quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Construindo catedrais


As belas catedrais europeias são, sem dúvida, um grande legado arquitetônico para a Humanidade.

Ganharam os céus, vencendo os desafios tecnológicos e as capacidades construtivas de uma época, sem os conhecimentos atuais da Engenharia Civil, sem o auxílio dos cálculos matemáticos apurados, sem recursos de computadores ou outro aparato tecnológico qualquer.

Suas imensas torres a rasgar os céus, suas paredes bordadas em pedra, seus vitrais filtrando em cores os raios solares que os transpassam, fazem-nas belezas imensas nas paisagens de velhas cidades.

Mas, em todas elas, se se tentar saber quem são seus construtores, encontram-se imensas dificuldades. Essas construções levavam séculos para serem concluídas. E o trabalho de muitos, que dedicavam toda sua vida para construí-las, perdia-se no tempo.

Os sacrifícios para que essas imensas naves fossem erguidas, vencendo os séculos com altivez e beleza, perderam-se na História.

Posto que a construção durava mais do que uma vida humana, eram as vidas de muitos que se somavam para que esses templos ganhassem forma, em um trabalho anônimo, desconhecido.

Não é diferente do que ocorre conosco em nossa caminhada. Muitos de nossos sacrifícios, de nossos esforços passam despercebidos por todos.

Poucos dão-se conta do trabalho anônimo da mãe no lar, preparando as refeições, consertando roupas, pregando um botão ou passando uma camisa, para que filhos e esposo se apresentem impecáveis.

Ninguém percebe quantas vezes alguém se cala para que uma discussão não ganhe proporções indesejadas. Ou quando avança horas na noite, a velar o sono de um enfermo.

Ficam perdidas no anonimato as boas ações como quando, mesmo sem tempo, nos dispomos a ouvir alguém, a ceder a vez para o outro em uma fila, a fazer um favor que nos foi solicitado.

Poucos aquilatam as longas horas de trabalho do professor a corrigir textos, analisar trabalhos, varando madrugadas, a fim de que possa conhecer mais intimamente seus educandos, entendendo suas mentes e suas almas, para melhor colaborar com sua formação.

No entanto, Deus está vendo. Ele percebe nossas intenções e compreende que todas essas ações contribuem para a construção de nossa catedral íntima.

Assim, jamais desanimemos pelo não reconhecimento da sociedade ou da família, frente aquilo que fazemos.

Trabalhemos e vivamos oferecendo o que temos de melhor, na nossa vida familiar, nas lides profissionais ou na convivência social.

É verdade que, muitas vezes, criamos expectativas de que alguém reconheça e valorize o que fazemos.

Porém, mesmo se isso não ocorrer, mesmo assim, nosso trabalho nunca será anônimo.

Afinal, é Deus quem nos cuida e vê cada ação nossa, o esforço que fazemos para erigir a catedral de virtudes e valores nobres em nossa intimidade.

Como os construtores de outrora, toda uma vida de sacrifício será válida se pensarmos que Deus estará sempre vendo o que realizamos.



Redação do Momento Espírita, com base em vídeo de Nicole Johnson.

Em 02.03.2011.

2 comentários:

  1. Olá Nós os cachorros, lindo este texto que publicou, eu também gosto da Doutrina Espírita e leio sempre que posso Allan Kardec, Xico Xavier e Divaldo Franco, apesar de ser Budista penso que todas as doutrinas possuem algo em comum, como o fim do sofrimento, e o respeito por todos os seres sencientes. Quero aproveitar para lhe dizer que recebi um selinho da minha amiga Lua e que repassei também para o seu blog, que eu adoro, é claro! Quando puder passe lá no meu blog para o apanhar.
    Beijinhos dourados.
    Ana Maria

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  2. Ana,

    obrigado pelo comentário...
    Fui agora mesmo visitar sua casa e amei!!!
    Acredito também que todas as religiões, ceitas ou doutrinas tem algo a nos acrescentar.
    Beijos

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