis

Em 20 de outubro de 1968, Jacqueline Kennedy casou-se com Aristóteles Onassis, um magnata grego, em Skorpios, Grécia. Quatro meses e meio antes, seu cunhado, o senador Bob Kennedy, fora assassinado em Los Angeles. Naquele momento, Jacqueline acreditava que ela e seus filhos haviam se tornado "alvos" e que deveriam deixar os Estados Unidos. O casamento com Onassis parecia fazer sentido: ele tinha dinheiro e poder para garantir a proteção que ela quisesse, enquanto que ela tinha o status social que ele almejava. Aristóteles Onassis havia terminado seu romance com a diva da ópera Maria Callas para desposar Jackie, que desistiu da proteção que, como viúva de um presidente, recebia do Serviço Secreto.

Por um tempo, o casamento arranhou a reputação de Jackie, pois para muitos ela abandonara a imagem de "eterna viúva presidencial". Entretanto, outros entenderam este casamento como o símbolo da "mulher norte-americana moderna", que lutava por seus interesses financeiros e por proteger sua família. O casamento inicialmente pareceu ser bem-sucedido, mas o estresse logo se tornou aparente. O casal raramente passava tempo junto. Embora Onassis tenha tido uma boa relação com seus enteados Caroline e John, Jr. (o filho de Aristóteles, Alexander, incentivou John a pilotar aviões; ironicamente, ambos morreram em acidentes aéreos), porém Jacqueline não se dava com sua enteada Christina Onassis, que passava a maior parte de seu tempo viajando e fazendo compras.

Onassis estava planejando se divorciar de Jacqueline quando morreu em 15 de março de 1975; Jacqueline estava com seus filhos em Nova York. Sua herança havia sido substancialmente diminuída por causa de um acordo pré-nupcial e por uma legislação que Onassis fez o governo grego aprovar, a qual limitava a fortuna que uma esposa não-grega e sobrevivente poderia herdar. Jacqueline entretanto negociou com Christina que acabou concordando em dar a Jackie algo em torno de 26 milhões de dólares, em troca de que ela abrisse mão de qualquer reivindicação do Império Onassis.


Invasão de privacidade

Quando um paparazzo fotografou Jackie Onassis nua numa ilha grega, Larry Flynt da revista Hustler comprou as fotos e as publicou em agosto de 1975, provocando um embaraço para Jackie e para a família Kennedy e um total entretenimento para Rose Elizabeth Fitzgerald Kennedy, a mãe de John Kennedy. As fotos eram um tanto obscuras, mas mostravam claramente os seios, as nádegas e os pêlos púbicos de Jackie. A descrição do pêlo púbico foi chocante. A partir dali, a mídia informalmente a chamaria de Jackie O. A mídia americana vem chamando a atual primeira dama Michele Obama de "Michele O" em referência às semelhanças de elegância e bom gosto que esta última possui em comum com Jacqueline.

Túmulo de Jacqueline Bouvier Kennedy Onassis no Cemitério Nacional de Arlington, ao lado da tumba do presidente John F. Kennedy.

Anos finais e morte

Com a morte de Onassis em 1975, Jacqueline ficou viúva pela segunda vez e, com o amadurecimento de seus filhos, Jackie pôde voltar a trabalhar e aceitou um emprego como editora na casa editora Doubleday, porque sempre havia gostado de literatura e de escrever. No fim dos anos 70 até seus últimos momentos, o industrial e mercador de diamantes Maurice Tempelsman, um belga que vivia separado de sua esposa, foi seu companheiro. Ela normalmente corria e fazia ginástica perto do Central Park. Em janeiro de 1994, Jacqueline foi diagnosticada com câncer linfático. Seu diagnóstico veio ao público em fevereiro. A família estava inicialmente otimista, e Jackie parou de fumar com a insistência de sua filha, mas continuou a trabalhar. Em abril de 1994, o câncer avançou, e ela saiu do hospital Cornell e foi para sua casa em 18 de maio do mesmo ano. Muitos simpatizantes, turistas e repórteres ficaram na rua de seu apartamento na 1040 Fifth Avenue, e ela morreu durante seu sono às 10:15 da manhã numa quinta-feira, em 19 de maio, aos 64 anos.

terça-feira, 12 de julho de 2016

Heroína


Heroína – substantivo. Feminino de herói. Quer dizer: pessoa extraordinária por seus feitos guerreiros, seu valor ou sua magnanimidade.
O Brasil tem suas heroínas. Algumas que se destacaram por sua coragem de perseguir seus próprios sonhos, vencendo num mundo de homens.
Guerreiras outras, como a catarinense Anita Garibaldi, que viveu no século XIX. Durante a Revolução Farroupilha, no então Estado de São Pedro do Rio Grande do Sul, ela se uniu a Giuseppe Garibaldi, que a introduziu na revolução.
Lutou no Brasil. Depois, lutou pela unificação e libertação da Itália, morrendo antes de completar trinta anos.

 Anita Garibaldi

Ou como Maria Quitéria Medeiros que, nas lutas pela Independência do nosso país, tomou o uniforme de soldado e se alistou com nome masculino.
Quando, dias depois, foi encontrada pelo pai, o oficial não permitiu que ela fosse por ele levada de volta para casa.
Ela era um soldado de valor e um exemplo de bravura. Chegou a ser promovida a alferes.
Quando finalmente, foi dispensada, recebeu uma carta de recomendação do próprio Imperador, a fim de que não viesse a sofrer qualquer sanção por parte do pai.
Mulheres. Heroínas. Como Zilda Arns, promotora da paz. Médica pediatra e sanitarista, fundadora da Pastoral da criança e da pessoa idosa.
Uma ideia geradora movia sua ação, copiada da prática de Jesus: multiplicar.
Não pães e peixes, como Ele fez, mas multiplicar o saber, a solidariedade e os esforços.
Multiplicar o saber, repassando às pessoas simples os rudimentos de higiene, o cuidado pela água, a alimentação adequada.
Multiplicar a solidariedade que, para ser universal, deve alcançar as pessoas que vivem nos rincões onde ninguém vai. Tentar salvar a criança desnutrida, quase agonizante.
Multiplicar esforços, envolvendo políticas públicas, ONGs, grupos de base, empresas. Enfim, todos os que colocam a vida e o amor acima do lucro e da vantagem.

 Maria Quitéria Medeiros

Mas, antes de tudo, multiplicar a boa-vontade generosa.
E a grande promotora disso tudo foi Zilda Arns. Morreu longe do seu país, que tanto serviu.
Morreu amando seus irmãos, no terremoto do Haiti, no dia 13 de janeiro de 2010, em Porto Príncipe.
Fora ali para servir aos irmãos mais distantes. Jesus decidiu chamá-la para o Seu Reino.
Heroínas. Quantas mais poderíamos enumerar?
Mas desejamos lembrar as mais anônimas e esquecidas. As que dão à luz a muitos filhos.
E os sustentam. Mulheres que saem de casa quando a madrugada as cumprimenta, para enfrentar longa jornada de trabalho.
Canavieiras, faxineiras, atendentes, executivas. Mulheres de mãos calejadas. Mulheres muito alinhadas.
Esposas e mães que, depois de enfrentarem horas de serviço remunerado, ainda têm tempo para amar.
Têm tempo para serem mães, esposas, filhas, irmãs.
Mulheres que alimentam bocas famintas, que trocam fraldas, que ensinam os reais valores da vida.
Heroínas. Anônimas. Silenciosas, perseverantes.
Promotoras da paz, da vida, do progresso.
Heroínas.

Zilda Arns

Redação do Momento Espírita, com base em dados biográficos de Anita Garibaldi, Maria Quitéria e Zilda Arns.
Disponível no livro Momento Espírita, v. 10, ed. FEP.
Em 23.5.2016.


quinta-feira, 7 de julho de 2016

A mãe de Jesus


Ela crescera, tendo o Espírito alimentado pelas profecias de Israel.

Desde a meninice, quando acompanhava a mãe à fonte, para apanhar o líquido precioso, ouvia os comentários. Entre as mulheres, sempre que se falava a respeito, perguntavam-se umas às outras, qual seria o momento e quem seria a felizarda, a mãe do aguardado Messias.

Nas noites povoadas de sonhos, era visitada por mensageiros que lhe falavam de quefazeres que ela guardava na intimidade d’alma.

Então, naquela madrugada, quase manhã do princípio da primavera, em Nazaré, uma voz a chamou: Miriam. Seu nome egípcio-hebraico significa querida de Deus.

Ela despertou. Que estranha claridade era aquela em seu quarto? Não provinha da porta. Não era o Sol, ainda envolto, àquela hora, no manto da noite quieta. De quem era aquela silhueta? Que homem era aquele que ousava adentrar seu quarto?

Sou Gabriel, identifica-se, um dos mensageiros de Yaveh. Venho confirmar-te o que teu coração aguarda, de há muito. Teu seio abrigará a glória de Israel. Conceberás e darás à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus. Ele será grande e será chamado Filho do Altíssimo e o seu reino não terá fim.

Maria escuta. As palavras lhe chegam, repassadas de ternura e pela sua mente, transitam os dizeres proféticos.

Sente-se tão pequena para tão grande mister. Ser a mãe do Senhor. Ela balbucia: Eis aqui a escrava do Senhor. Cumpra-se em mim segundo a tua palavra.

O mensageiro se vai e ela aguarda. O Evangelista Lucas lhe registraria, anos mais tarde, o cântico de glória, denominado Magnificat:

A minha alma glorifica o Senhor!

E o meu espírito exulta [de alegria]

Em Deus, meu Salvador!

Porque, volvendo o olhar à baixeza da Terra,

Para a minha baixeza e humildade atentou.

E eis, pois, que, desde agora, e por todos os tempos,

Todas as gerações me chamarão

Bem-aventurada!

Porque me fez grandes coisas o Poderoso

E santo é o seu nome!

E a sua misericórdia [se estende]

De geração em geração,

Sobre os que o temem.

Com seu braço valoroso

Destruiu os soberbos

No pensamento de seus corações.

Depôs dos tronos os poderosos

E elevou os humildes.

Encheu de bens os famintos

E despediu vazios os ricos.

Cumpriu a palavra que deu a Abraão,

Recordando-se da promessa

Da sua misericórdia! (Lucas, I, 46 a 55)

Ela gerou um corpo para o Ser mais perfeito que a Terra já recebeu. Seus seios se ofereceram úberes para alimentar-Lhe os meses primeiros. Banhou-O, agasalhou-O, segurou-O fortemente contra o peito mais de uma vez. E mais de uma vez, deverá ter pensado:

Filho meu, ouve meu coração batendo junto ao Teu. Dia chegará em que não Te poderei furtar à sanha dos homens. Por ora, amado meu, deixa-me guardar-Te e proteger-Te.

Ela Lhe acompanhou o crescimento. Viu-O iniciar o Seu período de aprendizado com o pai, que Lhe ensinou os versículos iniciais da Torá, conforme as prescrições judaicas, embora guardasse a certeza de que o menino já sabia tudo aquilo.

Na sinagoga, viu-O destacar-Se entre os outros meninos, e assombrar os Doutores. O seu Jesus, seu filho, seu Senhor. Angustiou-se mais de uma vez, enquanto O contemplava a dormir. Que seria feito dEle?

