A Batalha de Iwo Jima, a temida Operação Detachment, travou-se entre os Estados Unidos da América e o Japão, durante Fevereiro e Março de 1945, tendo terminado oficialmente no dia 16 de Março de 1945, durante a Campanha do Pacífico da Segunda Guerra Mundial. Como resultado da batalha, os EUA ganharam controlo da ilha de Iwo Jima e os campos aéreos localizados nessa mesma ilha. O momento mais famoso desta batalha é a subida da bandeira norte-americana por fuzileiros, fotografia já publicada no Diário Universal.
O combate foi intenso, em parte devido à preparação japonesa, e as tropas norte-americanas capturaram o ponto mais elevado da ilha, o Monte Suribachi, enquanto perderam 6.812 homens. O motivo para a invasão de Iwo Jima, era de capturar os seus campos aéreos de modo a fornecer um local de aterragem e de reabastecimento para os bombardeiros norte-americanos, enquanto também tornava possível a escolta dos bombardeiros por caças.
Antecedentes
Nos primeiros dias de 1945, o Japão viu-se à beira de uma possível invasão pelas forças Aliadas. Bombardeamentos diários na ilha principal eram originários das ilhas Marianas, numa operação com o nome Scavenger. Iwo Jima servia como uma estação de alerta, que reportava movimentos aéreos à volta da ilha principal do Japão. Quando os bombardeiros Aliados chegavam às cidades Japonesas, as defesas anti-aéreas já estariam em alerta total.
Para contornar este problema, os aviões teriam que ser lançados de outro local. Iwo Jima parecia perfeita. A ilha era defendida por 22.000 soldados e estava fortificada com uma rede de bunkers e túneis. O alvo da defesa de Iwo Jima era causar muitas baixas nas forças aliadas e desanimar a invasão da ilha principal. Era esperado que cada soldado morresse pela defesa da pátria, levando 10 soldados inimigos no processo.
A 16 de Fevereiro de 1945 iniciaram um massivo bombardeamento aéreo e naval de 3 dias à ilha.
Preparações defensivas japonesas
Após dois anos de bombardeamentos navais por parte da Marinha dos EUA, Iwo Jima estava bastante reduzida. Porém, o seu novo Comandante, o General Kuribayashi, alterou esta situação. Como um primeiro passo para preparar Iwo Jima para uma defesa prolongada, o comandante da ilha ordenou a evacuação de todos os civis. Este passo foi terminado no final de Julho. Em seguida veio um plano geral para a defesa da ilha. O Tenente-General Hideyoshi Obata, Comandante General do 31º Exército, tinha anteriormente, em 1944, sido responsável pela defesa de Iwo Jima, antes do seu retorno para as Marianas. Durante este período, e com fé na doutrina que a invasão tinha praticamente de ser travada nas praias, Obata tinha ordenado a colocação de artilharia e a construção de bunkers perto do mar. O General Kuribayashi tinha ideias diferentes. Em vez de um esforço fútil para manter as praias, Kuribayashi planeou defender estas mesmas com um sistema de fogo cruzado fornecido por armas automáticas e infantaria. Artilharia, morteiros e rockets seriam posicionados nas encostas do Monte Suribachi, tal como noutros terrenos altos ao norte do campo aéreo de Chidori.
Cavernas e túneis
A defesa prolongada da ilha requisitava a preparação de um extensivo sistema de cavernas e túneis, pois o bombardeamento naval tinha claramente mostrado que as instalações à superfície não poderiam aguentar um bombardeamento extensivo. Para este objectivo, engenheiros especializados em minas foram enviados do Japão para desenhar as plantas para as fortificações subterrâneas que iriam consistir em túneis elaborados em variados níveis para garantir uma boa ventilação e minimizar os efeitos das bombas que explodissem perto das entradas ou saídas.
Ao mesmo tempo, o contingente da ilha foi reforçado com mais de 15.000 efectivos e mais de 150 oficiais de alta patente, incluindo Marchais e Almirantes, vindos de Tóquio. Com estes, chegaram também várias equipas técnicas especializadas nas mais variadas áreas militares de defesa e ataque.
Artilharia
Os reforços seguintes a chegar a Iwo Jima foram equipas de artilharia e cinco batalhões anti-tanques. Embora numerosos navios em rota a Iwo Jima fossem afundados por submarinos e aviões norte-americanos, quantidades substanciais de material chegaram à ilha durante o Verão e Outono de 1944. Pelo final do ano, o General Kuribayashi tinha disponível 361 peças de artilharia de 75 mm ou de calibre maior, uma dúzia de morteiros de 320 mm, 65 morteiros médios e ligeiros, 33 armas navais de 80 mm ou de maior calibre, e 94 armas anti-aéreas de 75 mm ou maior. Em adição a este formidável arsenal de armas de alto calibre, as defesas de Iwo Jima tinham ainda mais de duas centenas de armas anti-aéreas de 20 mm e de 25 mm, e 69 armas anti-tanque de 37 mm e 47 mm. O poder de fogo da artilharia era ainda complementado por uma variedade de rockets, desde do tipo de 203 mm que pesava 90 kg e que tinha um alcance até 2-3 km, até a um projéctil gigante de 250 kg que tinha um alcance de mais de 7 km.
