Descrição : Planta da família das Scrophulariaceae. Este é o nome que designa duas espécies da família, ambas bienais, de caule até l,40m de altura, também ornamentais e muito frequentes em todos os jardins brasileiros. Folhas glabras, oblongo-lanceoladas, com as nervuras pubes-centes na página inferior; flores dispostas em racimos compactos, multifloros, de 30-40cm, corola cinzento-ferrugínea, intumescida na base, contraída e pilosa na fauce. O fruto é uma cápsula. Esta é venenosa e suas folhas verdes encerram a gli-coside "digitalina", veneno tipo cardíaco e que, segundo experiências realizadas no Museu Nacional do Rio de Janeiro pelo dr. J. B. de Lacerda, ficou constatado que a virulência do veneno é igual nas duas espécies, porém variam as manifestações e a morte sobrevêm paralisando o coração em meia sístole, e não em sístole completa. Isto justifica a afirmativa de Huchard: na terapêutica das moléstias cardíacas, a digital não tem sucedâneos porque a ação de todos os outros remédios propostos é diferente ou inferior. A digitalis purpúrea, L., tem raiz lusifor-me e carnosa, avermelhada exteriormente e branca interiormente; folhas vilosas, radicais, mais ou menos atenuadas em pecíolo, cretas, caule folioso, ereto, cilíndrico, verde-glauco no ápice, com folhas pequenas, nervuras secundárias, salientes, terminando por um racimo unilateral de flores zigomorfas, hermafroditas; o fruto é uma cápsula acuminada, glandulosa, vilosa e albúmen abundante. Não obstante ser ornamental, principalmente as espécies cor-de-rosa, as flores no ápice reunenvse em uma só. £ conservada nos jardins, mas é medicinal. Devido à intensidade da luz solar no Brasil, essa planta fornece muito maior quantidade de "digitalina" do que na Europa. Essa planta contém, além da digitalina, ainda a digitoxina e a digitonina. A mais eficiente e útil é a digitalina que é um tónico cardíaco e diurético de largo emprego na terapêutica universal, porém veneno enérgico com ação imediata sobre o coração, os vasos sanguíneos e a secreção urinária de todos os vertebrados, com exceção do rato e do sapo. É venenosíssima, já na dose de l a 2 centigramas, sendo que a dose útil em farmácia não passa de 4 miligramas.
Partes utilizadas : Folhas secas pulverizadas.
Propriedades medicinais: cardiotônico.
Indicações: cardiopatia valvular.
Princípios Ativos : Linhagens decorativas da Digitalis purpurea tem baixas concentrações de P.A. Folhas e sementes de variedades selvagens de D. pupurea: 30 glicosideos diferentes sendo os principals - purpurea-glicosideo A que produz a digitoxina e purpurea-glicosideo B, precursor da gitoxina, digitalinum Vera. Com a hidrolise, perdem moleculas do agucar, produzindo suas agliconas respectivas, digitoxigenina e gitoxigenina. Agliconas gitaloxigeninicas: glicoverodoxina, glicogita-loxina, gitaloxina. Glicosideos pregnanicos: digipurpurina, diginina, digitalonina. Saponinas esteroidais: desgalactotigonina, digitonina, purpureagitosideo. Antraquinonas. Digitalis lanata : Glicost'deos: lanatosideos A, glicodigifucosfdeo, glicoevatromonosideo, digitoxina, alfa e B-acetildi-goxina. Remogao dos acetatos e agucares resultam em: digitoxina, gitoxina, digoxina, digitalina e gitaloxina. Lanatosideo B, glicotirosideo, digitalinum verum, gitoxina, alfa e (3-acetilgitoxina. Lanatosideo C, desacetil lanatosideo C e dogoxina Lanatosideo D, diginatina, gitalosfdeo diginatigentnico Lanatosideo E, glicoveredoxina, glicoverodoxina Glicosideos pregnanicos: digtfoleina, glicodigifolei-na, diginina, digipronina, lanafoleina, gitonina Saponinas esteroidais: lanagitosideos I e II, tigonina, desglucolanatigonina Agliconas: tigogenina, digalogenina, digitogenina, gitogenina. A Digitalis lanata não e tipicamente usada como po, mas serve como uma fonte importante de lanatosido C e de digoxina.
Contra-indicações/cuidados: Não permitir que criancas entrem em contato com esta erva. As quantidades de tóxinas letais na planta podem causar a morte em criancas.
Efeitos colaterais: Não há relatos, no uso das doses terapeuticas. Quando as doses não estão adequadas podem ocorrer hipertonia gastro-intestinal, perda de apetite, vômitos, diarréia e cefaleias.
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