Primeiros sucessos
Marina morou nos Estados Unidos durante a infância e o início da adolescência. Neste período ganhara um violão do pai, como um pretexto para sentir menos falta do país natal. Iniciou a carreira em 1977, quando teve uma canção gravada por Gal Costa, Meu Doce Amor. Decidiu musicar um dos poemas do irmão mais velho, Antônio Cícero e obteve reconhecimento. Estabelecida essa conexão "emocional", Marina e Cícero esqueceram antigas divergências ocasionadas pela idade e, a partir de então, trilhariam uma parceria de sucesso. De volta ao Rio de Janeiro, assina um contrato e lança o primeiro LP, Simples Como Fogo em 1979. No começo dos anos 1990, assina como Marina Lima, e não apenas Marina.
Mulher 80
Desde a década de 1960, quando surgiram os especiais do Festival de Música Popular Brasileira (TV Record) até o final da década de 1980, a televisão brasileira foi marcada pelo sucesso dos espetáculos transmitidos; apresentando os novos talentos registravam índices recordes de audiência. Marina Lima participou do especial Mulher 80 (Rede Globo), um desses momentos marcantes da televisão; o programa exibiu uma série de entrevistas e musicais cujo tema era a mulher e a discussão do papel feminino na sociedade de então, abordando esta temática no contexto da música nacional e da inegável preponderância das vozes femininas, com Maria Bethânia, Fafá de Belém, Zezé Motta, Marina Lima, Simone, Elis Regina, Joanna, Gal Costa, Rita Lee e as participações especiais das atrizes Regina Duarte e Narjara Turetta, que protagonizaram o seriado Malu Mulher.
Nordeste já
Valendo-se do filão engajado da pós-ditadura e feminismo, cantou no coro da versão brasileira de We Are the World, o hit americano que juntou vozes e levantou fundos para a África ou USA for Africa. O projeto Nordeste Já (1985), abraçou a causa da seca nordestina, unindo 155 vozes num compacto, de criação coletiva, com as canções Chega de mágoa e Seca d´água. Elogiado pela competência das interpretações individuais, foi no entanto criticado pela incapacidade de harmonizar as vozes e o enquadramento de cada uma delas no coro.
Depressão e retorno
Após a morte do pai, no período de confecção de O Chamado (1993) e o cancelamento da turnê do CD posterior a este, Abrigo, de 1995, provocado por este e outros problemas pessoais, Marina entra em depressão por causa da morte do pai e da separação de uma mulher que até então ela amava. Na época alegava que o empecilho eram problemas nas cordas vocais. Mesmo neste estado, inspiradíssima e notavelmente cheia de vontade de cantar, lança em 1996 o CD Registros à Meia-Voz, com versões próprias para letras de Paulinho da Viola, Zélia Duncan, Christiaan Oyens, Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Somente em 1998 é que se pode notar os danos que a depressão causou à voz, após romper com uma namorada que morava fora do Brasil: Pierrot do Brasil é um disco magistral, mas que traz uma voz sussurrada, falada, um tanto castigada e algo angustiante. Em novembro de 1999, Marina fez um ensaio para a revista revista Playboy, recebendo R$2,5 milhões para posar.
Em 2000, retorna aos palcos com Síssi na Sua, um grandioso espetáculo, com influência teatral. É nítida a deficiência vocal, apesar de não ter problemas físicos, a voz ficou comprometida com os problemas emocionais. Em 2003, no acústico MTV, apesar de ainda deficiente, é nítida a melhora na voz. Em outubro de 2005, Marina estreia o novo show Primórdios com duas temporadas, por duas semanas em São Paulo, seguida de outra temporada em Janeiro. Essa foi a estratégia. Experimentar como funcionam as novas ideias ao vivo para depois gravar com a certeza de agradar o público. Em Agosto de 2006, lança o CD Lá Nos Primórdios, com a voz mais firme e forte. Anuncia que está fazendo aula de canto e fono, para reaprender a usar a voz. Em Novembro de 2006 registrou o show "Primórdios" em DVD com show fechado no Auditório do Ibirapuera (SP). O DVD ainda se mantém inédito, sem data para edição. Em 2007, Marina se lança na estrada com um novo show, o "Topo Todas Tour". O show é um apanhado de seus maiores sucessos com as canções inéditas de seu último disco, o "Lá nos Primórdios". O show foi encerrado na metade de 2008 e deu lugar para que Marina concebesse o "Marina Lima e Trio em Concerto".
Em 2009 Marina planejava lançar o registro em DVD do show "Primórdios" e o CD de inéditas que veio preparando desde o início deste ano, contando com a produção de Edu Martins, que ficou para 2011. Em 2010 Marina planejava lançar seu primeiro livro, o qual se chamaria "Marina Lima Entre as Coisas", mas problemas com gráfica e editora impossibilitaram a cantora de lançar. Além de entrar na estrada com a turnê do disco "Clímax" a ser lançado com os sucessos "Não Me Venha Mais Com Amor" e "Doce de Nós".
Em 2011, após a morte da mãe, Marina vendeu sua cobertura na Lagoa Rodrigo de Freitas (RJ) e se mudou para São Paulo, no bairro de Higienópolis, e lá compôs todas as novas canções do seu próximo álbum, "Climax", que está na fase de produção final.
Composições e curiosidades
O principal letrista parceiro de Marina é o irmão Antônio Cícero, também musicado por outros grandes nomes da MPB. Durante um bom tempo Cícero esteve quase que onipresente nas composições. Buscando novos ares, parcerias com Alvin L. e William Magalhães tornam-se mais presentes na carreira de Marina a partir da década de 1990.
Discografia
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