O garoto, de apenas oito anos de idade, chega feliz da festa de aniversário do seu melhor amigo e vai contar as novidades para sua mãe.
Com toda a espontaneidade de uma criança fala das brincadeiras, dos amigos que estavam presentes, de como havia se divertido e, o que é mais importante, conta uma de suas atitudes, que deixa a mãe com lágrimas nos olhos, pela sua grandeza.
Diz ele que, em determinado momento, procura a mãe do aniversariante para pegar uma ficha e jogar fliperama, que era uma das brincadeiras proporcionadas na festa.
Tia, o que é preciso para ganhar uma ficha e brincar no fliperama?
Ah!, é preciso jogar boliche pelo menos cinco minutos, depois ganha a ficha. Mas você não precisa fazer isto, pois é o melhor amigo de meu filho. Tome a ficha. Pode brincar.
Não, tia, eu vou jogar boliche depois venho pegar a ficha como todos os meus amigos.
A mãe do amigo tentou entregar-lhe a ficha mas ele já estava longe, correndo na direção dos demais garotos que estavam jogando boliche para adquirir direito ao fliperama.
A mãezinha, emocionada, perguntou por que ele não aceitou a oferta e ele respondeu simplesmente:
Eu não quero ser diferente dos outros. Isso não é justo.
Naquele momento, a mãe se deu conta da importância da educação para a construção de um mundo mais justo e mais humano.
Parabenizou o filho pela grandeza da sua atitude, pois ele havia sacrificado um interesse pessoal por amor à justiça.
* * *
Talvez muitos digam que o garoto é um tolo e que deixou escapar uma chance de levar vantagem.
Mas, para quem tem olhos de ver, perceberá que esse mundo tem jeito pois, quando esse garoto crescer, agirá de forma diferente da de muitos adultos de hoje, e ajudará na construção de uma sociedade mais justa.
Muito se fala que a justiça é cega, mas nem sempre assim é, quando se leva em conta a importância ou a influência de uma das partes.
No entanto, uma criança de apenas oito anos deu um exemplo de verdadeira justiça, pois não levou em conta o seu interesse e, sim, a justiça, de forma imparcial.
E você, tem agido com imparcialidade em se tratando de justiça?
Se lhe oferecem uma chance de passar à frente de alguém, você a aceita ou diz que não é justo?
Se surge a oportunidade de apressar um processo, subornando o funcionário, você aceita?
E se você é o funcionário e lhe oferecem benefícios para desconsiderar a fila de espera, você concorda?
Se encontra um amigo na fila do banco e ele se oferece para pagar as suas contas, passando à frente de todos os demais que estão ali esperando, há horas, você aceita?
Se há um congestionamento no trânsito, você dá um jeitinho de passar à frente, pela lateral, deixando os outros para trás?
Jesus afirmou que serão bem-aventurados os que têm sede de justiça, mas somente tem sede de justiça quem a respeita integralmente.
Por essa razão, vale a pena que pensemos muito bem antes de erguermos a voz para pedir justiça.
É preciso, antes de tudo, avaliar como anda o nosso senso de justiça.
* * *
A Justiça Divina não usa de pesos e medidas diferentes para julgar nossos atos.
Deus sempre leva em conta a intenção e o grau evolutivo das criaturas, jamais a posição social ou as posses materiais.
Por essa razão, vale a pena pensarmos em justiça nesses moldes, para que não venhamos a nos arrepender mais tarde.
Redação do Momento Espírita
Em 13.09.2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário