quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Plantas que curam: AGNO CASTO - Vitex Agnus-Castus


Descrição : Nativa do Mediterrâneo, é conhecida pelos gregos há 2.000 anos ou mais. O nome Vitex foi obra dos antigos romanos, que a consideravam a planta similar ao salgueiro, por causa da forma semelhante de suas folhas. Os ramos flexíveis favoreciam o seu uso para o artesanato em vime, à semelhança do salgueiro. Agnus castus, do grego agnos castus - casto, puro - tem a ver com a associação que era feita entre a planta e a castidade, desde tempos remotos. Suas sementes lembram os grãos da pimenta. Outros nomes populares: alecrim-de-angola, agno-casto, árvore-da-castidade, cordeiro-casto, flor-da-castidade, pimenteiro-silvestre. Possui porte arbustivo, entre 1 e 6m de altura, com ramos quadrangulares, cinzentos, tomentosos. As folhas são decíduas, cruzadas-opostas, longo-pecioladas, e palmadas. Tem de 5 a 7 folíolos inteiros, lanceolados de até 10 cm de comprimento. A página inferior da folha é tomentosa e branca. As flores azuis, ocasionalmente, rosas, formam inflorescèncias terminais. O cálice e peri-cálice da corola bilabiada é pubescente. O fruto é uma drupa globular-oblonga, vermelha-escuro, tem 2/3 envolvidos em concha pelo cálice, com 4 sementes. O exocarpo tem pelos glandulares curtos.

Parte utilizada: frutos secos, flores.

Habitat: É natural da Amazónia ocorrendo no Cerrado e América central também.

História: Planta reconhecida desde a antiguidade, descrita por Hipócrates, Dioscórides e Teofrastus. Na Ilíada a planta aparece como o símbolo da castidade. Os primeiros herbalistas reconheceram seu efeito no sistema reprodutor feminino. Acomissão E alemã aprovou a planta para tratamento de mastodinia e irregularidades mestruais.

Quase todos os estudos com o Vitex se baseiam na preparação desenvolvida pelo médico Gerhard Madaus *, em 1930, de um extrato de frutas secas patenteado com o nome de Agnolítico. Ele observou que a formulação tinha o efeito de aumentar o nível de progesterona produzido pelo organismo feminino. Pesquisadores atuais acreditam que sua substância regula o funcionamento da hipófise, ao detectar níveis aumentados de estrógeno e levar os ovários a diminuir a sua produção. A planta é usada para tratamento de irregularidades menstruais. Em mulheres que querem engravidar, desempanha o papel de regularizar os ciclos e prevenir abortos. Estudos clínicos mostram que os benefícios dessa planta podem demorar seis meses ou mais para aparecer. No alívio da TPM (2), sua ação é perceptívei já a partir da segunda menstruação. Efeitos mais duradouros, no entanto, podem levar um ano para aparecer.

Propriedades : antidisentérico, antiestrogênico, antiinflamatório, anti-séptico, calmante, carminativo, diurético, emenagogo, espasmolítico, estimulante, estimulante da secreção de LH, expectorante, galactagogo, inibidor da secreção do hormônio FSH, inibidor da secreção de prolactina, sedante, vulnerario.

Indicações : Tem uso eficaz contra a depressão, ajuda a estabilizar a perimenopausa (período que antecede a menopausa), diminuindo a dor nos mamilos e melhorando a libido. Ocupa os receptores de popamina, deixando a mulher bem humorada, também auxilia no combate a infertilidade feminina, incrementando a produção de progesterona nas mulheres. Também indicado no combate à distonias neurovegetativas (ansiedade, insônia, palpitações, taquicardia, vertigens),doenças fibrocísticas das mamas, ejaculação involuntária, erisipela, espasmos gastrointestinais e feridas.

Principios Ativos : 1,8-cineol, agnusídeo, alfa e beta-pineno, aucubino, bornil-acetato, casticana, eurostosídeo, isovitexina, limoneno, orientina, sabineno, viticineno. Sumidades floridas: flavonóides: casticina, homoorientina; glucosídos iridoídeos: aucubosídeo, agnosídeo; taninos, princípios amargos. Frutos: óleo essencial (0,5%) rico em cineol e pineno, agnosídeo, aucubina, ácido mussaendosídico, enterosídeo, agnocastosídeo A, B e C: Flavonóides: casticina, derivados do caempeferol e quercetagina, penduletina, crisosoplenol, isovitexina e derivados luteolínicos; Óleos Essenciais: Monoterpenóides: cineol, alfa e beta pineno, limoneno, sabineno, castino, eucalipitol, mirceno, linalool, citronelol, cimeno, canfeno. Sesquiterpenóides: Farneseno, cariofileno, cardineno e ledol.

