A norte-americana Stacey Lannert esteve presa durante 17 anos, cumprindo pena pelo homicídio do pai. Aos 18 anos e depois de anos e anos de abusos sexuais, Stacey deu dois tiros ao pai, quando ele dormia bêbado no sofá.
Quando saiu da cadeia, em 2009, Stacey Lannert decidiu escrever um livro de memórias, onde faz vários desabafos. Conta que foi condenada a prisão prepétua e que levou 17 anos a convencer a justiça norte-americana que não tinha morto o pai por causa de dinheiro, mas sim para pôr fim a anos de sofrimento e para proteger a irmão mais nova, que, tal como ela, também era vítima de abusos.
De acordo com a revista brasileira «Época», que antecipa passagens do livro «Redemption: A Story of Sisterhood, Survival, and Finding Freedom Behind Bars»,Stacey já era violada pelo pai aos 10 anos e, aos 12, a mãe saiu de casa, desconhecendo os abusos de que as filhas eram vítimas. Uma ama chegou a perguntar-lhe se o pai a «magoava». Ela respondeu que sim e a empregada alertou a mãe, que não deu relevância, por saber que o marido não batia nas filhas.
Stacey lamenta a falha de comunicação e questiona se tivessem sido usadas palavras mais directas, como «violação» e «pedofilia», o resultado não teria sido diferente. «É por isso que é tão importante que encontremos as palavras de verdade», diz no livro.
Numa entrevista citada pela «Época», Stacey conta porque aceitou contar tão dolorosas memórias em livro: «Nunca me senti confortável a contar a minha história, e duvido que um dia me sinta. Mas eu conto-a porque quero que outros consigam falar sobre as suas histórias. A cura começa quando as feridas são expostas. Acredito que podemos acabar com o abuso sexual falando abertamente sobre o trauma e a devastação que ele cria».
Fonte: http://www.tvi24.iol.pt/
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