De modo a aumentar ainda mais a força das defesas de Iwo Jima, o 26º Regimento de Carros de Combate, que tinha sido posicionado em Pusan, na Coreia, após ter servido na Manchúria, recebeu ordens para ser colocado em Iwo Jima. O comandante do regimento era o Tenente-Coronel Baron Takeichi Nishi. O regimento, constituído por 600 homens e 28 carros de combate, partiu do Japão em meados de Julho, a bordo do Nisshu Maru. Porém, durante a viagem, o navio foi afundado pelo submarino USS Cobia. Só em Dezembro é que novos carros de combate seriam enviados para Iwo.
Planeamento da defesa
Enquanto Iwo Jima estava a ser convertida numa fortaleza a toda a velocidade possível, o General Kuribayashi formulou o seu plano final para a defesa da ilha. Este plano, que era uma radical mudança das tácticas defensivas utilizadas pelos japoneses no início da guerra, providenciou os seguintes pontos de maior importância:
1. Silêncio por parte da artilharia japonesa durante os desembarques, impedindo que os navios americanos soubessem as posições do inimigo, até ao último momento.
2. Não seriam alvos os navios norte-americanos
3. Após o desembarque em Iwo Jima, os norte-americanos não deveriam encontrar oposição nas praias.
4. Uma vez que os norte-americanos tivessem avançado cerca de 500 metros na terra, seriam colocados debaixo de fogo concentrado de armas automáticas posicionadas perto do campo aéreo de Motoyama a norte, tal como de armas automáticas e de posições de artilharia, ambas nos terrenos altos ao norte das praias onde desembarcaram os invasores e no Monte Suribachi no sul.
5. Após infligir o máximo possível de baixas e de danos na força terrestre, a artilharia era para ser recolocada em terreno alto perto do campo aéreo de Chidori.
A 5 de Janeiro de 1945, o Almirante Ichimaru realizou um briefing com o pessoal naval no seu posto de comando, no qual os informou da destruição da frota japonesa na Batalha do Golfo de Leyte, a perda das Filipinas, e a espera da invasão em breve da Iwo Jima. Exatamente um mês depois, os operadores de rádio japoneses começaram a reportar ao comandante da ilha que os sinais de código dos aviões norte-americanos tinham sofrido grandes alterações. A 13 de Fevereiro, um avião de patrulha naval japonês detectou 170 navios norte-americanos a se moverem a noroeste do Saigão. Todas as tropas japonesas nas Ogasawaras foram alertadas e ocuparam as suas posições de batalha. Em Iwo Jima, as preparações para a batalha esperada tinham sido completadas, e os defensores estavam prontos.
Preparação norte-americana
Durante o dia de 7 de Outubro de 1944, o Almirante Chester Nimitz e a sua equipa publicaram um estudo do planeamento preliminar, que claramente listava os objectivos da Operação Detachment. O principal motivo da missão da operação era o de manter pressão militar contra o Japão e o de estender o controlo norte-americano ao Pacífico Oeste. Nas mãos norte-americanas, Iwo Jima poderia ser convertida numa base da qual poderiam ser lançados ataques aéreos contra as ilhas principais do Japão, proteger a base nas Marianas, apoiar forças navais, conduzir operações de reconhecimento e fornecer escoltas através de caças a operações de longa distância.
Três tarefas especialmente visionadas no estudo eram:
* redução da força naval e aérea, e industrial no Japão;
* a destruição da força naval e aérea japonesa nas Ilhas Bonin;
* a captura, ocupação, e subsequente defesa de Iwo Jima.
Tadamichi Kuribayashi
Dia-D
Às 02:00 da manhã de 19 de Fevereiro, navios de guerra assinalaram o início do Dia D. Em breve, 100 bombardeiros atacaram a ilha, em seguida outra rajada de artilharia naval. Às 08:30, os primeiros dos eventuais 30.000 fuzileiros da 3ª, 4ª e 5ª divisão de fuzileiros, sobre a V Corporação Anfíbia, desembarcaram na ilha Japonesa de Iwo Jima, e a batalha pela ilha começou.
Os fuzileiros foram recebidos com fogo pesado proveniente da montanha de Suribachi, ao sul da ilha, e combateram em péssimo terreno, em cinza vulcânica áspera que não permitia nenhum movimento seguro ou escavação de uma trincheira. Não obstante, nessa noite a montanha tinha sido cercada e 30.000 fuzileiros navais tinham desembarcado. Aproximadamente mais 40.000 estavam por vir.
A artilharia era ineficaz contra os Japoneses, mas os atiradores, lança-chamas e granadas limpavam os bunkers. Finalmente, a 23 de Fevereiro, o cume foi alcançado. O fotógrafo Joe Rosenthal da Associated Press tirou a famosa foto Raising the Flag on Iwo Jima, publicada no Diário Universal, da bandeira norte-americana a ser hasteada no cume da montanha.
Com a área de desembarque seguro, mais Fuzileiros e equipamento pesado chegaram à costa e a invasão procedeu para norte, para capturar as bases aéreas e o resto da ilha. Com a sua bravura habitual, muitos soldados Japoneses combateram até à morte. Dos mais de 21.800 defensores, apenas 200 foram feitos prisioneiros. As forças Aliadas sofreram mais de 26.000 baixas, com mais de 7.000 mortos. Mais de um quarto das Medalhas de Honra que foram atribuídas a fuzileiros durante a Segunda Guerra Mundial foram dadas pela sua conduta em Iwo Jima.
A ilha de Iwo Jima foi conquistada a 16 de Março de 1945 e declarada segura só em 26 de Março, devido a pequenos focos de resistência ocasional.
Fonte: http://www.diario-universal.com
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