Modo de usar:
USO INTERNO:
- infusão: uma colher de sopa em 200 ml de água fervente. Deixar 15 minutos. Tomar 2 a 4 vezes ao dia: diurético, antidisentérico, expectorante, hematúria, hemorróidas, diabete, problemas menstruais e de menopausa, lactação deficiente, ejaculação involuntária, reumatismo, diarréia, gastralgia, amenorréia, bronquite;
USO EXTERNO:
- infusão acima: banho de erisipela;
- compressa em torno do pescoso das folhas frescas moídas, misturadas com gordura, até virar uma pasta: gripe e resfriado.

Toxicologia : gestantes, lactantes, mulheres que fazem tratamento hormonal, para quem tem défícit metabólicos de FSH. erupções cutâneas moderadas e desarranjo intestinal em menos de 2% das mulheres durante o uso do agnocasto. Pode aumentar o fluxo menstrual e cefaléias. A DLM é acima de 300ml para humanos acima de 60Kg. Os extratos etanolícos em doses (muito) maiores que a terapêutica apresentam sinais de toxidade não espe­cificados, não havendo nenhum relato de morte por intoxicação.

Precauções e efeitos colaterais: Evitar seu uso em pacientes com distúrbios da coagulação sanguínea. Eventualmente podem aparecer "rash" cutâneo, urticária, náusea, vómito, boca seca, dor de cabeça, tontura, sonolência, confusão e agitação.

Interação medicamentosa: O uso concomitante com amantadina pode aumentar os efeitos colaterais dopaminérgicos. Evitar o uso do Agnocasto com agonistas da dopamina: fenotiazina, pergolide, bromocriptine,amantadina. Caso o pacien­te escolha o tratamento fitoterápico, os sintomas de adição de agonismo dopaminérgico, náusea, dor de cabeça, tontura, fadiga, vómitos e hipotensão postural - devem ser monitoradas de perto. Teoricamente a atividade agonista dopaminérgica do Agnocasto se opõe à dos antagonistas da dopamina, diminuindo a eficácia destes últimos. Se a terapia for iniciada com Agnocasto em um paciente que faça uso de antagonistas da dopamina, deverá ser feito um monitoramento cuidadoso dos sintomas anteriormen­te controlados pela dopamina.

Farmacologia: As substâncias hormônio-semelhantes tornam-no útil em distúrbios da deficiência de progesterona-infertilidade feminina, menopausa, TPM. Após a ingestão, os frutos exercem efeitos progesterogénicos regulando a produção ovariana de progesterona e estrogênio regulando os ciclos menstruais. Uma pes­quisa randomizada, placebo controlada usou uma pre­paração homeopática contendo agnocasto para tra­tar infertilidade em 67 mulheres, oligomenorréia em 37 e amenorréia em 30. Todos os grupos receberam o preparado o placebo 3 vezes ao dia. 38 das 67 mulheres menstruaram espontaneamente, aumentaram a concentração de progesteTOTra ciclo encurtado, ovulação precoce e gravidez; O Agnocasto está disponível na Alemanha desde 1950 para dor mamaria, insuficiência ovariana e sangramento uterino; O fruto (o extrato Zc 440) foi comparado com placebo por 3 ciclos menstruais num estudo prospectivo, randomizado, placebo-controlado, com 170 mulheres (36 anos) com TPM. O extra­to foi estandartzado em casticina; Preparados de Agnocasto inibiram a secreção de prolactina basal e TRH - estimula­da, sugerindo seu uso na hiperpro-lactinemia; Estudos em animais mostraram aumento da lactação e das mamas, in­dicando efeito na liberação de prolactina; A planta é útil em sintomas menstruais, anormalidades endócrinas, neuroses, derma-toses, acne. Aumenta o risco de gravidez múltipla e de aborto.

Posologia: 20 a 40ml de tintura diários. Até 3g de planta seca (1 colher de sopa para cada xícara de água) em infuso no uso interno até 3 vezes ao dia, com intervalos menores que 12hs. Cápsulas e extrato líquido: 20mg diários para a TPM (Schellenberg, 2001; Berger, 2000) e até 3g para de­sordens do ciclo menstrual (Blumenthal e cols., 1998; Newall e cols., 1996).

Resumo Clínico: Usos etnofarmacológicos: diurética, emenagoga, anti-reumática, antiofídica, diaforética, pulmonar, laxante e antiinflamatória das vias urinárias.

Fonte: http://www.plantasquecuram.com.br/ervas/indice.html

Nenhum comentário:

Postar um comentário