XIX Congresso Brasileiro de Etologia, p. 219, 2001
Reconhecimento de expressões faciais caninas versus humanas por crianças de 2 à 3 anos
A. P. Rossi¹, F. L. Gonçalves¹, M. F. Costa¹ & D. Ramos²
Acidentes por mordidas de cães são um problema sério e comum, sendo as crianças o principal alvo desses acidentes. Diversos são os motivos que tornam as crianças mais susceptíveis aos ataques de cães como agitação, produção de sons de alta freqüência, o tamanho e o próprio fato de olharem fixamente para a face do cão, atitude que pode desencadear agressividade por medo ou por dominância. O presente estudo teve por objetivo constatar a reação de crianças diante de fotos de cães com expressão de agressividade e passividade e comparar com a reação diante de fotos humanas. Buscou-se abordar susceptibilidade de crianças aos ataques caninos segundo a sua capacidade de reconhecimento de expressões faciais. Estudos sugerem que o reconhecimento de expressões faciais já ocorre em bebês recém-nascidos. Além disso, expressões faciais exibidas pelos pais e indicativas de prazer, desprazer, perigo e outras emoções podem ser úteis para o aprendizado sobre o meio em que a criança vive. Entretanto, ainda que as crianças na faixa de 1 a 3 anos de idade demonstrem algum entendimento de expressões faciais ele ainda é bastante rudimentar. A observação foi realizada com 10 crianças entre 2 e 3 anos de idade. O aparato experimental consistia de 2 placas (92cm x 42cm) com um orifício no centro e uma câmera filmadora. Em uma das placas havia duas figuras de uma mesma pessoa, sendo uma exibindo expressão neutra e a outra sorrindo. Na outra havia duas figuras de um mesmo cachorro, sendo uma exibindo expressão neutra e outra com os dentes aparentes (expressão de raiva). As placas foram apresentadas para cada criança por um período de 10 segundos e foi registrado, em fita de vídeo, a direção de seus olhares. Os resultados mostram quem não houve preferência em relação às fotos humanas. Já para as fotos de cachorro, houve uma clara preferência pela foto onde os dentes estavam expostos. Tal fato pode ser comparado à preferência por sorrisos em experimentos com faces humanas, além de consistir um fator de risco para acidentes entre cães e crianças. Isto fortalece a hipótese de que crianças desta faixa etária poderiam confundir a sinalização de ataque expressa pelos animais, com o sorriso humano, levando a uma aproximação da criança ao animal, ao invés de evitação.
¹ Pós-graduando do Depto de Psicologia Experimental do Instituto de Psicologia (IP-USP)
² Graduanda em Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ-USP)
Depto de Psicologia Experimental do Instituto de Psicologia (IP-USP)
Reconhecimento de expressões faciais caninas versus humanas por crianças de 2 à 3 anos
A. P. Rossi¹, F. L. Gonçalves¹, M. F. Costa¹ & D. Ramos²
Acidentes por mordidas de cães são um problema sério e comum, sendo as crianças o principal alvo desses acidentes. Diversos são os motivos que tornam as crianças mais susceptíveis aos ataques de cães como agitação, produção de sons de alta freqüência, o tamanho e o próprio fato de olharem fixamente para a face do cão, atitude que pode desencadear agressividade por medo ou por dominância. O presente estudo teve por objetivo constatar a reação de crianças diante de fotos de cães com expressão de agressividade e passividade e comparar com a reação diante de fotos humanas. Buscou-se abordar susceptibilidade de crianças aos ataques caninos segundo a sua capacidade de reconhecimento de expressões faciais. Estudos sugerem que o reconhecimento de expressões faciais já ocorre em bebês recém-nascidos. Além disso, expressões faciais exibidas pelos pais e indicativas de prazer, desprazer, perigo e outras emoções podem ser úteis para o aprendizado sobre o meio em que a criança vive. Entretanto, ainda que as crianças na faixa de 1 a 3 anos de idade demonstrem algum entendimento de expressões faciais ele ainda é bastante rudimentar. A observação foi realizada com 10 crianças entre 2 e 3 anos de idade. O aparato experimental consistia de 2 placas (92cm x 42cm) com um orifício no centro e uma câmera filmadora. Em uma das placas havia duas figuras de uma mesma pessoa, sendo uma exibindo expressão neutra e a outra sorrindo. Na outra havia duas figuras de um mesmo cachorro, sendo uma exibindo expressão neutra e outra com os dentes aparentes (expressão de raiva). As placas foram apresentadas para cada criança por um período de 10 segundos e foi registrado, em fita de vídeo, a direção de seus olhares. Os resultados mostram quem não houve preferência em relação às fotos humanas. Já para as fotos de cachorro, houve uma clara preferência pela foto onde os dentes estavam expostos. Tal fato pode ser comparado à preferência por sorrisos em experimentos com faces humanas, além de consistir um fator de risco para acidentes entre cães e crianças. Isto fortalece a hipótese de que crianças desta faixa etária poderiam confundir a sinalização de ataque expressa pelos animais, com o sorriso humano, levando a uma aproximação da criança ao animal, ao invés de evitação.
¹ Pós-graduando do Depto de Psicologia Experimental do Instituto de Psicologia (IP-USP)
² Graduanda em Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ-USP)
Depto de Psicologia Experimental do Instituto de Psicologia (IP-USP)
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