22 de fevereiro de 2.008
Uma escavação à procura de um foco de cupins acabou resultando na descoberta dos corpos mumificados de duas irmãs da ordem espanhola das Concepcionistas, em um nicho em uma parede de taipa de pilão do mosteiro da Luz (região central de São Paulo), onde funciona o Museu de Arte Sacra de São Paulo.
As múmias foram encontradas lado a lado, "uma com a cabeça sobre o ombro da outra", conta a diretora do museu, Mari Marino. Segundo a diretora, uma tem a pele conservada, os sapatos calçados e um terço nas mãos, cruzadas "em posição de amém". Da segunda, menos conservada, foi encontrada a ossada, corroída pelos cupins.
A descoberta foi revelada ontem pelo "Diário de S. Paulo".
O salão onde estão as múmias abrigava um cemitério onde eram sepultadas as irmãs concepcionistas. Ele fica ao lado da antiga sacristia do mosteiro, erguido em 1774 pelo frei Galvão -primeiro santo brasileiro, canonizado em 2007.
O cemitério funcionou nesse salão até 1822, ano da morte de frei Galvão, quando os enterros passaram a ser feitos do lado de fora. Desde 1774, 129 freiras foram enterradas no mosteiro.
Para serem sepultados, os corpos das freiras eram envoltos em uma espécie de casulo feito de argila e coberto com terra e cal, diz o arqueólogo Sérgio Monteiro da Silva, do departamento de arqueologia da morte do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP.
Apesar de terem sido encontradas juntas, a principal hipótese é que as freiras tenham sido sepultadas separadamente. "A segunda freira provavelmente morreu anos depois e, no sepultamento, a primeira foi empurrada para trás", diz Silva, que participou da escavação.
O trabalho de escavação foi conduzido por uma equipe de cerca de 12 pessoas -além da descupinizadora e da direção do museu, arqueólogos, legistas, religiosos e fotógrafos acompanharam o trabalho.
Uma comissão formada por membros do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP e religiosos já deu início a análises químicas e pesquisas nos arquivos da cúria para identificar as freiras.
As múmias deverão futuramente ser expostas ao público.
A escavação começou no sábado de Carnaval, mas a limpeza completa das múmias só terminou na sexta-feira. Os corpos permanecem dentro de um dos seis carneiros (espécie de gaveta mortuária comum em construções antigas) da sala.
No local há outros cinco carneiros e irmãs sepultadas sob o chão. Um outro carneiro chegou a ser aberto, mas permanece intocado por recomendação de especialistas. As outras quatro gavetas só deverão ser abertas após análises com um radar de superfície. O equipamento, utilizado para identificar covas clandestinas, deve ser cedido pela Sabesp (empresa de saneamento de São Paulo).
Fonte: Folha de S.Paulo
Uma escavação à procura de um foco de cupins acabou resultando na descoberta dos corpos mumificados de duas irmãs da ordem espanhola das Concepcionistas, em um nicho em uma parede de taipa de pilão do mosteiro da Luz (região central de São Paulo), onde funciona o Museu de Arte Sacra de São Paulo.
As múmias foram encontradas lado a lado, "uma com a cabeça sobre o ombro da outra", conta a diretora do museu, Mari Marino. Segundo a diretora, uma tem a pele conservada, os sapatos calçados e um terço nas mãos, cruzadas "em posição de amém". Da segunda, menos conservada, foi encontrada a ossada, corroída pelos cupins.
A descoberta foi revelada ontem pelo "Diário de S. Paulo".
O salão onde estão as múmias abrigava um cemitério onde eram sepultadas as irmãs concepcionistas. Ele fica ao lado da antiga sacristia do mosteiro, erguido em 1774 pelo frei Galvão -primeiro santo brasileiro, canonizado em 2007.
O cemitério funcionou nesse salão até 1822, ano da morte de frei Galvão, quando os enterros passaram a ser feitos do lado de fora. Desde 1774, 129 freiras foram enterradas no mosteiro.
Para serem sepultados, os corpos das freiras eram envoltos em uma espécie de casulo feito de argila e coberto com terra e cal, diz o arqueólogo Sérgio Monteiro da Silva, do departamento de arqueologia da morte do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP.
Apesar de terem sido encontradas juntas, a principal hipótese é que as freiras tenham sido sepultadas separadamente. "A segunda freira provavelmente morreu anos depois e, no sepultamento, a primeira foi empurrada para trás", diz Silva, que participou da escavação.
O trabalho de escavação foi conduzido por uma equipe de cerca de 12 pessoas -além da descupinizadora e da direção do museu, arqueólogos, legistas, religiosos e fotógrafos acompanharam o trabalho.
Uma comissão formada por membros do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), do Museu de Arqueologia e Etnologia da USP e religiosos já deu início a análises químicas e pesquisas nos arquivos da cúria para identificar as freiras.
As múmias deverão futuramente ser expostas ao público.
A escavação começou no sábado de Carnaval, mas a limpeza completa das múmias só terminou na sexta-feira. Os corpos permanecem dentro de um dos seis carneiros (espécie de gaveta mortuária comum em construções antigas) da sala.
No local há outros cinco carneiros e irmãs sepultadas sob o chão. Um outro carneiro chegou a ser aberto, mas permanece intocado por recomendação de especialistas. As outras quatro gavetas só deverão ser abertas após análises com um radar de superfície. O equipamento, utilizado para identificar covas clandestinas, deve ser cedido pela Sabesp (empresa de saneamento de São Paulo).
Fonte: Folha de S.Paulo
Nossa!!!
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