No célebre episódio em Jerusalém, seu coração se inquietara a cogitar se não seria aquele o momento do início das grandes dores.

A viuvez lhe chegou e ela viu o primogênito assumir os negócios da carpintaria. Suas mãos, considerava, tinham habilidade especial e a madeira se Lhe submetia de uma forma toda particular.

Aquele era um filho diferente. Um olhar bastava para que se entendessem. Tão diferente dos demais, que não tinham para com ela a mesma ternura...

Chegou o dia em que Ele se foi e ela começou a ter dEle as notícias. A escolha dos primeiros discípulos, o batismo pelo primo João, no Jordão.

Mantinha contato constante, providenciando quem Lhe fizesse chegar a túnica tecida no lar, sem nenhum costura, sempre alva. Em cada fio, um pouco do seu amor e da sua saudade.

Quando Ele veio visitá-la e a acompanhou a Caná, às bodas da sua parenta, ela sabia que Ele a obedeceria, providenciando o líquido para que os convivas pudessem deliciar-se, saindo da embriaguez em que haviam mergulhado.

Acompanhou-Lhe a trajetória de glórias humanas, e as injustas alusões ao Seu messianato, aos Seus dizeres.

Em Nazaré, quando quase O mataram, tomou-se de temores. Contudo, ela sabia que Ele viera para atender os negócios do Pai. Por vezes, visitava a carpintaria, e parecia vê-lO, ainda uma vez, nos quadros da saudade.

Tanto quanto pôde, acompanhou o seu Jesus e recebeu-lhe o carinho. Ele era tão grande, e, entretanto, atendia-lhe o coração materno, os pedidos. Quantas vezes ela intercedera por um ou outro?

Quando os dias de sombra chegaram, ela acompanhou, junto a outras mulheres, as trágicas horas. Ao ver o corpo chagado do filho, o sangue coagulado nas feridas abertas, a túnica tão alva, que ela tecera com tanto desvelo, toda manchada, sentiu as lágrimas inundarem-lhe os olhos.

Porém, era necessário ser forte. Seu filho lecionara as lições mais belas que jamais os ouvidos humanos haviam escutado. Ele cantara as belezas do Reino dos Céus, no alaúde do lago de Genesaré, e prometera as bem-aventuranças aos que abraçassem os inovadores ensinos.

Ao pé da cruz, junto ao Apóstolo João, ouviu a expressão do carinho filial se externar, outra vez: Mulher, eis aí teu filho. E a confia ao jovem Apóstolo.

Ela estaria presente, quando das Suas aparições, após a morte. Vê-lO-ia mais de uma vez. E compreenderia: aquele corpo era diferente.

Não era o que fora gerado em seu ventre. Embora se deixasse tocar, para dar-Se a conhecer, era de substância muito diversa aquele corpo. Ela o sabia.

Viu-O desaparecer perante os olhos assombrados dos quinhentos discípulos, na Galileia, na Sua despedida.

E, amparada por João, seguiu a Éfeso, mais tarde. Ali, numa casinha de onde podia ouvir o mar, balbuciando cantigas, viveu o Amor que Ele ensinara. Tornou-se a mãe dos desvalidos e logo sua casa se enchia de estranhos viandantes, necessitados e enfermos que desejavam receber os cuidados de suas mãos e ouvir as delícias das recordações Daquele que era o Caminho, a Verdade e a Vida.

Numa tarde serena, ela atendeu um homem. Serviu-lhe o alimento e seu coração extravasou saudade. Quanta a tinha do filho amado!

Então, o viajor se deu a conhecer:

Minha mãe, sou eu!... Venho buscar-te, pois meu Pai quer que sejas no meu reino a Rainha dos Anjos. 2

João Evangelista, chamado às pressas, ainda lhe pôde assistir o derradeiro suspiro e o Espírito liberto adentrou a Espiritualidade.

Ainda e sempre amorosa, seu primeiro pensamento foi visitar os cristãos que estavam em Roma, sofrendo o martírio e foi animá-los a cantar, enquanto conduzidos ao suplício, na arena circense.

Mais tarde, notícias nos chegariam de que a suave mãe de Jesus, Maria, foi por Ele incumbida de assistir aos foragidos da vida, os infelizes suicidas; detalhes do Hospital Maria de Nazaré nas zonas espirituais; do seu desvelo maternal para com tais criaturas.

Maria, Espírito excelso, exemplo de mulher, esposa e mãe.

1.PEREIRA, Yvonne A. No hospital "Maria de Nazaré". In:___. Memórias de um suicida. 5. ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 1975. pt. I, cap. III.
2.XAVIER, Francisco Cândido. Maria. In:___. Boa nova. Pelo Espírito Irmão X. 8. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1963. cap. 30.
Em 18.2.2016

domingo, 8 de maio de 2016

Um Anjo chamado Mãe


Uma criança pronta para nascer perguntou a Deus:

"Dizem-me que estarei sendo enviado a Terra amanhã...

Como eu vou viver lá, sendo assim pequeno e indefeso?"

E Deus disse: "Entre muitos anjos, eu escolhi um especial para você.

Estará lhe esperando e tomará conta de você".

Criança: "Mas diga-me, aqui no Céu eu não faço nada a não ser cantar e sorrir, o que é suficiente para que eu seja feliz. Serei feliz lá?".

Deus: "Seu anjo cantará e sorrirá para você...

A cada dia, a cada instante, você sentirá o amor do seu anjo e será feliz".
um anjo chamado mãe

Criança: "Como poderei entender quando falarem comigo, se eu não conheço a língua que as pessoas falam?".

Deus: "Com muita paciência e carinho, seu anjo lhe ensinará a falar".

Criança: "E o que farei quando eu quiser Te falar?".

Deus: "Seu anjo juntará suas mãos e lhe ensinará a rezar".

Criança: "Eu ouvi que na Terra há homens maus. Quem me protegerá?".

Deus: "Seu anjo lhe defenderá mesmo que signifique arriscar sua própria vida".
um anjo que se chama mãe

Criança: "Mas eu serei sempre triste porque eu não Te verei mais".

Deus: "Seu anjo sempre lhe falará sobre Mim, lhe ensinará a maneira de vir a Mim, e Eu estarei sempre dentro de você".

Nesse momento havia muita paz no Céu, mas as vozes da Terra já podiam ser ouvidas. A criança, apressada, pediu suavemente:

"Oh Deus, se eu estiver a ponto de ir agora, diga-me, por favor, o nome do meu anjo".

E Deus respondeu: "O seu anjo se chamará... MÃE !"

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Eu estou a mais de 30 minutos escrevendo e apagando... rs
Não consigo colocar em palavras o que estou sentindo...
Um misto de amor, saudade, dor, alegria...
A postagem de hoje é para homenagear duas almas iluminadas que pude conviver alguns anos nesta vida.
Minha mãe de sangue Toyoko e minha mãe de coração Maria Helena.
Duas mulheres que me amaram e foram amadas por mim.
Que foram amigas, companheiras, mães...
Duas mulheres que eu amo com todo meu coração!
Que iluminaram meus dias, minha vida!!!
Agradeço à Deus por ter me dado este presente maravilhoso que foi viver ao lado de almas tão iluminadas!!!
Me sinto honrado por ter sido tão amado!!!
Minha amadas Mães!!!
Saudades imensas!!!


domingo, 10 de abril de 2016

Feliz Aniversário Manona Maure!!!


Minha amiga amada,
Feliz aniversário!
Me desculpe por não poder estar junto,
Mas pode ter certeza que estou com você em espírito e pensamento,

Pois jamais poderei esquecer de você,
Minha amiga querida.
Espero que você jamais se esqueça de mim também,
Mas se algum dia isso acontecer,

Não te culparei, amiga.
Mas saiba que eu realmente penso em você
Com frequência e com carinho,
Desejando poder estar perto de você.

Nesse aniversário, eu espero
Que você esteja rodeada de seus amigos
E de seus familiares.
E que eles demonstrem te amar e te apoiar

Da mesma forma que você os ama e os apoia.
Feliz aniversário, minha querida amiga.
Que Deus continue a te guiar
E a te soprar boa sorte.

Beijos mil!!!

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Para quem não sabe, conheci a Maure quando eu tinha 14 anos...
Chamo-a de Manona (uma mistura das palavras MANA e MADONNA).
Sabe, eu amo demais essa mulher. Tenho um carinho, um respeito, uma admiração sem fim por essa alma iluminada que Deus colocou em minha caminhada aqui na Terra.
Eu a admiro muito por sua história de vida... Ela superou obstáculos enormes, sempre com um sorriso no rosto, sempre com uma palavra amiga, mesmo estando com o coração cheio de feridas...
É uma das mulheres que eu mais admiro no mundo!!!
E não tinha como não estar desejando um FELIZ ANIVERSÁRIO, né?!
Jamais esquecer das pessoas que amamos, mesmo que não estejamos perto fisicamente delas...
 

quarta-feira, 9 de março de 2016

Maratonistas da vida




Foi em torno do ano 2.500 a.C., que os gregos idealizaram festivais esportivos, em homenagem a Zeus, no santuário de Olímpia, o que originou o termo Olimpíada.
O evento era tão importante que interrompia até as guerras em andamento.
O vencedor recebia uma coroa de louro ou de folhas de oliveira.
A primeira Olimpíada da Era Moderna aconteceu em 1896, em Atenas, com a participação de quatorze países.
As Olimpíadas, que acontecem a cada quatro anos, registram sempre algum fato marcante.
Não foi diferente no evento de 1984, em Los Angeles. Pela primeira vez, foi incluída a maratona para mulheres.
Se os jogos primaram pela organização e a cerimônia de abertura, com desfiles e música executados com perfeição por centenas de participantes, uma mulher atraiu os olhares do mundo inteiro.
É possível que poucos recordem de quem levou o ouro olímpico na maratona feminina. Contudo, inesquecível a cena da suíça Gabriele Andersen Scheiss, chegando ao estádio, cambaleando, muito tempo depois da vencedora ter sido ovacionada.
Demonstrando extremo cansaço, parecendo desnorteada, ela não corria, andava e com dificuldade. Pendia para um lado e para o outro.
Uma mulher magra, uma figura estranha naquele modo de andar, que demonstrava estar sentindo intensas dores. Estranha, mas determinada a alcançar o seu propósito.
Do lado de fora da pista, acompanhando-a passo a passo, prontos a ampará-la, caso caísse, dois juízes.
Estavam ali mas, não poderiam intervir, pois isso a desclassificaria.
O estádio ficou em silêncio, ante a cena inusitada. Depois, com palmas ritmadas, como a marcar cada passo, passou a incentivar Gabriele. Ela não desistiu.
Concluiu os derradeiros cem metros em cinco minutos e quarenta e quatro segundos e ficou em trigésimo sétimo lugar.
Contudo, a ovação que recebeu foi enorme. Ao dar o último passo, antes de tombar, foi amparada pelos monitores da prova.
Ela não conseguiu nenhuma medalha mas venceu o desafio a que se propusera: chegar ao final.

