sexta-feira, 11 de maio de 2012

Plantas que Curam: COUVE - Brassica oleracea


Descrição : da família das Brassicaceae. Também conhecida como cove, kale (inglês), col (espanhol), chou (francês), cavolo (italiano), garten-kohl (alemão). Plantas bienal, de 40 cm a 1,20 metros de altura, com caule ereto, cilíndroco, robusto e carnoso. As folhas são pecioladas, espessas eum pouco carnosas. As flores são grandes, de cor branca ou amarelada, dispostas em raminhos. Crescem em diferentes climas, mas vivem melhor em temperaturas amenas. Suportam geadas e temperaturas abaixo de 0 graus centígrados. Apreciam solos argilosos. Seu cultivo deve ser feito antre os meses de março e setembro, em fileiras bem espaçadas, por estacas de ramos ou pelos brotos que nascem nas laterais da planta-mãe. A colheita, geralmente, deve ocorrer 90 dias após o palntio. Por seleção agronômica, existem variedades de couve que diferem entre si, no porte, no colorido das folhas, nas inflorescências e na rais. A variedade de couve repolhuda ou repolho, tem as folhas sobrepostas, com forma arredondada e se desenvolvem rente ao solo; a couve-crespa apresenta as folhas compridas, enrrugadas e suculentas; a couve tronchuda possui as folhas maiores que a da couve-repolhuda, mas com o desenvolvimento semelhante; a couve rábano possui o caule muito carnoso e comestível; a couvepflor tem inflorescências comestíveis e a couve de bruxelas tem o caule bem comprido, folhas com pecíolos na base, dos quais nascem pequenos brotos redondos e com desenvolvimento semelhante à da variedade repolho. A colheita de cada variedade tem métodos apropriados.

São conhecidos, pelo menos, cinco grupos diferentes dessa planta:

1) Couves "sem cabeça" ou que fecham pouco; caules não-espessos, produzindo folhas durante o período vegetativo;

2) Repolhos: caules curtos terminando-numa reunião de folhas ("cabeça") muito encostadas-umas às outras;

3) Couve-de-bruxellas: caule ramificado, brotos laterais curtos;

4) couve-nabo e C. ruíabaga; caules hipertrofiados, in-tumescimento subterrâneo ou à flor da terra e C. rábano, intu-mescimento aéreo;

5) couve-brócolos e C-flor: inflorescências carnosas e comestíveis. Dos quatro últimos grupos vamos falar de conformidade com a ordem da seriação por nomes vulgares, sendo que o terceiro e quarto grupos pertencem a espécies visi-nhas, porém distintas; quanto às do primeiro grupo, que se acham cultivadas no Brasil, muitas introduzidas e até profusamente distribuídas gratuitamente pelo Governo de São Paulo, iremos tratar, embora superficialmente. A maior parte delas é usada na alimentação humana em grande escala, constituindo mesmo um elemento importantíssimo e totalmente indispensável a todos os povos civilizados, pois que, da abundância ou ausência de legumes verdes nos mercados, pode-se ajuizar, sem erro, do grau de adiantamento da respectiva população. A couve, embora não muito nutritiva é, no entanto, muito saudável. A acusação que se faz para o repolho não é verdadeiro, quando taxa-se-o de indigesto, pois os alemães o consomem em enormes proporções com o seu famoso "chucrute", sem que se tenha confirmado a acusação que lhe fazem. Todas as couves são antiscor-búticas e no passado constituíram a base de toda medicação, pois que são eficazes contra a prisão de ventre, a fraqueza da vista, os tremores dos membros e o ataque de gota. Já as sementes acalmam as cólicas em geral. Nas suas folhas a indústria apícola encontra um valioso auxiliar.

As principais variedades cultivadas entre nós e que pertencem ao primeiro grupo, o qual compreende a variedade Acephala, DC., cujas variedades hortícolas não formam "cabeça" e de que é tipo a couve-galega, e a variedade sabauda L., de variedades hortícolas com folhas crespas, enrugadas e bolhosas, de que é tipo a couve-de-saboya ou de Milão, algumas não formando cabeça e outras formando-a, porém frouxa:


1) — Couve-cavaleira arbórea ou cove-de-vaca; planta vigorosa e alta, até 2m de altura, com folhas lisas, grandes e ligeiramente enrugadas. Dá ótima forragem para porcos, galinhas, carneiros, coelhos, etc. Na ilha de Jérsey seus caules são aproveitados para bengalas que são objeto de comércio e uma das curiosidades que todos os excursionistas adquirem como lembrança da visita ao local.

2) — Couve cavaleira-vermelha porte menor que a precedente, porém ainda mais rústica, pecíolos e nervuras das folhas avermelhados. Igualmente forra
geira, contém em média 8,9% de matéria seca, 1,9% de proteína bruta digestível e 1,3% de proteína real digestível, sendo de 15,96 o valor líquido da energia em grandes calorias.

