A desigualdade de renda na população brasileira permanece entre as dez maiores do mundo. Mas, mesmo assim, está prestes a atingir seu menor nível desde os registros iniciados em 1960.
Levantamento do Centro de Políticas Sociais da FGV (Fundação Getúlio Vargas) divulgado nesta sexta-feira (10), mostra que, entre 2003 e 2009, 29 milhões de pessoas ingressaram na chamada nova classe média (classe C), que cresceu 34,32%.
As classes D e E, no mesmo período, diminuíram respectivamente 11,63% e 45,50%.
De acordo com a FGV, no atual ritmo de crescimento, levaríamos 30 anos para atingir níveis de desigualdade equivalentes ao dos Estados Unidos. “Porém, existem consideráveis reservas de crescimento pró-pobres que só começaram a ser exploradas na década passada”, aponta o estudo.
Menos pobres
Como consequência da manutenção do crescimento com redução da desigualdade, a pobreza também continua em tendência decrescente. Em 2003, eram 49 milhões de brasileiros encaixados as classe E.
Após a recessão do primeiro ano do governo Lula até 2008, 19,5 milhões de pessoas saíram da pobreza, adicionando mais um milhão em 2009. “Chegamos a uma população de 28,8 milhões de pobres, um contingente ainda expressivo, sem dúvida. A taxa de pobreza caiu de 16,02% para 15,32% entre 2008 e 2009, “em pleno ano da crise”, lembra a FGV.
Classes
O estudo mostrou ainda que, de acordo com a última Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), a proporção de pessoas na classe A cresceu 0,18% no último ano – o que corresponde à entrada de 106,5 mil pessoas.
A classe B cresceu outros 3,5% no ano passado, ganhando 443 mil pessoas. “Se analisarmos desde 2003, o contingente de pessoas que passam à classe B é de 3,4 milhões. Hoje, em 2009, temos 40,4 milhões de pessoas na classe B”.
Já a classe C, que atingia 37,56% da população brasileira em 2003, passou a representar 50,45% em 2009 ou 94,9 milhões de pessoas. O crescimento acumulado é de 34,34%.
A classe D diminuiu 3% no ano passado, perdendo 900 mil pessoas e atingindo 2,5 milhões de brasileiros. Já a classe E perdeu um milhão de pessoas em 2009, uma redução de 4,32%. Atualmente, são 28,8 milhões os brasileiros com renda mensal familiar de até R$ 705, segundo a FGV.
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