Professor do MIT abre fábrica de bioplástico – material que é degradado na natureza e pode ser produzido a partir do milho.
De acordo com Anthony Sinksey, do Massachusetts Institute of Technology, mais de 113 milhões de toneladas de plástico são produzidos no mundo por ano. O problema não está somente na fabricação, mas na poluição gerada com o descarte do material.
Muito do plástico produzido vai parar nos oceanos, onde ele nunca se decompõe: só é quebrado em minúsculas partículas.
Como resultado de um trabalho de mais de 25 anos, no mês que vem o professor Sinksey e seu antigo aluno Oliver Peoples irão abrir a fábrica Metabolix, que usa tecnologia patenteada do MIT para fazer plástico de milho. A fábrica pretende produzir anualmente 50 mil toneladas de bioplástico, que será degradado no solo ou oceano.
Isso é apenas 1% do que somente os Estados Unidos produzem, mas espera-se que a indústria tenha potencial de crescimento. Segundo os cientistas, o mercado global de polímeros biodegradáveis gira em torno de 259 mil toneladas por ano, e deve dobrar até 2012.
O projeto teve início quando Peoples começou a seqüenciar o gene da bactéria R. eutropha no laboratório de Sinskey.
Esse gene codifica uma enzima que permite à bactéria produzir polihidroxialcanoato (PHA) — uma forma natural de poliéster. Ela precisa apenas de luz do sol, água e uma fonte de carbono para sintetizar o material que utiliza para armazenar carbono e energia.
A ideia, a partir dessa descoberta, era aumentar a capacidade de produção da bactéria para que ela pudesse ser usada para fins comerciais. Em 1994 eles fundaram a Metabolix e utilizam desde então as patentes do gene sintetizador de PHA, tentando viabilizar a produção em larga escala.
No processo de engenharia metabólica desenvolvido por eles, diferentes genes de diferentes bactérias são incorporados na espécie E. coli, criando uma raça que produz PHA em níveis muito maiores que em bactérias naturais.
A nova fábrica em Clinton, Iowa, usa milho como ponto de partida para as bactérias, mas ela também pode funcionar com outros materiais, como celulose, óleo vegetal e cana de açúcar.
O uso de materiais agrícolas ajuda a reduzir a quantidade de petróleo utilizada para fazer plásticos tradicionais. Atualmente, segundo os pesquisadores, são necessários dois milhões de barris de petróleo por dia para fabricar plásticos.
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