Um pequeno poema de Bertolt Brecht diz:
A minha mãe.
Quando ela acabou, foi colocada na terra
Flores nascem, borboletas voejam por cima...
Ela, leve, não fez pressão sobre a terra
Quanta dor foi preciso para que ficasse tão leve!
A dor nos faz mais leves, quando extraímos dela o sumo da sabedoria.
De nada adianta sofrer e continuar o mesmo, com a mesma maneira de pensar, com os mesmos vícios...
A dor sempre ensina. A dor sempre esculpe. Cabe ao aluno deixar-se ser formado/moldado por ela.
A dor vai retirando, a golpes de cinzel, o que, no bloco de mármore da vida, não é beleza, não é escultura.
Num primeiro momento, e numa visão acanhada, os golpes são cruéis, ferem, sangram.
Mais tarde, porém, apenas mais tarde, pode-se ver o bloco, antigamente disforme, agora tomando formas definidas e certas.
Assim é o sofrimento. Quase sempre é compreendido apenas com o passar do tempo e quando a visão madura de nós mesmos sobrepõe o imediatismo persistente na alma.
Saímos mais leves da vida, certamente, quando aprendemos com o sofrer; quando não repetimos mais os mesmos erros e eles não mais nos escravizam.
Saímos mais leves daqui, quando arrancamos de nós os pesados vícios - essas cargas perversas que insistimos em carregar pelos dias.
Saímos mais leves, sim, ao entender que somos os maiores prejudicados quando guardamos mágoa, quando permitimos que um sentimento negativo fique ressentindo em nosso peito por tanto tempo.
Saímos aliviados da existência, quando a doença nos consumiu a vida do corpo, mas renovou a vitalidade da alma, que agora nasce de novo, deixando na enfermidade transata os débitos com a Lei maior.
É certo que a dor é educadora enérgica e implacável, mas é professora indispensável de nossas existências inseguras e irresponsáveis.
É de entendimento geral que, quanto mais responsável e maduro o educando, mais flexível e ameno pode ser o educador.
Vivemos ainda a época dos educandos rebeldes, aparentemente incorrigíveis, por isso a mestra dor precisa atuar com tanta veemência e rigidez.
* * *
O pântano e as águas estagnadas experimentam rigorosa drenagem, a fim de se transformarem em jardim e pomar.
O deserto sente a modificação da sua estrutura, mediante elementos químicos, de modo a reverdecer e coroar-se de flores.
A semente sofre o esmagamento e arrebenta-se em vida exuberante.
Nos animais, o parto é violência orgânica dolorosa, que liberta a vida que conduzia encarcerada.
Compreensível, desse modo, que o desabrochar da perfeição comece pelo despedaçar do grotesco em predominância no ser humano.
Erros que geraram calamitosos efeitos a reparar, desafios que promovem à conquista de mais elevados patamares se apresentam com frequência.
São inevitáveis as ocorrências depuradoras, os sofrimentos de sublimação.
A dor é mensagem da vida cantando o hino de exaltação e glória à evolução. Recebê-la com tranquilidade constitui admirável realização íntima da lucidez intelecto-moral do ser humano.
Redação do Momento Espírita com citação do capítulo
A dor e suas bênçãos, do livro Fonte de luz, pelo
Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 14.09.2009
A minha mãe.
Quando ela acabou, foi colocada na terra
Flores nascem, borboletas voejam por cima...
Ela, leve, não fez pressão sobre a terra
Quanta dor foi preciso para que ficasse tão leve!
A dor nos faz mais leves, quando extraímos dela o sumo da sabedoria.
De nada adianta sofrer e continuar o mesmo, com a mesma maneira de pensar, com os mesmos vícios...
A dor sempre ensina. A dor sempre esculpe. Cabe ao aluno deixar-se ser formado/moldado por ela.
A dor vai retirando, a golpes de cinzel, o que, no bloco de mármore da vida, não é beleza, não é escultura.
Num primeiro momento, e numa visão acanhada, os golpes são cruéis, ferem, sangram.
Mais tarde, porém, apenas mais tarde, pode-se ver o bloco, antigamente disforme, agora tomando formas definidas e certas.
Assim é o sofrimento. Quase sempre é compreendido apenas com o passar do tempo e quando a visão madura de nós mesmos sobrepõe o imediatismo persistente na alma.
Saímos mais leves da vida, certamente, quando aprendemos com o sofrer; quando não repetimos mais os mesmos erros e eles não mais nos escravizam.
Saímos mais leves daqui, quando arrancamos de nós os pesados vícios - essas cargas perversas que insistimos em carregar pelos dias.
Saímos mais leves, sim, ao entender que somos os maiores prejudicados quando guardamos mágoa, quando permitimos que um sentimento negativo fique ressentindo em nosso peito por tanto tempo.
Saímos aliviados da existência, quando a doença nos consumiu a vida do corpo, mas renovou a vitalidade da alma, que agora nasce de novo, deixando na enfermidade transata os débitos com a Lei maior.
É certo que a dor é educadora enérgica e implacável, mas é professora indispensável de nossas existências inseguras e irresponsáveis.
É de entendimento geral que, quanto mais responsável e maduro o educando, mais flexível e ameno pode ser o educador.
Vivemos ainda a época dos educandos rebeldes, aparentemente incorrigíveis, por isso a mestra dor precisa atuar com tanta veemência e rigidez.
* * *
O pântano e as águas estagnadas experimentam rigorosa drenagem, a fim de se transformarem em jardim e pomar.
O deserto sente a modificação da sua estrutura, mediante elementos químicos, de modo a reverdecer e coroar-se de flores.
A semente sofre o esmagamento e arrebenta-se em vida exuberante.
Nos animais, o parto é violência orgânica dolorosa, que liberta a vida que conduzia encarcerada.
Compreensível, desse modo, que o desabrochar da perfeição comece pelo despedaçar do grotesco em predominância no ser humano.
Erros que geraram calamitosos efeitos a reparar, desafios que promovem à conquista de mais elevados patamares se apresentam com frequência.
São inevitáveis as ocorrências depuradoras, os sofrimentos de sublimação.
A dor é mensagem da vida cantando o hino de exaltação e glória à evolução. Recebê-la com tranquilidade constitui admirável realização íntima da lucidez intelecto-moral do ser humano.
Redação do Momento Espírita com citação do capítulo
A dor e suas bênçãos, do livro Fonte de luz, pelo
Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de
Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.
Em 14.09.2009
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