segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Amor e vida


Foi em mil novecentos e setenta e dois que um desastre aéreo ganhou repercussão internacional, tendo em vista o tamanho da tragédia.

Uma equipe de jogadores de rugbi do Uruguai atravessava os Andes, com destino a Santiago do Chile, quando seu avião colidiu com uma montanha e caiu, dividindo-se em dois.

Fernando Parrado era um desses atletas atingidos pelo acidente. Pouco antes de decolar, sabendo haver lugares vagos no voo, Fernando convidou sua mãe e sua irmã para o acompanharem na viagem.

Quando aconteceu a queda, sua mãe morreu imediatamente pelo impacto. Sua irmã que, aparentemente, não apresentava graves ferimentos, começou a ter, em poucas horas, problemas de gangrena nas pernas.

Fernando passou três dias cuidando da irmã que, em delírio, chamava pela mãe, pronunciava frases sem sentido e cantava canções infantis. Após vários dias em agonia, morreu nos braços do irmão.

Dez dias depois, os acidentados ouviram, pelo rádio, a notícia de que as buscas tinham sido suspensas.

Passados dois meses, Fernando e dois amigos decidiram sair em busca de ajuda. Por dez dias, dormindo não mais que duas horas por noite para não congelar, procuraram socorro.

Ao ser perguntado o que o motivara tão intensamente, a ponto de enfrentar todos os percalços, Fernando afirmou que queria voltar por amor ao seu pai, que ele imaginava estar desesperado pela morte de toda a família.

Foi o amor que o fez enfrentar brutais dificuldades, desafios físicos e emocionais intensos.

Ao relatar sua experiência, nas palestras e conferências que passou a proferir, Fernando afirma que poucos de nós valorizamos o tempo como deveríamos.

Não nos damos conta de que é um tesouro inestimável e, quase sempre, usamos o tempo de que dispomos em coisas de pouca ou nenhuma importância.

E, para o que efetivamente é valioso e precioso, não dispomos de tempo.

Já nos apercebemos, pergunta Fernando, que após nossa morte, nada no mundo se modifica? Os bancos continuarão funcionando, as lojas estarão abertas, a vida seguirá seu curso.

Por isso, a maior riqueza que temos é o tempo que conseguimos dar a nós mesmos.

Tempo para viver com alegria, compartilhar com nossos amores, cultivar amizades e investir em momentos significativos.

Dessa forma, conclui Fernando Parrado, os dois maiores tesouros que dispomos são: nossos amores, o grande motor da vida de cada um de nós, e o tempo, recurso inestimável.

* * *

O tempo é um benfeitor anônimo.

Companheiro infatigável na Terra, ele gasta o granito, reverdece o deserto e doa aridez ao solo fértil.

Aprendamos a não desperdiçá-lo na vinha da existência planetária.

Não permitamos que o rio das horas corra, levando preciosas oportunidades.

Aproveitemos o hoje que logo passa, antes que ele se torne ontem...



Redação do Momento Espírita, com pensamentos finais do
verbete tempo, do livro Repositório de sabedoria, v. 2, pelo Espírito
Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 30.06.2012.

2 comentários:

  1. Sabe, que já li relatos e livros que sobreviventes escreveram, e sempre me pego imaginando o tanto de provações que todos eles passaram, e sei que não chego nem perto.
    Tenha uma semana abençoada querido e amado amigo.
    Beijinhos de alecrim.
    Lua

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    1. Realmente Lua.
      Eu nunca li nada a respeito, confesso que existem livros que prefiro não chegar perto... rs
      Deve ter sido algo realmente difícil.
      Todos são vencedores...
      Beijos

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