segunda-feira, 4 de julho de 2011

A Razão do chamado


Os desentendimentos e contendas são comuns nos relacionamentos humanos.

Eles se fazem presentes nas famílias, nas empresas, nas escolas e onde quer que se reúnam pessoas.

Velhos vícios humanos os alimentam e perpetuam.

O egoísmo dificulta a percepção das necessidades alheias.

O orgulho faz com que a própria personalidade tenha superlativa importância.

Nessa disputa de egos, busca-se mais vencer do que convencer.

Na equipe profissional, almeja-se posição de destaque, para mais e melhor ganhar.

Nesse intuito, muitas vezes se sacrificam a lealdade e a amizade.

No âmbito familiar, para não assumir encargos, chega-se a lançar mão de argumentos desonestos e de chantagens.

Em tal contexto infeliz, as batalhas se sucedem, mas a guerra nunca termina.

Sorrisos e afagos dissimulam mágoas e revolta.

Talvez alguém seja aparentemente o vitorioso, mas a perda coletiva é manifesta.

Ocorre que a vida a tudo modifica, em sua pujança.

O que hoje é importante, amanhã pode nada mais significar.

Ao final de todos os embates e discussões, resta conviver com a própria consciência.

Mais cedo ou mais tarde, sempre se é chamado a refletir a respeito do que se fez.

Isso pode se dar pela ocorrência de uma enfermidade, do desemprego ou de uma tragédia qualquer.

Ou então apenas no ocaso da vida, quando todas as ilusões se diluem.

Para quem nunca recuou, nunca contemporizou ou pacificou, esse momento pode ser bem difícil.

Para não se arrepender mais tarde, convém refletir sobre a finalidade do existir desde já.

Nesse sentido, há uma interessante passagem evangélica.

Em sua primeira epístola universal, São Pedro reflete sobre a conduta cristã em face de situações desafiadoras.

Ele defende que não se retribua mal por mal ou injúria por injúria.

Ao contrário, diz que a tudo se deve bendizer, porque é para essa vivência que o cristão foi chamado.

Realmente, a fileira dos que reclamam e brigam é sempre numerosa.

Ocorre que o homem renasce na Terra para vencer suas dificuldades íntimas e transcender.

Ele não aporta no cenário terrestre com o objetivo de vencer debates, fugir de deveres ou ter largas vantagens.

Os conflitos estéreis do mundo representam o que deve ser abandonado, a bem da própria paz.

Para que cessem as contendas e as divisões é que o homem foi chamado a reencarnar.

A fim de ter sucesso, ele precisa ser um fator de paz e harmonia, onde quer que se encontre.

Para ser fiel a esse propósito, é importante estar disposto a ceder, a contemporizar e a suportar.

No contexto da vida maior, somente se pacifica quem aprende a ceder em favor da paz dos outros.

Pense nisso.



Redação do Momento Espírita, com base no cap. 118, do livro Pão nosso, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, ed. Feb.

Em 29.06.2011.

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