A economia japonesa sofreu um forte abalo no final de 2008, que fez as vendas despencarem, ao mesmo tempo em que elevou o número de desempregados, falências e concordatas. E apesar de toda essa turbulência, um segmento parece não ter sido afetado pela recessão: o de animais de estimação.
Segundo dados da Associação de Alimentos para Pets do Japão, em 2008, 26,8 milhões de pets viviam no arquipélago, o que representa um aumento de 5,1% em relação a 2007. E todo o segmento é impulsionado pelo consumo de roupas, alimentos, seguros, hotéis, e tantas outras invenções desenvolvidas para os bichos.
Mas nem tudo são flores, apesar do cenário aparentemente favorável para os pets. Isso porque, à exemplo de muitos países, no Japão, os cães de raça são os mais desejados. Assim, os cães SRD (sem raça definida) sofrem com o desprezo e abandono, abarrotando cada vez mais os canis municipais.
E ao invés de estimular a adoção desses animais, as prefeituras recorrem à eutanásia, método muito utilizado no Brasil até abril de 2008, quando o então governador José Serra sancionou a lei que proíbe o ato em animais saudáveis nos 645 municípios do Estado de São Paulo. Vale lembrar que alguns Estados brasileiros ainda praticam a eutanásia, através da câmara de gás ou de descompressão.
Morte silenciosa
De acordo com o site da ONG inglesa Dogs Trust, de 2007 a 2009, o número de cachorros que foram levados à eutanásia na Grã-Bretanha era de 6 a 9%. Já no Japão, segundo a organização de bem-estar animal ALIVE, infelizmente, o número chegou a 70%.
E o resultado pode ser pior, dependendo da província analisada, como Tokushima, por exemplo. A prefeitura local informou que apenas em 2008, mais de 88% dos cães abandonados no Centro de Bem-Estar Animal foram mortos.
Segundo apuração da Reuters e relatos de voluntários e funcionários de ONGs, os motivos do abandono são vários. A maioria é descartada pelo próprio dono, enquanto outros nasceram nas ruas, filhos de vira-latas. Há ainda os que são comprados para a temporada de caça, e em seguida, com o término do período, são deixados na rua.
Cabe então à prefeitura recolhê-los, dando a eles apenas sete dias de vida, antes de irem para a "caixa dos sonhos", eufemismo para a câmara de gás (dióxido de carbono), local em que os bichinhos são colocados para morrer.
Luz no fim do túnel
Na opinião do adestrador Kensuke Kuramoto, que tem um Doberman, a atitude em relação aos pets está mudando, aos poucos, para melhor. Principalmente com a cobertura da imprensa destacando as cidades que apresentam um número elevado de cães soltos pelas ruas. "Assim como há pessoas que tratam os animais como um membro da família, também há aquelas que os compram apenas para celebrar o aniversário da filha", lamenta.
Apesar dos esforços das ONGs em estimular a adoção de pets, estima-se que de março de 2008 a março de 2009, o Centro de Bem-Estar Animal de Tokushima levou para a eutanásia mais de 2,7 mil cachorros.
E por mais que o dióxido de carbono não cause dor ou sofrimento aos bichinhos, toda a operação acaba causando sofrimento em quem é obrigado a conviver com a eutanásia diariamente. É o caso do veterinário chefe do Centro de Tokushima, Akinori Kume. "Sempre que eu aperto o botão para injetar o gás (na câmara), eu me sinto completamente impotente", confessou o veterinário à Reuters.
Segundo dados da Associação de Alimentos para Pets do Japão, em 2008, 26,8 milhões de pets viviam no arquipélago, o que representa um aumento de 5,1% em relação a 2007. E todo o segmento é impulsionado pelo consumo de roupas, alimentos, seguros, hotéis, e tantas outras invenções desenvolvidas para os bichos.
Mas nem tudo são flores, apesar do cenário aparentemente favorável para os pets. Isso porque, à exemplo de muitos países, no Japão, os cães de raça são os mais desejados. Assim, os cães SRD (sem raça definida) sofrem com o desprezo e abandono, abarrotando cada vez mais os canis municipais.
E ao invés de estimular a adoção desses animais, as prefeituras recorrem à eutanásia, método muito utilizado no Brasil até abril de 2008, quando o então governador José Serra sancionou a lei que proíbe o ato em animais saudáveis nos 645 municípios do Estado de São Paulo. Vale lembrar que alguns Estados brasileiros ainda praticam a eutanásia, através da câmara de gás ou de descompressão.
Morte silenciosa
De acordo com o site da ONG inglesa Dogs Trust, de 2007 a 2009, o número de cachorros que foram levados à eutanásia na Grã-Bretanha era de 6 a 9%. Já no Japão, segundo a organização de bem-estar animal ALIVE, infelizmente, o número chegou a 70%.
E o resultado pode ser pior, dependendo da província analisada, como Tokushima, por exemplo. A prefeitura local informou que apenas em 2008, mais de 88% dos cães abandonados no Centro de Bem-Estar Animal foram mortos.
Segundo apuração da Reuters e relatos de voluntários e funcionários de ONGs, os motivos do abandono são vários. A maioria é descartada pelo próprio dono, enquanto outros nasceram nas ruas, filhos de vira-latas. Há ainda os que são comprados para a temporada de caça, e em seguida, com o término do período, são deixados na rua.
Cabe então à prefeitura recolhê-los, dando a eles apenas sete dias de vida, antes de irem para a "caixa dos sonhos", eufemismo para a câmara de gás (dióxido de carbono), local em que os bichinhos são colocados para morrer.
Luz no fim do túnel
Na opinião do adestrador Kensuke Kuramoto, que tem um Doberman, a atitude em relação aos pets está mudando, aos poucos, para melhor. Principalmente com a cobertura da imprensa destacando as cidades que apresentam um número elevado de cães soltos pelas ruas. "Assim como há pessoas que tratam os animais como um membro da família, também há aquelas que os compram apenas para celebrar o aniversário da filha", lamenta.
Apesar dos esforços das ONGs em estimular a adoção de pets, estima-se que de março de 2008 a março de 2009, o Centro de Bem-Estar Animal de Tokushima levou para a eutanásia mais de 2,7 mil cachorros.
E por mais que o dióxido de carbono não cause dor ou sofrimento aos bichinhos, toda a operação acaba causando sofrimento em quem é obrigado a conviver com a eutanásia diariamente. É o caso do veterinário chefe do Centro de Tokushima, Akinori Kume. "Sempre que eu aperto o botão para injetar o gás (na câmara), eu me sinto completamente impotente", confessou o veterinário à Reuters.
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