3) Couve-celga verde-amarelada de Dreiembrunnen: planta sem "cabeça", verdura excelente para a mesa.

4) — Couve de Ia Sarthe: forrageira e muito produtiva, em França entra também na alimentação humana, pelo menos na estação primaveril.

5) Couve de Milão "Favorita de Grrot": folhas frizadas, variedade precoce.

6) — Couve-de-milão "Victoria": folhas numerosas e tão delicadamente enrugadas que é inconfundível mesmo com as demais variedades de folhas iguais, folhas tenras, macias e saborosas, forma "cabeça" grande, verde-amarelada.

7) Couve-de-mosbach: folhas verde-claro, quase pálido, numerosas, frisadas, as superiores recurvadas para trás, nervuras brancas, fortes, caule de 60-70cm. Boa como legume, é tambem ornamental.

8) — Couve-de-sabóia "das Virtudes" ou couve-de-milão "das Virtudes": folhas exteriores numerosas, grandes, rugosas, abertas, verde-escuro, glaucas, folhas interiores formando "cabeça" achatada, às vezes lavada de cor de vinho.

9) — Couve-de-sabóia "precoce de Aubervilliers" ou couve-de-milão "grossa das Virtudes", variedade obtida da anterior e que dela se distingue principalmente por ter o caule mais curto, a cor mais loura e menos glauca, as folhas mais finamente enrugadas e a "cabeça" mais achatada.

10) — Couve--de-Sabóia dourada ou couve-de-milão dourada: folhas interiores grandes, verdes, muito mais enrugadas e quase todas inclinadas para trás, de cor loura, quase amarela, "cabeça" comprida, pouco fechada.


11) — Couve de Sabóia verde ou couve-lombarda ou couve-de-milão ordinária: folhas exteriores grandes, verde-glau-co, enrugadas, as interiores formam uma cabeça" regular, pouco fechada.

12) — couve-aglega ou couve-mineira, também chamada de todo ano. Planta de grande e rápido desenvolvimento, atingindo mais de 4m de altura se lhe forem cortando as folhas novas, boas para a mesa; quando velhas servem para forragem.

13) — Couve-lombarda, de pé alto, folhas bolhosas e enrugadas fechando em "cabeça" antes da inflorescência. Deve pertencer à série das couves-de-milão ou de Sabóia.

14) — Couve--manteiga: folhas verde-amareladas, não muito grandes, tenras, fortemente intumescidas e enrugadas, caule alto. Há uma espécie denominada "especial" ou "lisa", bem verde, ainda mais aconselhada para a mesa e que é uma das mais cultivadas.

15) — Couve Marcellin ou couve-de-milão anã: folhas grandes, verde-escuro, finamente enrugadas, estendendo-se em roseta para todos os lados antes de formar a "cabeça", época em que deve ser colhida. Magnífica pava a mesa.

16) — Couve-meduleira--branca e couve-meduleira-roxa: folhas grandes e poucas, caule intumescido ou ventrudo, comestível como legume enquanto jovem e o seu diâmetro não excede de 7cm. É boa forragem, muito digestível e apreciada pelos animais.

17) — Couve-de-mil-cabe-ças ou couve-pólo: folhas grandes, oblongas, cretas, numerosas, boa forragem, especial para pássaros.

18) — Couve-mur-ciana ou couve-de-nápoles: folhas grandes e espessas, quase arredondadas, verde-escuro na página superior e acizentadas na inferior, forma "cabeça" porém muito frouxa.

19) —Cou-ve-nabiça: folhas compridas, profundamente lobadaè na base, pecíolos bancacentos. Muito boa para a mesa.

20) — Couve-penca ou couve-de-espanha, também chamada couve-madeira: folhas próximas, talos muito brancos e carnosos, forma "cabeça" frouxa e é muito boa para a mesa.

21) — Couve-ramosa-do-potou: folhas numeorsas e grandes, empregadas na França para fazer um tipo de caldo verde. Cultivada em São Paulo como forragem. Sua produção neste Estado é de 70 a 75.000 quilos por hectare.

22) — Tronchuda-portuguesa ou couve-penca-de-chaves, também chamada Troncha: folhas próximas, fortemente nervadas e com as margens onduladas, forma "cabeça" pequena e pouco compacta.

23) — Villariça: folhas largas, nervuras muito grossas, brancas e tenras. — Estão, pois, reunidas aqui todas ou quase todas as variedades do primeiro grupo que se acham em plena cultura no Brasil. A couve pode ser atacada por várias espécies de fungos e insetos, como "percevejo-dos--feijões", "hérnia-da-couve", e seus nomes populares. Todas as demais couves estão sujeitas àqueles elementos destruidores. Como nos demais países do globo, no Brasil, o consumo da couve em todas as suas variedades é muito intenso. Na realidade, é prato quase obrigatório em todos os recantos do nosso país.


