Só quem tem cachorro sabe, na ponta do lápis, quanto se gasta com vacinas, banhos, ração. Isso sem contar com mimos que, às vezes, nem o dono tem consigo mesmo, como massagens e ofurô.
"Ela é tratada como um bebê de verdade. A ração é a mesma de quando pequena, boa, limpo o olho todo dia com água boricada para o pelo não ficar manchado, o que é normal acontecer com poodle; ela vai e volta de táxi do petshop e por aí vai. É que nem filho, por isso nem parece que tem 10 anos", disse a gerente administrativa Ana Rocha, 56, "mãe" de Loló.
Entre os mimos, a poodle branca faz ofurô para relaxar, hidratação nos pelos, só come ração importada com peito de frango, dorme na cama e só anda no colo ou na cestinha de bicicleta.
"Acredita que eu nunca fiz ofurô?", diz a dona, rindo. "Acho que nunca vou ter no papel o que gasto com ela. Só a ração é mais cara que filé mignon. E ela toma banho toda semana, tem várias roupinhas... Nem posso falar muito senão meu marido me mata. Mas ele é louco por ela", completa.
E o itinerário de Loló não fica só entre a casa e o petshop. A cachorrinha visita a dona em seu escritório.
"Ela fica embaixo da mesa. As pessoas às vezes nem sabem que ela está aqui", diz.
Pedro Carrilho/Folhapress
A poodle Loló toma banho de ofurô
Segunda família
A empresária Renata Reich, 29, diz não ter tanta frescura com o yorkshire Magic, 5, mas revela gastar cerca de R$ 400 para cuidar do bichinho.
"Ele toma banho toda semana, faz clareamento, usa roupinha de frio, passeia, mas não fico 'neura' com isso, apenas cuido muito bem dele. Meu marido que é mais babão que eu", conta.
Já sua mãe, Liane Villarta, 55, é mais apegada à também yorkshire Paris, 3. Dona de mais três cachorros, ela contou que sai no colo com sua "bebê", deixa a pequena dormir embaixo de sua cama, enfeita seus pelos com laços, manda fazer escova, compra roupas, além de enchê-la com muito carinho.
"Só de ração gasto em média R$ 400. Tem mês que deve dar mais de R$ 1.000. É uma segunda família. Quando é bebê tem as vacinas, quando envelhece fica igual a um idoso", explica.
Úrsula Fiorenzano Marcondes, 36, dona do petshop Mon Petit Ami, no Rio, conta que as pessoas gastam mesmo com serviços. Entre os que ela oferece estão ofurô, escova de vinho, chapinha, book fotográfico e até quitutes caninos para festas.
"Já teve cliente que gastou, em um dia, R$ 4.100. Mas tem gente que, normalmente, gasta uns R$ 2.700 por mês", explica.
Sucesso entre os cães de pequeno porte, o ofurô é o que mais está fazendo a cabeça dos "pais".
"Eu uso água morna, jogo pétalas de rosas, spray tranquilizante, shampoo de limpeza profunda, faço massagem, abaixo a luz, coloco música... Tem cachorro que já até dormiu aqui de tanto que relaxa", explica Pedro Henrique Coelho, 23, há nove anos trabalhando em petshop.
Isso sim é vida de cachorro.
Pedro Carrilho/Folhapress
Yorkshire Magic faz chapinha
Fonte: http://f5.folha.uol.com.br/bichos/
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