O casal adentrou o restaurante, acompanhado por seus dois filhos, que aparentavam ter aproximadamente oito e dois anos.
A mãe trazia consigo uma grande sacola, cujo conteúdo despertou a curiosidade dos demais. Assim que se acomodaram à mesa, o garçom os abordou, anotando os pedidos para aquela refeição.
No momento seguinte, a mãe retirou da sacola dois aparelhos portáteis de dvd e uma coleção de dvd's com histórias infantis.
As crianças selecionaram os filmes que lhes interessariam naquele momento e o pai colocou cada filme em seu respectivo aparelho, que foi devidamente acomodado em cima da mesa de refeição, em frente a cada criança.
A cena chamou a atenção das pessoas presentes.
Logo que o jantar foi servido, as crianças colocaram seus pratos em sua frente e ao lado, mantiveram o pequeno aparelho conectado a cada um, por fones de ouvido.
Para admiração dos que os observavam, assim se mantiveram durante todo o jantar. O casal, comendo e conversando calmamente e os filhos, ilusoriamente comportados, se alimentando e assistindo, cada qual ao seu próprio filme.
* * *
Essa situação nos conduz a alguns questionamentos.
Onde está o diálogo entre os familiares durante o momento da refeição?
Onde está o respeito ao alimento, que nos traz a saúde e o bem-estar e que nos permite a manutenção da vida?
Onde está o limite que devemos nos impor ao uso da tecnologia, em relação a quando, onde e em que tempo devemos usufruir dela?
Quando nos sentarmos à mesa para nos alimentar, saibamos valorizar a companhia dos familiares e dos amigos, respeitando a presença de cada um e aproveitando esse convívio.
* * *
Quando nos alimentamos de qualquer maneira, sem dar a devida atenção ao que estamos ingerindo, estaremos dando pouco valor ao fato de termos o acesso ao alimento e também à sua qualidade.
É certo que o avanço tecnológico se faz hoje com uma velocidade que dificilmente acompanhamos. A inteligência humana é capaz de produzir feitos que há pouco tempo jamais imaginávamos possíveis.
Devemos agradecer a Deus a oportunidade de viver em um mundo onde, a cada dia, surgem mais possibilidades de manutenção da vida, através de descobertas que permitem vencer enfermidades antes tidas como incuráveis.
Através da criatividade e inteligência humanas, surgem criações que colaboram para que as pessoas se mantenham constantemente informadas e conectadas entre si.
Surgem, também, formas diversas de lazer e entretenimento que encantam e envolvem pessoas de todas as idades.
Diante de todo esse avanço tecnológico, saibamos usar a nossa sensibilidade e os valores pessoais para que possamos usufruir dele sem cometer excessos.
Que saibamos os exatos limites de tempo e de espaço ao lançarmos mão do uso desses modernos equipamentos.
Saibamos usar toda essa tecnologia que temos hoje à nossa disposição de forma positiva.
Não deixemos que o uso dela interfira negativamente ou substitua os ricos momentos de convívio com a família e com os amigos, nos quais devemos exercitar o diálogo, o respeito e a fraternidade.
Redação do Momento Espírita.
Em 01.09.2011.
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