Como o corpo de um homem que morreu por volta de 1800 pode ter virado sabão?
O Homem Sabão, ou “Soapman”, é uma múmia que pertence à coleção do Smithsonian, um dos mais famosos museus do mundo, localizado nos Estados Unidos.
A peça, que faz parte dos mais de 137 milhões de artefatos guardados pelo museu, não está exposta aos visitantes, ficando em um ambiente especial, seco, para ajudar em sua preservação.
Esta semana, no entanto, o Smithsonian divulgou novas imagens da múmia, trazendo à tona sua curiosa história que repercutiu na internet.
O homem que virou sabão foi achado na Philadelphia em 1875 durante as escavações para a construção de uma linha de trem. Acredita-se que ele tenha sido enterrado por volta de 1800 e, graças a uma reação química, seu corpo foi estranhamente preservado.
O homem não estava envolto em ataduras, muito menos havia passado pelo processo de mumificação usado pelos antigos egípcios. Pelo contrário: ele foi enterrado em um caixão comum.
No entanto, por algum motivo, a água entrou na caixa de madeira levando junto solo com PH bastante alcalino. Isso fez com que as gorduras do corpo do homem se transformassem em sabão através de um tipo de hidrólise conhecida como saponificação.
A hidrólise é o processo de quebra de uma molécula por meio da água. No caso da múmia, foi esse processo de quebra das moléculas de gordura do homem feito pela água que resultou em um corpo de sabão.
Os lipídeos e gorduras são formados pela associação de uma molécula de glicerol com três ácidos graxos – os chamados triglicérides. Com a hidrólise e em contato com soluções alcalinas (como o solo que entrou no caixão), a gordura libera glicerol e incorpora sódio, formando sais de ácidos graxos.
Esses sais são o que nós conhecemos comumente por sabão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário