Os imigrantes brasileiros e peruanos no Japão que aceitarem um pacote do governo de US$ 3 mil para voltarem para ao seu país de origem poderão regressar em três anos ao Japão.
Da BBC Brasil
A mudança no pacote oferecido pelo governo japonês foi anunciada nesta segunda-feira. O prazo para poder retornar ao Japão, antes indefinido, foi estipulado agora em três anos.
O Japão resolveu definir este período depois de receber várias críticas, inclusive do governo brasileiro.
"Para corrigir o mal-entendido, decidimos determinar o prazo limite para retorno ao Japão em três anos para aqueles que usaram o auxílio", disse à imprensa o porta-voz do governo, Takeo Kawamura.
Os que pegarem o dinheiro do governo vão poder retornar ao Japão com o visto de trabalho partir de 2012. Segundo o Ministério da Justiça, os critérios na hora de conceder este visto especial para descendentes de japoneses serão os mesmos.
"O governo reconheceu que a medida causou um impacto negativo para o Japão", comemorou o sindicalista e ativista social Francisco Freitas.
"Afinal, ele não pode simplesmente dar o dinheiro e proibir o trabalhador de poder voltar ao país."
Desde que começou a vigorar a medida, em 1º de abril, 1.095 pessoas já se inscreveram para solicitar o dinheiro.
Além dos US$ 3 mil, cada dependente recebe um adicional de US$ 2 mil.
Para ter acesso a esse dinheiro, o candidato tem de estar desempregado, não pode ter patrimônio no Japão e precisa ter entrado no país antes do dia 31 de março deste ano.
Críticas
Na semana passada, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, entregou ao embaixador japonês no Brasil, Ken Shimanouchi, uma carta de protesto contra esta iniciativa do governo do Japão.
"Acontece uma crise e a primeira coisa que se faz é criar um mecanismo, dentro outras muitas medidas corretas, que diz que para você voltar para seu país o Japão dá a passagem, mas você só voltará no dia que o Japão achar conveniente", comentou à imprensa.
"Ou seja, nós só servimos para construir? Para dar nossa mão-de-obra? Na hora que aperta o calo, nós somos os primeiros a ouvir: pode voltar para casa."
No entanto, apesar da mudança no texto, a medida ainda é vista com cautela por alguns líderes da comunidade brasileira no Japão. O sociólogo e professor da Universidade Musashi, Angelo Ishi, diz que é preciso ficar atento para o próximo passo das autoridades.
"Precisamos saber se o governo japonês vai realmente manter o visto especial para nikkeis, pois há vários projetos em discussão no Parlamento que propõem o fim dele", comentou o acadêmico.
Ishi participou recentemente de um debate sobre os brasileiros no Japão na televisão Asahi, no qual o parlamentar japonês Taro Kono, que já foi vice-ministro da Justiça, chegou a afirmar novamente que foi um erro do Japão ter criado este visto especial.
Em 2006, quando Kono exercia o cargo no ministério, ele chegou a afirmar que a vinda dos imigrantes brasileiros ao Japão foi um "fracasso".
"Uma idéia comum em discussão entre os políticos é exigir o conhecimento do idioma japonês para a liberação do visto", contou Ishi. "De todo jeito, não deixa de ser uma vitória esse recuo do governo japonês".
Da BBC Brasil
A mudança no pacote oferecido pelo governo japonês foi anunciada nesta segunda-feira. O prazo para poder retornar ao Japão, antes indefinido, foi estipulado agora em três anos.
O Japão resolveu definir este período depois de receber várias críticas, inclusive do governo brasileiro.
"Para corrigir o mal-entendido, decidimos determinar o prazo limite para retorno ao Japão em três anos para aqueles que usaram o auxílio", disse à imprensa o porta-voz do governo, Takeo Kawamura.
Os que pegarem o dinheiro do governo vão poder retornar ao Japão com o visto de trabalho partir de 2012. Segundo o Ministério da Justiça, os critérios na hora de conceder este visto especial para descendentes de japoneses serão os mesmos.
"O governo reconheceu que a medida causou um impacto negativo para o Japão", comemorou o sindicalista e ativista social Francisco Freitas.
"Afinal, ele não pode simplesmente dar o dinheiro e proibir o trabalhador de poder voltar ao país."
Desde que começou a vigorar a medida, em 1º de abril, 1.095 pessoas já se inscreveram para solicitar o dinheiro.
Além dos US$ 3 mil, cada dependente recebe um adicional de US$ 2 mil.
Para ter acesso a esse dinheiro, o candidato tem de estar desempregado, não pode ter patrimônio no Japão e precisa ter entrado no país antes do dia 31 de março deste ano.
Críticas
Na semana passada, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, entregou ao embaixador japonês no Brasil, Ken Shimanouchi, uma carta de protesto contra esta iniciativa do governo do Japão.
"Acontece uma crise e a primeira coisa que se faz é criar um mecanismo, dentro outras muitas medidas corretas, que diz que para você voltar para seu país o Japão dá a passagem, mas você só voltará no dia que o Japão achar conveniente", comentou à imprensa.
"Ou seja, nós só servimos para construir? Para dar nossa mão-de-obra? Na hora que aperta o calo, nós somos os primeiros a ouvir: pode voltar para casa."
No entanto, apesar da mudança no texto, a medida ainda é vista com cautela por alguns líderes da comunidade brasileira no Japão. O sociólogo e professor da Universidade Musashi, Angelo Ishi, diz que é preciso ficar atento para o próximo passo das autoridades.
"Precisamos saber se o governo japonês vai realmente manter o visto especial para nikkeis, pois há vários projetos em discussão no Parlamento que propõem o fim dele", comentou o acadêmico.
Ishi participou recentemente de um debate sobre os brasileiros no Japão na televisão Asahi, no qual o parlamentar japonês Taro Kono, que já foi vice-ministro da Justiça, chegou a afirmar novamente que foi um erro do Japão ter criado este visto especial.
Em 2006, quando Kono exercia o cargo no ministério, ele chegou a afirmar que a vinda dos imigrantes brasileiros ao Japão foi um "fracasso".
"Uma idéia comum em discussão entre os políticos é exigir o conhecimento do idioma japonês para a liberação do visto", contou Ishi. "De todo jeito, não deixa de ser uma vitória esse recuo do governo japonês".
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