terça-feira, 23 de junho de 2009

Burcas não têm lugar na França, diz Sarkozy

O presidente francês, Nicolas Sarkozy, disse nesta segunda-feira (22) que as burcas, vestimenta que cobre todo o corpo da mulher, dos pés à cabeça, escondendo seu rosto, não têm lugar na França, já que são um símbolo de subjugação da mulher.

Durante um discurso solene ao Parlamento sobre uma ampla gama de assuntos, Sarkozy apoiou uma iniciativa lançada na semana passada por parlamentares que expressaram preocupação com o crescente uso de burcas na França.

Mulheres usam diferentes tipos de véus na cabeça: no topo esquerdo, um hidjab, no topo direito, um niqab, na esquerda de baixo, um xador; por último, a burca. (Foto: AFP)


"A questão da burca não é uma questão religiosa, é uma questão de liberdade e de dignidade das mulheres", afirmou Sarkozy durante uma sessão conjunta das duas Casas do Parlamento, realizada no Palácio de Versailles.

"A burca não é um símbolo religioso, é um símbolo da subjugação, da subjugação das mulheres. Quero dizer solenemente que não será bem-recebida em nosso território", afirmou, recebendo fortes aplausos.

Numa iniciativa multipartidária, 60 parlamentares propuseram a uma comissão parlamentar que examine a disseminação da burca e encontre meios de combater a tendência. Referindo-se a essa proposta, Sarkozy disse que é a maneira correta de proceder.

"Tem de haver um debate e todas as posições têm de ser apresentadas. Que melhor lugar para isto do que o Parlamento? Eu digo a vocês: não temos de nos envergonhar de nossos valores, não temos de ter medo de defendê-los", disse ele.

O debate sobre a burca é resquício de uma controvérsia sobre o uso de véus por meninas muçulmanas na sala de aula, que inflamou a França por uma década. Por fim, em 2004 foi aprovada uma lei que proíbe estudantes de usarem símbolos claros de sua religião nas escolas do Estado.

Críticos dizem que a lei estigmatizou os muçulmanos em um momento em que o país deveria estar combatendo a discriminação nos mercados de trabalhos e imobiliário, que causa uma divisão entre a maioria da sociedade e muitos jovens descendentes de imigrantes.

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