* * * * * * * * * * * * * * * * * *

Na vida, como na maratona, um propósito deve nos mover: concluir, realizar todo o percurso, com honra, mesmo que chegando estropiados, com dores no corpo e na alma.
Todos nascemos e renascemos para sermos vencedores. Ninguém vem ao mundo para ser um perdedor, para desistir da luta.
Os que alcançam essa vitória, os que passam pelas provas, que as vencem, mesmo chegando cambaleantes, são chamados completistas.
Quando, após a morte física, chegam ao mundo espiritual, são ovacionados como Gabriele o foi, naquele distante dia de 1984.
Como ela, nos metros finais, poderemos estar cansados, com cãibras na alma de tantas dores suportadas. Ao nosso lado, vibrando, insuflando-nos bom ânimo, nossos anjos de guarda, nossos amigos espirituais.
Estão ali, prontos a nos amparar, caso venhamos a sucumbir, mas sem interferir diretamente, porque o mérito da batalha vencida deve ser exclusivamente nosso.
Pensemos nisso e como Gabriele, não desistamos. Lutemos, perseveremos.
Pensemos: se as dores são muito intensas, é sinal de que o final está próximo. Muito próximo.
E a vitória nos pertencerá.
Vamos. Mais um passo. Sejamos vencedores na maratona da vida.
Nossos amores esperam isso. O Pai Celestial tem certeza disso. Prossigamos. Só mais um passo. Hoje. Agora.

Redação do Momento Espírita.
Em 8.3.2016.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Nuvens que passam


O dia amanhecera ensolarado. Nos quintais, a criançada se divertia, correndo, rindo esse riso solto de quem sonha venturas.
De repente, o vento se fez forte, açoitando a copa das árvores, arrancando-lhes folhas da cabeleira verde e espessa, jogando-as à distância.
Parecia que, de repente, a natureza houvesse enlouquecido e, desgrenhada, uivasse pelas ruas e praças, obrigando os transeuntes a procurarem abrigo.
O céu se cobriu de nuvens escuras, prenunciadoras de chuvas e o dia se fez noite, em plena manhã.
Depressa se fecharam janelas, se recolheram pertences.
Dos céus jorraram águas abundantes, fustigadas pela ventania, que as arremessava, com força inclemente, contra as casas, os muros, as grandes árvores.
Foram somente alguns minutos. Depois, os relâmpagos se apagaram e a chuva parou.
Uma grande quietude invadiu a natureza. A ramagem verde sacudiu as últimas gotas d´agua, o vento bocejou cansado, recolhendo-se.
Algumas horas passadas e o sol voltou a sorrir raios de calor e luz.
Quem olhasse para o céu iluminado, dificilmente acreditaria que há pouco a borrasca se fizera violenta.

* * * * * * * * * * * * * * *

Assim também é na vida.
Os momentos de lutas e de bonança se alternam.
Quando o sofrimento chega, em forma de enfermidade, solidão, desemprego, morte dos afetos mais chegados, tamanha é a dor, que deixa em frangalhos o coração.
Acreditas que não haverá mais esperança, nem amanhã, nem alegrias. Nunca mais.
Tudo é sombrio. As horas, os dias, os meses se arrastam pesados. A impressão que tens é que nada, jamais, porá fim ao fustigar das dores.
Contudo, tudo passa como a chuva rápida do verão, logo substituída pelos raios do sol.
E transcorrido algum tempo, ao lembrares daquele período de dores, dirás a ti mesmo: Meu Deus, nem acredito que passei por tudo aquilo. Até parece um sonho distante.
Porque tudo passa na vida, porque tudo é transitório, passageiro, não percas a esperança.
O que hoje é, amanhã poderá ter feição diferente, deixar de ser.
Acima de tudo, recorda que o amor de Deus te sustenta a vida e não há, no Universo, força maior do que a presença de Deus atuando favoravelmente.
Dessa forma, quando a inclemência das dores te fustigarem a alma, recolhe-te à meditação e ouvirás o pulsar do Cosmo.
No silêncio identificarás as vozes da Imortalidade te falando aos ouvidos da alma, dizendo-te da vitória que haverás de alcançar.
Refugiando-te na oração, dialogarás com Deus, com a intimidade do filho ao pai ou ao coração de mãe.
Não entregues a batalha a meio. Prossegue. Embora as nuvens carregadas de dissabores que possam te envolver, lembra que logo mais, amanhã, outro dia, em algum momento, o sol voltará a brilhar.
Sol em tua alma, em tua vida. Pensa nisso e aguarda um tanto mais, antes de te entregares à desesperança.
Deus tem certeza do teu triunfo e da conquista plena de ti mesmo.

Confia nEle.

Redação do Momento Espírita.
Disponível no CD Momento Espírita, v. 20, ed. FEP.
Em 27.1.2016.

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Hoje a postagem é dedicada a minha amiga Neuza.
Está passando por um momento difícil e venho através desta postagem, demonstrar um pouco de apoio e amizade.
Força amiga!

