Um novo marco na comunicação quântica foi atingido na semana passada, quando pesquisadores japoneses anunciaram o primeiro teletransporte quântico de um conjunto complexo de informações.
O teletransporte é a transferência via luz de informação quântica de um local a outro, uma forma poderosa de representar e processar informação que é a base de toda a tecnologia quântica- inclusive a computação.
Até agora, as tentativas de teletransporte não foram muito bem sucedidas: ou eram muito lentas ou alteravam a informação enviada, fazendo com que alguns detalhes fossem perdidos. Para efeito de comparação, seria o equivalente à tripulação do Star Trek chegar a um planeta sem um braço, ou com ele colado à orelha.
No caso do teletransporte feito pela equipe liderada pelo professor Akira Furusawa, da Universidade de Tóquio, não foram objetos ou pessoas, mas sim informações enviadas. Eles conseguiram, pela primeira vez, enviar um pacote de dados complexos que, no caso, representavam o famoso “gato de Schrodinger” - um paradoxo proposto no início do século 20 pelo físico Erwin Schrodinger para descrever a situação na qual um objeto normal, clássico, pode existir em uma sobreposição quântica – tendo dois estados de uma vez.
Quantificando
A memória de um computador comum, binário, funciona em bits – cada um deles representando um “um” ou um “zero”. Ele opera com os chamados chaveamentos excludentes, tipo de sim ou não (um ou zero). Já um computador quântico usa os chamados qubits, e cada um deles pode representar “um”, “zero” ou estar nos dois estados ao mesmo tempo.
Para entender na prática a diferença, imagine um labirinto, repleto de bifurcações. No computador binário você só poderia escolher um caminho para ir de cada vez e, se chegasse a um ponto sem saída, teria de voltar ao começo e repetir a operação, escolhendo outras opções, uma de cada vez. Já no computador quântico seria possível entrar nas duas opções das bifurcações ao mesmo tempo, sucessivamente. Uma das tentativas acabaria chegando à saída, e todos os caminhos teriam sido percorridos.
Com o desenvolvimento do teletransporte quântico, se torna possível mover blocos de informação em um computador de forma mais rápida (computação quântica). O feito também reforça a possibilidade de uma rede muito mais ágil, como a internet, baseada nessa tecnologia.
Os feitos da equipe do professor Furusawa foram publicados em uma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo, a Science.
Fonte: http://info.abril.com.br
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