domingo, 10 de outubro de 2010

A CASA DAS SETE MORTES / BA.


Uma construção na capital baina é cercada de mistérios.
No centro histórico de Salvador (BA), a construção conhecida como "casa das sete mortes", gera polêmica entre os moradores da região.
Você já ouviu falar de uma casa assombrada bem no centro histórico de Salvador?
As pessoas que moram e os que trabalham na vizinhança, contam histórias de aparições e barulhos.
Abandonada há anos e tombada pelo patrimônio histórico, o solar, construído em 1605, é um dos mais antigos do país. Conhecida como "a casa das sete mortes", a construção ainda é cercada de alguns mistérios.
Muita gente que vive na Ladeira do Paço, conta que não gostaria de passar uma noite dentro da tal casa. As crianças dizem que ela treme, as portas e janelas batem. Exagero de criança ? Creio que não. Um antigo morador da rua dá uma dica de como no passado o imóvel ficou com fama de mal assombrado:
- Disseram que a empregada era muito mal tratada pelos patrões. Cansada dos maus tratos, um dia resolveu se vingar: escolheu a hora do almoço, quando as sete pessoas se reuniam à mesa, e colocou veneno na comida.

Segundo os arquitetos especialistas do Instituto Patrimônio Artístico e Cultural do Estado, a casa é considerada a "avó" de todas as casas do Brasil. Nenhuma casa, em todo país, tem tantos elementos, tantos detalhes que remetam ao estilo residencial português, quanto este casarão.
Entrar na casa é mergulhar num passado de 400 anos atrás. Como comprovam gravuras e documentos, a casa já existia em 1605, descoberta essa que motivou a recuperação do imóvel: do lado de fora azulejos portugueses ( do século XVII) e do lado de dentro, as peças são inglesas: tudo restaurado.
São vários tipos de piso, dos mais refinados - como do mármore carrara -, aos bem rústicos ( os de pedra lascadas, tijolos de barro e cal).
No Arquivo Colonial e Provincial consta, no livro do Tribunal da Relação ( de 1755) - o equivalente hoje ao Tribunal de Justiça - o caso das sete mortes:
"Padre Manoel Almeida Pereira morreu junto com outros dois pardos e um preto", consta no índice.

Portanto, não foram sete mortes, e sim quatro.
Vizinhos que moram ao lado da casa, descobriram a origem de todo mistério:
- O que o pessoal fala sobre essas visagens, não tem nada disso.
Existe muito "sariguê" pulando a noite. Pela manhã, ainda os encontramos dormindo dentro das panelas, sacolas. Esse animal, andando no teto de madeira, dá a impressão de passos de pessoas.
Pronto. Está solucionado o mistério: na "casa das sete mortes" não tem fantasmas.
Só que com isso, acaba a graça do Pelourinho.
Por outro lado, com mais esse imóvel pronto e recuperado, a história está garantida por muitos e muitos anos.

(Fonte: Via Brasil)

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