 

 

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Um presente inesquecível


Linda tinha sete anos, quando ouviu sua mãe comentar com uma de suas amigas que, no dia seguinte, faria trinta anos.
Jamais Linda soubera que sua mãe fazia aniversário. Também nunca a vira ganhar um presente.
Por isso, foi até seu cofrinho, juntou todas as moedinhas e se dirigiu à loja da esquina.
Procurou um presente que pudesse se encaixar naquele preço. Havia bibelôs, mas ela pensou que sua mãe teria que espaná-los todos os dias.
Havia caixinhas de doces, mas sua mãe era diabética.
Finalmente, conseguiu comprar um pacote de grampos de cabelo.
Os cabelos de sua mãe eram longos e escuros. Ela os enrolava duas vezes na semana e quando os soltava, ficava parecendo uma artista de cinema.
Em casa, linda embrulhou os grampos em uma página de histórias em quadrinhos do jornal, porque não sobrara dinheiro para papel de presente.
Na manhã seguinte, à mesa do café, entregou o pacote à sua mãe e disse: Feliz aniversário, mamãe!
Em silêncio, entre lágrimas, a mãe abriu o pacote. Já soluçando de emoção, mostrou ao marido, aos outros filhos: Sabem que é o primeiro presente de aniversário que recebo na vida?
Beijou a filha, agradecendo e foi para o banheiro lavar e enrolar os cabelos, com os grampos novos.
Quando a mãe saiu da sala, o pai aproximou-se de Linda e confidenciou: Linda, quando eu era menino, lá no sertão, não nos preocupávamos em dar presentes de aniversário para adultos. Só para as crianças.
E, na família de sua mãe, eles eram tão pobres que nem isso faziam. Mas você me fez ver, hoje, que isso precisa mudar. Você inaugurou uma nova fase em nossa vida.
Depois desse dia, a mãe de Linda ganhou presentes em todos os seus aniversários.
Os filhos cresceram. As condições da família melhoraram.
Então, quando a mãe de Linda completou cinquenta anos, os filhos todos se reuniram e lhe compraram um anel com uma pérola rodeada de brilhantes.
Programaram uma festa e o filho mais velho foi quem, em nome dos irmãos, entregou o anel.
Ela admirou o presente e mostrou a todos os convidados.
Não tenho filhos maravilhosos? - Ficava repetindo de um em um.
Depois que todos os convidados se retiraram, Linda foi ajudar na arrumação.
Estava lavando a louça na cozinha, quando ouviu seus pais conversando na sala.
Bem, dizia o pai. Que lindo anel seus filhos lhe deram. Acho que foi o melhor presente de aniversário de sua vida.
Depois de um breve silêncio, Linda ouviu a voz de sua mãe responder docemente:
Sabe, Ted. É claro que este anel é maravilhoso. Mas o melhor presente que ganhei, em toda minha vida, foi aquela caixa de grampos. Aquele presente foi inesquecível.

* * *

Os atos que colocam colorido especial nas vidas são pequenos, silenciosos, e podem se manifestar a qualquer tempo.
É suficiente querer, usar a imaginação e deixar extravasar o coração.
Se você nunca brindou alguém com flores, com um cartão escrito de próprio punho; se você nunca surpreendeu alguém com uma festa surpresa, um presente inesperado, tente hoje.
Hoje é sempre o melhor tempo para começar o que é bom, novo e portador de felicidade.

Redação do Momento Espírita, com base no cap. Os grampos de cabelo, de autoria de Linda Goodman, do livro Histórias para aquecer o coração das mães, de Jack Canfield, Mark Victor Hansen, Jennifer Read Hawthorne e Marci Shimoff, ed. Sextante.

Em 3.12.2015.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Mãe, simplesmente


Deus, em Sua Criação, fez no infinito, um belo jardim. Pelo Universo lançou sementes de amor. Sol a sol, luz a luz, um por um, um por vez.
Em todo o jardim encontramos o Criador. Em tudo, a divina assinatura. Feche os olhos, sinta e creia, procure.
No Universo, tudo é movimento, dinâmica, equilíbrio, perfeição. Não há pergunta sem resposta, não há efeito sem causa, conquista sem trabalho, mérito sem doação.
As sementes foram lançadas, espalhadas por onde a vista não alcança. Não há morte, não há fim. Em cada morte, um recomeço. Em cada fim, uma esperança.

* * *

Olhos atentos encontrarão a mais bela flor do jardim do Onipotente. Para ela, adjetivos diversos: ternura, vida, carinho, amor, devoção. Ou mãe, simplesmente.

* * *

Senhor, rogo a Ti por todas as mães.
Em todo gesto de amor Tu te revelas e, ainda mais te encontro, ó Pai, no amor de mãe, pois sei que a maternidade é uma de Tuas faces.
Mães, Senhor. Mães que são exemplo de doação, de sacrifício, de abnegação, de generosidade, de fé.
Rogo-te, Pai, pelas mães que, durante nove meses, carregaram em seus ventres os rebentos de amor e que, para toda a vida, continuam a lhes guiar os passos, a perdoar-lhes as fraquezas e a lhes ofertar o abraço reparador.
Peço, também, pelas mães adotivas, que amam com desprendimento e desinteresse o filho de outras mães. E por aquelas que tiveram seus filhos desaparecidos, jamais recuperados e, assim, perderam parte de seu próprio coração.
Eu te rogo, Deus do perdão, pelas mães presidiárias, que não podem estar junto dos seus e sofrem a aguda dor da saudade.
E, por aquelas que têm os filhos na prisão e que, esperançosas, depositam neles a confiança, aguardando retornem ao bom caminho que elas lhes apontaram.
Pelas mães doentes, acamadas, hospitalizadas. Que os bons Espíritos, cumpridores de Tua vontade, lhes fortaleçam os ânimos e derramem sobre elas o bálsamo de Teu consolo, misericórdia e paz.
Rogo também pelas mães abandonadas. Aquelas que, na velhice, foram deixadas em asilos, derramando as lágrimas amargas da solidão.
E pelas avós, tias, madrastas que, por amor, transformam netos, sobrinhos, enteados, em filhos do coração.
Ainda, Senhor da eternidade, te rogo pelas mães desencarnadas, esses verdadeiros anjos da guarda, que continuam a zelar pelos seus, pois compreendem que a maternidade não é mero fenômeno biológico e, sim, um laço eterno de almas.