Parte utilizada: folhas, talos, sementes.

Origem : Europa, sendo bem cultivada em todo o Brasil.

Modo de conservar : deve-se usar as folhas ainda frescas e muito bem lavadas.

Princípios Ativos: cálcio, cobre, ferro, flúor, fósforo, iodo, minerais, potássio, vitaminas A, B, C.

Propriedades medicinais: anti-helmíntica, anti-reumática, aperiente, béquica, cicatrizante, condicionante, estimulante, expectorante, fortalecedora.

Indicações: acalmar cólicas (sementes), artrite, bronquite (ajudar), asma, catarros, cicatrizar úlcera gástrica e duodenal, desinfetar o intestino, diminuir desejo por bebidas alcoólicas, doenças inflamatórias da pele, dores (ciáticas, reumáticas, nevrálgicas, de gota), estimular o apetite, febre, fortificar crianças em fase de crescimento, gota, prisão de ventre, reumatismo, seborréia do couro cabeludo, tosse, vermes.

Contra-indicações/cuidados: não encontrados na literatura consultada. Porém nenhuma planta deve ser consumida em excesso e nenhum tratamento deve ser feito sem orientação médica.


Modo de usar:
- preferencialmente crua em salada ou suco (pois é rica em vitamina C (mais que a laranja), que se perde com o calor), frita ou refogada com alho e óleo, sopas, em farofas, recheios de omeletes, lasanhas e panquecas, "charutinhos", recheados com arroz cozido, legumes, frango desfiado ou carne moída, talos no preparo de sopas, junto com feijão ou caldos; caldo verde; sucos refrescantes, com suco de limão e açúcar;
- sumo do caule: doenças do estômago;
- suco em jejum: úlceras no estômago, doenças no ouvido, anemia;
- sumo das folhas, tomar uma xícaras quatro vezes ao dia: abrandar hemorróidas, úlcera do estômago e do duodeno, tosse, asma, catarros, doenças inflamatórias da pele, diminuir desejo de bebidas alcólatras;
- suco e as sementes: vermes;
- ferver uma folha de couve em 150 ml de leite de vaca leite, esperar esfriar e adoçar com mel e tomar: tosse, rouquidão e bronquite;
- uma folha de couve macerada com uma colher das de café de ácido bórico, usar como compressa para: aliviar ulcerações na pele;
- uma folha amassada aplicar sobre ferida: cicatrizante;
- talos, colocados em cachaça. Tomar uma colher das de chá por dia: ajuda a corrigir os alcoólatras;
áticas, reumáticas, nevr
álgicas e da gota.

Afecções pulmonares, tosse, asma e bronquite; expectorante : retire a nervura mediana de 1 folhas e fatie. Em 1 xícara de chá, coloque 1 colher de sopa de folha fatiada e adicione leite fervente. DEixe esfriar e coe. Tome 1 xícara de chá de 1 a 3 vezes ao dia, podendo ser adoçado com mel.


Afecções da pele, dermatoses, pruridos e eczemas : em um pilão, coloque 3 colheres de sopa de folhas fatiadas, 1 colher de sopa de suco de limão e 1 xícara de chá de água. Amasse bem e coe em um pano, espremendo o resíduo. Faça compressas nas partes afetadas, com alodão embebido nesse líquido, 2 ou 3 vezes ao dia.

Úlceras estomacais e duodenais; acidez estomacal; intestino preguiçoso: lave bem 1 punhado de folhas, retire a nervura mediana e fatie. Coma antes das refeições, regadas com azeite, durante 3 ou 4 semanas.

Dor muscular e nas juntas; reumatísmo; úceras varicosas; feridas inflamadas; gota; artrite; dor ciática; bevralgias em geral; dor de cabeça ; em uma panela com água em fervura, coloque uma peneira, de modo que amesma não toque n água e sobre a peneira uma pano e 1 punhado de folhas fatiadas. Manter em fervura para adsorver os vapores quentes. Ainda morno, aplique o pano com as folhas nas partes afetadas e cubra com um outro pano. deixe agir por 2 horas ou durante a noite toda.

Alcoolismo crônico : retire os cabinhos de 5 folhas, fatie bem esses e coloque em 1 xícara de chá de álcool de cereais a 50%. DEixe em maceração por 5 dias e coe. Tome 1 colher de sobremessa, diluído em um pouco de água, 3 vezes ao dia.


2 comentários:

  1. Sabe, amigo, com excepção dos bróculos e da couve portuguesa, nunca morri de amores pelas couves... mas depois de ler o seu post, vou concerteza olhar todas de maneira diferente e, passar a incluí-las mais na minha alimentação. Sem dúvida! Um beijo e carícias nas crianças
    Lita

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Sabe Lita, eu não conheço todos os tipos de couve, mas as que conheço sou apaixonado... rs
      Beijocas

      Excluir