O lançamento de água do mar a partir de helicópteros militares para tentar resfriar os reatores da usina de Fukushima 1 não surtiram os efeitos esperados e os níveis de radiação seguem altos no local, informou nesta quinta-feira a empresa Tokyo Electric Power (Tepco), que opera o complexo nuclear.
Helicópteros da Marinha japonesa despejaram, em quatro ocasiões pela manhã, cerca de 7.500 litros de água de uma altura de 90 metros sobre os reatores 3 e 4 de Fukushima.
O nível de radiação no início da operação se situava em 4,13 milisievert por hora, segundo explicou o ministro de Defesa japonês, Toshimi Kitazawa.
Medições realizadas após as dispersões de água apontam que o nível de radiação ao redor da central, onde ainda permanecem alguns trabalhadores, é de 3 mil microsievert por hora, frente aos 1 mil microsievert por ano que se consideram seguros para a saúde humana.
SUPERAQUECIMENTO
A Tepco confessou mais cedo sua preocupação com a piscina de resfriamento de combustível dos reatores, que estaria superaquecida.
As piscinas têm menos água uma vez que a temperatura começou a subir. Ao invés de registrar cerca de 30ºC de costume, o tanque atingiu os 80ºC. O risco, com a evaporação, é de que as varetas com material nuclear, ainda um pouco isoladas do exterior pelo líquido, deixem de estar submersas. Se mais água de resfriamento não for colocada rapidamente (ou a temperatura baixar), as barras de combustíveis vão se desgastar e emitir dejetos muito radioativos diretamente na atmosfera.
De acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a temperatura nas piscinas de resíduos nucleares dos reatores 4, 5 e 6 é muito superior ao permitido, chegando a triplicar sobre o recomendado.
REATIVAÇÃO
O porta-voz da empresa disse ainda que as equipes também "concentram seus esforços" para restaurar o fornecimento de energia elétrica e reativar as bombas d'água do sistemas de resfriamento dos reatores da usina. "Não podemos dizer quando, mas queremos restaurar a fonte de energia o mais rápido possível", declarou o porta-voz Naohiro Omura.
A Tepco está reparando as linhas de energia da Tohoku Electric Power Co., que abastecem a região, para ligá-las ao sistema de transmissão elétrica em Fukushima. "Com o trabalho completo, teremos a capacidade de ativar várias bombas elétricas e jogar água nos reatores e nas piscinas de combustível nuclear usado", destacou o porta-voz.
No momento, cerca de 70 homens utilizam bombas de baixa capacidade para combater o incêndio e resfriar os reatores de Fukushima, com eletricidade de caminhões geradores.
OUTROS REATORES
Mais cedo, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que houve danos nos núcleos dos reatores 1, 2 e 3 do complexo. A agência não detalhou a gravidade das avarias, mas afirmou que não se pode dizer ainda que a situação esteja "fora de controle".
"A situação evoluiu e é muito séria", disse, em Viena, Yukiya Amano, diretor-geral da AIEA. Ele afirmou que a empresa operadora da usina, a Tokyo Electric Power Co., "está fazendo o máximo para restaurar a segurança dos reatores".
A preocupação é que o reator 3 é o único da usina que usa plutônio como combustível. Segundo pesquisas do governo norte-americano, o plutônio é muito tóxico para os seres humanos, e uma vez absorvido na corrente sanguínea, pode permanecer por anos na medula óssea ou no fígado e até mesmo causar câncer.
RADIAÇÃO ESTÁ ALTA
O chefe da Comissão Reguladora Nuclear americana (NRC), Gregory Jaczko, disse na quarta-feira que a piscina de armazenamento de combustível usado no reator de Fukushima não tem mais água, o que gera níveis de radiação "extremamente altos".
"Nós acreditamos que a região do reator possua altos níveis de radiação", disse ele. "Será muito difícil que trabalhadores de emergência consigam chegar até o local. As doses [de radiação] às quais eles podem ser expostos seriam potencialmente letais em um período curto de tempo", acrescentou. No entanto, Jaczko ressaltou que a NRC tem "acesso limitado" ao que está acontecendo no Japão, e se recusou a especular mais sobre o assunto.
Um dirigente do Instituto francês de Radioproteção e Segurança Nuclear (IRSN), Thierry Charles, afirmou por sua vez que após dois incêndios no prédio que comporta o reator, a piscina ficou "quase ao ar livre" e uma grande radiação escapa do local.
No entanto, a agência de segurança nuclear do Japão e a Tepco rejeitaram as afirmações de Jaczko. De acordo com o porta-voz do complexo das usinas Hajime Motojuku, as condições são "estáveis".
O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, também expressou preocupação com a crise. "A situação é muito grave nessa usina nuclear. Estamos muito preocupados, oferecemos ajuda ao Japão e temos especialistas auxiliando e avaliando informações de forma independente", afirmou.
Já a OMC (Organização Mundial da Saúde) acalmou a população. "A Organização Mundial da Saúde gostaria de assegurar aos governos e ao público que não há indícios neste momento de qualquer dispersão internacional significativa de usina nuclear no Japão", afirmou em comunicado Michael O'Leary, representante da OMS na China.
VÍDEO EXPLICA ACIDENTES NUCLEARES E SEUS EFEITOS PARA O CORPO
Fonte: ttp://www1.folha.uol.com.br/
Adorei essa foto do dachs sendo alimentado com os "palitinhos". Demais!! Que bom que os abrigos aceitam animais aí. Marina N
ResponderExcluir