 * * *

Doce mãe de Jesus, na singela manjedoura, Tu o acolheste em Teus braços. Teu coração, no silêncio, bateu no ritmo do dEle e Tu soubeste: era o Teu filho, também o filho de Deus.
Acolhe, mãe por excelência, todas as mães do mundo em Teu amor. Faz do coração delas manjedoura para o Cristo Jesus, a fim de que Ele nasça no Espírito de cada filho deste nosso chão.

Redação do Momento Espírita.
Em 22.6.2015.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Kylie Minogue fala sobre a queda da Madonna e o preconceito com idade que tem sofrido


A cantora Kylie Minogue deu uma entrevista ao jornal Herald Sun na Austrália e falou sobre diversos assuntos, incluindo Madonna e a queda no Brit Awards.

“Eu senti muito por ela. Em grandes performances como aquela, são muitos detalhes e atenção que temos que ter em tudo. E aconteceu aquilo. Mas ela se reergueu e voltou maravilhosa! Eu acho que isso foi bom para lembrarmos que a Madonna é humana. É bom para nós sabermos disso.”

Kylie comentou sobre o preconceito com a idade que também tem sofrido, assim como Madonna. Quando apareceu mostrando seu belo corpo no video de Sexercise, recebeu críticas e alguns maus comentários por ter 46 anos. E também tem sido barrada nas rádios por ser considerada fora da faixa etária.

“É uma área em comum que eu e Madonna temos. Eu nem sei dizer se meus amigos são velhos ou não. É um sinal dos tempos de hoje de que idade é relevante. Não é pra mim nem pra minha geração. É difícil explicar.”

“Eu serei a primeira a brincar com isso “Nossa, eu estou aparecendo de calcinha de novo?”. Eu fiz uma gravação outro dia de lingerie e isso tudo é meio espantoso. Não estou forçando nada, é algo natural. Estou apenas seguindo a tendência.”

“Não acho que as pessoas queiram ver a Madonna como uma dona de casa idosa, né? Eles querem glamour, querem a fantasia. Talvez não faça sentido em algum momento da vida, que é normal, eu nem sei. Mas isso é realmente algo que eu reluto para falar. Você só quer passar por isso e seguir. Pra mim isso tudo é apenas uma opinião, um gosto particular de cada um. Eu espero que eu tenha mais acertado do que errado até hoje.”

quinta-feira, 5 de março de 2015

Madonna fala sobre a queda e canta Ghosttown em entrevista ao Jonathan Ross


Acabou agora pouco a gravação do programa inglês Jonathan Ross que teve participação da Madonna. Aqui alguns detalhes de pessoas que estiveram presentes.

Madonna explicou sobre o incidente que teve no Brit Awards

“Sou uma criatura com hábitos, eu ensaio tudo, tudo o que vou apresentar. Ontem foi um pesadelo que aconteceu.

Mudaram o começo da minha performance, me disseram pra apertar o nó da minha capa e começar a andar muito antes do que eu tinha ensaiado. Todos ficaram preocupados que minha capa iria cair no percurso então fizeram um nó bem apertado no meu pescoço.

Daí eu fui andando marchando como uma rainha. Fui pro topo da escada e puxei o cordão de seda que na verdade não teve o laço desfeito. E assim, minhas duas amadas japonesas basicamente me estrangularam no palco. Eu tinha duas escolhas: ser estrangulada ou cair. Escolhi cair.”

Jonathan Ross quis colocar imagem da queda mas Madonna não quis ver.

“Eu não quero ver, não me faça assistir. Foi um pesadelo. Queria que fosse perfeito. Eu ensaiei, ensaiei, ensaiei. Quando faço uma apresentação, quero criar uma magia. Fiz o oposto. Eu criei um show de horror pra todos.

Eu sei como cair, já caí diversas vezes em ensaio e também dos meus cavalos. Eu não machuquei minha bunda mas machuquei a cabeça. Fiquei com um galo na parte de trás da cabeça. Depois de tudo tive médicos que ficaram me analisando até as 3h da manhã pra ver se estava tudo bem.

Eu sempre estou nervosa quando me apresento ao vivo. Quando você canta, não pode cometer nenhum erro e a pior coisa é você cair de escadas. Gosto de fazer meus shows perigosos mas neles o perigo é evidente.”

E sobre a capa?

“Não tem mais capa, chega!”

“Nunca mais escreverei letras como aquela novamente. O universo tentou me ensinar uma lição.”

Madonna também disse que vai terminar a turnê em FEVEREIRO/2016! e começa a filmar um novo filme ano que vem.

E para finalizar, Madonna cantou Living for Love e pela primeira vez, Ghosttown!
O programa vai ao ar em breve!


quarta-feira, 4 de março de 2015

Jornal The Guardian afirma que Madonna é sobre-humana





Texto incrível publicado pelo respeitado jornal inglês The Guardian. Confira tradução:


Madonna é sobre-humana. Ela precisa ser assim para sobreviver aos terríveis abusos
Não é de admirar que Madonna levou sua queda no Brit Awards na esportiva – Ela lida o tempo todo com algo muito pior que isso, somente pelo fato de ser uma mulher de 56 anos de idade.

Escrito por Bidisha

Madonna esteve no Brit Awards, realizando a performance de seu novo single Living for Love, totalmente no estilo “I will survive”, quando o acidente aconteceu. “Levou-me ao céu, deixou-me cair… Levantou-me e me viu tropeçar.”

Ela profetizou na letra e assim aconteceu. Não foi uma simples queda ou tropeço. Não foi engraçado. Foi aterrorizante e tão brutal, que o público ficou em silêncio. Foi o tipo de acidente que quebra pescoços, danifica o cérebro e assombra os pesadelos dos artistas do Cirque du Soleil. A capa da Armani que Madonna usava quando ela se aproximou do palco foi amarrada muito apertado e Madonna não conseguiu desfazer o nó antes de os dançarinos a puxarem. Madonna foi empurrada pelo pescoço e voou pelo ar numa altura de três degraus, aterrissou com força na base do palco e por uma fração de segundos não se mexeu.

Assistindo em casa, meu coração parou. Isso é tudo o que é necessário para matar uma rainha? Uma capa Milanesa?

As hashtags odiosas #shefellover, #Fallenmadonna, imediatamente começaram a poluir o Twitter: “Eu entendo, Madonna. Minha avó é exatamente assim”. “Eu espero que a vovó esteja bem. Um quadril quebrado na idade dela poderia ser uma sentença de morte.”

Mas Madonna também cantou assim: “Eu peguei a minha coroa, coloquei-a de volta na minha cabeça. Posso perdoar, mas eu nunca vou esquecer”. Depois de uma queda como essa, qualquer outra pessoa teria rolado no chão gritando de agonia e, em seguida, procurado alguém para culpar.

Ela procurou forças em um poder superior: ela mesma. Mostrando sua famosa força mental e física, ela se levantou, seguiu com a coreografia e a música, sem uso de playback, assim como aconteceu nos vocais isoladas de sua performance no Grammy, e terminou a performance de maneira triunfante.

Essa é a Madonna que eu sempre amei, desde os passos de flamenco de La Isla Bonita. Dizem que não se deve acreditar no exageros sobre alguns artistas, mas com algumas pessoas, o mito é real. Madonna tem mística, seu carisma é a prova de balas e isso é um fato raro. Ela nunca permitiu ser rotulada pelos homens e sempre defendeu as mulheres, dizendo em sua próxima entrevista de capa da Rolling Stone que “as pessoas gostam de colocar as mulheres umas contra as outras”.

Mas não estou falando apenas sobre sua capacidade individualista de sobreviver, sobre sua camaradagem com as outras mulheres ou sobre outros detalhes superficiais, como o estilo de Vogue ou “Procurando Susan desesperadamente”. Madonna não é digna de respeito simplesmente por sua capacidade de sobrevivência, sua insolência e sua incrível capacidade de trabalhar todos os ângulos dos negócios e do capitalismo. Ela também tem um talento artístico brilhante, que de fato quebra recordes em seu verdadeiro dom, que é a música. Ela tem feito grandes álbuns ao longo de sua carreira, incluindo Like A Prayer, Ray of Light e Confessions on a Dancefloor, e o mais recente, Rebel Heart, está entre eles. Ela está “de volta ao jogo”, como diz o The Telegraph.

Mas quantas vezes mais Madonna terá que provar que é uma jogadora digna? Quantas vezes ela terá que quebrar recordes com as turnês mais lucrativas da história, flexionando seu corpo com mais habilidade que qualquer outra pessoa no planeta? Muitos de seus colegas já prestaram homenagens às suas habilidades excepcionais como produtora, compositora e letrista; mas sempre que Madonna trabalha com um produtor do sexo masculino, é ele quem fica com todo o crédito.

Quando suas habilidades não são ignoradas, imputadas a homens, ou dadas como deixadas no passado, alguém surge e as zomba. Eu amei o filme WE, comparando-o favoravelmente ao banal O Discurso do Rei, com seu Rei bobalhão, onde as mulheres tinham apenas algumas poucas falas entre si e Wallis Simpson era apenas uma megera depravada. Assisti WE com um amigo historiador que ficou impressionado com sua precisão de detalhes. Eu amei os personagens femininos, a estética, a realidade triste por trás do romance. É um filme feminista, psicologicamente pesado.

Mas ela foi brutalmente ridicularizada nas críticas ao filme. E esse riso maldoso de seus críticos está cada vez mais alto e mais cruel, como mostram as reações a sua queda no Twitter. A longevidade de Madonna sempre foi admirada, mas está agora sendo sabotada pelos editoriais, que nunca deixam de mencionar a sua idade, como se fosse algo de que ela devesse se envergonhar. Fico chocado com o desprezo, o escárnio desbocado e a maneira depreciativa como Madonna é tratada, de forma grosseiramente visceral: o ódio a sua carne, forma física, sua confiança sexual, seu atletismo, sua ambição, sua preferência por rapazes latinos, a maneira como ela alterna prepotência e vulnerabilidade, romantismo e erotismo lúdico, e sua capacidade de desempenhar seu trabalho e sua fome por sucesso. Todas as coisas que já foram admiradas nela agora são usadas ​​para atacá-la e fazê-la parecer ridícula, monstruosa ou desesperada.

A misoginia não é novidade para Madonna. Ela é uma sobrevivente de estupro e uma sobrevivente de agressão doméstica. O que poderia ser pior que isso?

Madonna tem apenas 56 anos de idade. Ela está no auge de sua vida, ela tem poder, talento, experiência e sabedoria, além de sua inteligência natural e vigor. Ela está prestes a lançar seu 13º álbum – um dos melhores de sua carreira. As coisas que o mundo a obriga a fazer – envelhecer graciosamente, retirar-se de cena, aposentar-se, rastejar e morrer – trazem consigo um desejo de envergonhar, destruir e negar essa mulher que se atreve a se manter ativa, vocalmente e visivelmente, politicamente engajada e relevante.

A fim de resistir a isso tudo, uma pessoa teria que ser sobre-humana. Felizmente, Madonna é.

Mas por que alguém deveria ter que engolir o ódio irrestrito do mundo, quando ela quer apenas ser lembrada por seu brilhante talento artístico?

Tradução: Raphael Pechir