Wangari Maathai
Foi ao ver a edição de um jornal francês, que o chamava mercador da morte, aliado ao seu desgosto pelo uso militar dos explosivos que criara, que Alfred Nobel resolveu reverter a situação.
Ao morrer, deixou em testamento valiosa quantia para a fundação de instituição que, anualmente, deveria recompensar pessoas que prestassem grandes serviços à Humanidade, nos campos da paz, da literatura, da química, da fisiologia ou medicina e da física.
No ano de 2004, o Prêmio Nobel da Paz foi entregue a Wangari Maathai, constituindo-se a primeira vez que uma ambientalista conquistava a honraria. Também a primeira vez que a África recebia a distinção.
Boa parte da comunidade internacional reagiu ao anúncio da escolha de Wangari Maathai como vencedora do Nobel. Ela recebeu o prêmio, concorrendo com gente graúda como o chefe da agência internacional de energia atômica e inspetor de armas da ONU, o egípcio Mohamed El Baradei.
Ela foi, em verdade, uma colecionadora de títulos inusitados. Ainda jovem, teve a chance de completar os estudos fora do país. Formou-se em biologia e fez mestrado nos Estados Unidos.
De volta para o Quênia, tornou-se a primeira mulher a coordenar um departamento na universidade de Nairóbi. Vencendo o preconceito dos colegas, todos homens, dirigiu a faculdade de medicina veterinária, onde se tornou a primeira mulher da África Central a alcançar o título de PHD.
Em verdade, foi em 1977 que a doutora Maathai começou a chamar a atenção do mundo ao criar o Movimento Cinturão Verde.
O objetivo era audacioso: recrutar mulheres negras e pobres para reflorestar o país. O Quênia sofria com o desflorestamento acelerado causado pela necessidade de lenha.
Sem infraestrutura na área de energia, boa parte da população precisa de lenha para cozinhar e se aquecer nos meses de frio.
O desflorestamento acelerava a desertificação do solo, a perda de biodiversidade, a morte dos rios e nascentes, o desaparecimento de animais, que passaram a buscar refúgio em outras áreas distantes e, cada vez mais dificuldade de encontrar lenha.
Essa extraordinária mulher conseguiu reverter o processo de destruição das áreas verdes. O cinturão verde promoveu o plantio de nada menos de trinta milhões de mudas de árvores no Quênia, gerando emprego e renda.
Ela também criou a Rede Africana Verde, que disseminou suas práticas pelo continente, formando lideranças em quinze países africanos.
Afirmava ela: Quando plantamos árvores, plantamos sementes de paz. E tinha razão porque o reaparecimento das florestas evita o aumento dos índices de pobreza e miséria, que precipitam as estatísticas de violência.
A doutora Maathai desencarnou, aos setenta e um anos, num domingo de primavera, após grande e valente luta contra um câncer, conforme nota divulgada pela família.
Deixou como legado a luta obstinada contra o machismo, a pobreza e a destruição sistemática do meio ambiente.
Retornou exitosa ao mundo espiritual, deixando-nos um exemplo de que o bem se semeia de muitas formas, inclusive plantando árvores.
Que possamos nela nos espelhar.
Redação do Momento Espírita, com base no artigo Missão
cumprida, de André Trigueiro, publicado no Correio fraterno do ABC,
de setembro/outubro de 2011.
Em 15.05.2012.
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