O ciúme pode ser positivo e necessária. É a consciência de uma distância ou de uma interferência numa relação de compromisso. Em geral aparece quando sentimos que nosso parceiro não está tão ligado a nós como gostaríamos. Então, é uma indicação de que alguém ou alguma coisa se interpôs entre nós e os laços ficam mais frágeis. Também pode ser entendido como um sinal de alerta. Uma espécie de "luz vermelha" a indicar que algo está falhando. Seja em um ou no outro, seja na relação, algum distanciamento é denunciado pelo ciúme. Quanto mais intenso e menos controlável, maior o problema.
O sentimento pode ser benéfico sobretudo se ocorre em uma união consistente e provoca um comportamento de aproximação dos companheiros. Pequenos jatos de ciúme as vezes funcionam como uma cola que os une e previne qualquer tendência natural ao afastamento. Mas quando o ciúme ultrapassa os limites do bom senso, provoca sofrimento para as pessoas envolvidas. É até possível que leve ao término da relação.
O sentimento pode ser demasiado por várias razões. A primeira delas é uma interação matrimonial perturbada. Nesse caso, trata-se de casais que funcionam com base no “estar no controle”, em “ciúme-infidelidade-ciúme”, entre outros padrões que dão lugar à escalada cada vez maior de crises de ciúme. A segunda razão para o sentimento são os contratos mal feitos, em que aspectos importantes não são ditos, desejos não são explicitados nem bancados, restrições não são negociadas. Isso leva freqüentemente crises repetitivas e profundas na relação. A terceira razão são dificuldades emocionais particulares de cada um dos parceiros. Indivíduos com sérias deficiências em sua estruturação de personalidade terão menos habilidade para lidar com relacionamentos e com todas as vertentes “perigosas” que existem, como desacertos, rejeições, desavenças. Podem ainda sentir-se perseguidos e traídos, o que alimenta o excesso de ciúme.
Para a pessoa consciente, o sentir-se tomado pelo ciúme a leva a questionar-se sobre ele e sua maneira de relacionar amorosamente. Pode tirar daí conclusões importantes a respeito de sua forma de ser. Já os ciumentos inconscientes constituem um problema à parte. Eles permanecem em vigília o tempo todo, sempre muito tensos, aflitos. Tomam atitudes muitas vezes destemperadas. Estão sempre procurando uma forma de confirmar as suspeitas a respeito do parceiro ou da parceira.
Em questão de ciúme, a linha divisória entre imaginação, fantasia, crença e certeza se torna vaga e imprecisa. As dúvidas podem se transformar em idéias supervalorizadas ou delirantes. A pessoa é compelida à verificação compulsória de suas dúvidas. Ciumentos, entre outras atitudes, fazem questão de confirmar onde o parceiro ou a parceira está, e se está mesmo com quem disse que estaria; abrem correspondências e ouvem telefonemas; examinam bolsos, bolsas, carteiras, recibos, roupas íntimas. Seguem o companheiro ou a companheira. Até contratam detetives particulares para vasculhar o dia-a-dia dele ou dela. Toda essa tentativa de aliviar sentimentos, além de ridícula para o próprio ciumento, não ameniza o mal estar da dúvida.
O ciúme provavelmente contém um elemento de dependência e de medo do abandono. Pessoas que sofrem com o sentimento pode-se aproveitar os momentos em que aparece para verem como são, como manipulam, como impelem contra as melhores intenções e aspirações, contra os melhores desejos. Isto é: utilizar as crises para se darem conta da direção para a qual o ciúme conduz. Ficar atento a essas pistas as vezes altera a relação consigo mesmo e, portanto, a atitude quanto ao outro.
* Artigo publicado na Coluna AMOR da revista CARAS 663 de 21/7/2006.
O sentimento pode ser benéfico sobretudo se ocorre em uma união consistente e provoca um comportamento de aproximação dos companheiros. Pequenos jatos de ciúme as vezes funcionam como uma cola que os une e previne qualquer tendência natural ao afastamento. Mas quando o ciúme ultrapassa os limites do bom senso, provoca sofrimento para as pessoas envolvidas. É até possível que leve ao término da relação.
O sentimento pode ser demasiado por várias razões. A primeira delas é uma interação matrimonial perturbada. Nesse caso, trata-se de casais que funcionam com base no “estar no controle”, em “ciúme-infidelidade-ciúme”, entre outros padrões que dão lugar à escalada cada vez maior de crises de ciúme. A segunda razão para o sentimento são os contratos mal feitos, em que aspectos importantes não são ditos, desejos não são explicitados nem bancados, restrições não são negociadas. Isso leva freqüentemente crises repetitivas e profundas na relação. A terceira razão são dificuldades emocionais particulares de cada um dos parceiros. Indivíduos com sérias deficiências em sua estruturação de personalidade terão menos habilidade para lidar com relacionamentos e com todas as vertentes “perigosas” que existem, como desacertos, rejeições, desavenças. Podem ainda sentir-se perseguidos e traídos, o que alimenta o excesso de ciúme.
Para a pessoa consciente, o sentir-se tomado pelo ciúme a leva a questionar-se sobre ele e sua maneira de relacionar amorosamente. Pode tirar daí conclusões importantes a respeito de sua forma de ser. Já os ciumentos inconscientes constituem um problema à parte. Eles permanecem em vigília o tempo todo, sempre muito tensos, aflitos. Tomam atitudes muitas vezes destemperadas. Estão sempre procurando uma forma de confirmar as suspeitas a respeito do parceiro ou da parceira.
Em questão de ciúme, a linha divisória entre imaginação, fantasia, crença e certeza se torna vaga e imprecisa. As dúvidas podem se transformar em idéias supervalorizadas ou delirantes. A pessoa é compelida à verificação compulsória de suas dúvidas. Ciumentos, entre outras atitudes, fazem questão de confirmar onde o parceiro ou a parceira está, e se está mesmo com quem disse que estaria; abrem correspondências e ouvem telefonemas; examinam bolsos, bolsas, carteiras, recibos, roupas íntimas. Seguem o companheiro ou a companheira. Até contratam detetives particulares para vasculhar o dia-a-dia dele ou dela. Toda essa tentativa de aliviar sentimentos, além de ridícula para o próprio ciumento, não ameniza o mal estar da dúvida.
O ciúme provavelmente contém um elemento de dependência e de medo do abandono. Pessoas que sofrem com o sentimento pode-se aproveitar os momentos em que aparece para verem como são, como manipulam, como impelem contra as melhores intenções e aspirações, contra os melhores desejos. Isto é: utilizar as crises para se darem conta da direção para a qual o ciúme conduz. Ficar atento a essas pistas as vezes altera a relação consigo mesmo e, portanto, a atitude quanto ao outro.
* Artigo publicado na Coluna AMOR da revista CARAS 663 de 21/7/2006.
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