terça-feira, 27 de outubro de 2009

Espionagem


Nem todo mundo aprova o avanço dessas tecnologias. Picard, do MIT, preocupa-se com a possibilidade de serviços de segurança empregarem sistemas de interpretação de gestos e expressões sem o consentimento das pessoas observadas. Uma pesquisa feita por Ioannis Pavlidis, da Universidade de Houston, no Texas, mostrou que imagens térmicas de rostos podem revelar aumento do fluxo sanguíneo ao redor dos olhos, indicando estresse. Seria um indício de que a pessoa estaria mais propensa a cometer um crime. A equipe de Pavlidis analisou vídeos térmicos de 39 ativistas políticos que tinham a oportunidade de cometer um crime simulado — roubar um cheque deixado num corredor vazio cujos fundos viriam de uma organização que eles reprovavam. Os ativistas teriam de negar o furto num interrogatório e eram ameaçados com punições (na forma de ruídos intensos) caso o interrogador descobrisse a mentira. Análises das imagens térmicas feitas por computador distinguiram os inocentes dos supostos criminosos em 82% dos casos. Outra técnica, chamada vibriometria Doppler a laser, mede mudanças na respiração e nos batimentos cardíacos. São indicadores que sugerem que uma pessoa está estressada e, possivelmente, mentindo. Para Picard, quem for usar um detector de emoções deveria ser obrigado a confirmar se a pessoa a ser testada aprova a análise. Se não concordar ela poderá dizer não, e o sistema deverá, supõe-se, deixar suas emoções em paz.

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