segunda-feira, 4 de maio de 2009

Uma história para rir um pouco...

Vinte anos. Ah, os vinte anos.

De casados é claro!

Casamos novos.

Ela com 19 e eu com 20 anos de idade.

Lua de mel, viagens, mobílias na casa alugada, prestações da casa própria e o primeiro bebê.

Anos oitenta e a moda era ter uma filmadora do Paraguai.

Sempre tinha um amigo ou um vizinho contrabandista disposto a trazer aquela muambazinha por um preço módico.

Ela tinha vergonha, mas eu desejava eternizar aquele momento.

Irrompi na sala de parto com câmera no ombro e chorei enquanto filmava o parto do meu primeiro filho.

Todo mundo que chegava lá em casa era obrigado a assistir o filme.

Perdi a conta das cópias que fiz do parto e distribui entre amigos, parentes e parentes dos amigos.

Meu filho e minha esposa eram meu orgulho.

Três anos depois, novo parto, nova filmagem, nova crise de choro.

Como ela categoricamente disse que não queria que eu filmasse, invadi a sala de parto mais uma vez com a câmera ao ombro.

As pessoas que me conhecem sabem que havia apenas amor de pai e marido naquele ato. O fato de fazer diversas cópias da fita era apenas uma demonstração do meu orgulho.

Nada que se comparasse ao fato de ela, essa semana, invadir a sala do meu proctologista, câmera ao ombro, filmando o meu exame de próstata.

Eu lá, com as pernas naquelas malditas braçadeiras, o cara com um dedo (ele jura que era só um!) quase na minha garganta e a mulher gritando:

- Ah! Doutoor! Que maravilha! Vou fazer duas mil cópias dessa fita! Semana que vem estou enviando uma para o senhor!

Meus olhos saindo da órbita a fuzilaram, mas a dor era tanta que não conseguia falar.

O miserável do médico girou o dedo e eu vi o teto a dois centímetros do meu nariz.

A mulher continuou a gritar, como um diretor de cinema:

- Isso, doutor! Agora gire de novo, mais devagar. Vou dar um close agora...

Alcancei um sapato na mesa e joguei na maldita.

Agora, estou escrevendo este e-mail, pedindo aos amigos que receberem uma cópia do filme, que o enviem de volta para mim.

Eu pago o reembolso.

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