quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Proteja seus pets do mau hálito


Os donos de cães e gatos que não dispensam um beijo carinhoso de seus pets bem sabem o bafinho não muito agradável que eles manifestam. Mas ao contrário do que muitos imaginam, não é normal que os animais tenham mau hálito. O problema é causado, em 90% dos casos devido à falta de higiene bucal, o que leva ao surgimento da placa bacteriana e tártaro nos dentes. De acordo com o médico veterinário Roberto Fecchio, especialista em odontologia, “apenas animais com algum problema bucal vão apresentar o mau hálito” e para evitar danos maiores, o ideal é que os pets tenham seus dentes escovados diariamente.

Além da escovação, o especialista também recomenda o uso secundário de produtos específicos para a limpeza dos dentes, como biscoitos, rações, brinquedos e até mesmo medicamentos que podem ser colocados na água do animal. Fecchio lembra que mesmo assim a escovação diária é fundamental, já que as bactérias levam em média 24h para se formarem. “A placa bacteriana se forma em decorrência de organismos que se unem à saliva e restos de alimento e grudam nos dentes. Essas bactérias fermentam, soltando gases, responsáveis pelo mau hálito. Para evitá-las, só com escovação, e desde filhotes”.

Mais do que prevenir o mau hálito, escovar os dentes do pet também evita o tártaro, ou a doença periodontal, infecção grave que, apesar de não ter cura, pode ser controlada com antibióticos. Ela facilita a entrada de bactérias na corrente sanguínea, que por sua vez, chegam ao coração do animal, rins, fígado, entre outros órgãos, sem falar na perda progressiva dos dentes. Nesses casos, o especialista explica que é preciso utilizar medicação, além da retirada imediata do tártaro dos dentes do pet.

Esse foi o caso de Matheus, um Lhasa Apso de 15 anos e meio, que precisou passar pelo procedimento recentemente. Além da limpeza, também foram retirados os dentes mais amolecidos, como explica a proprietária do animal, Cinthia Okawa. “Comecei a tratar tardiamente, pois quando os meus cães eram mais novos pouco se falava a respeito da higienização, mas hoje há mais informação e recursos disponíveis.”. Ela explica ainda que começou a se preocupar com a saúde bucal de seus pets depois que soube de um caso de infecção generalizada, que resultou na morte de um cachorro. “O cão do meu tio faleceu em decorrência de infecção generalizada, e como a boca é a parte do corpo mais ‘suja’, é muito provável que a infecção tenha sido originada por um ferimento no local”, acredita.

Escovação em cães e gatos

Mas engana-se quem pensa que apenas os totós precisam escovar os dentes. Curiosamente, os gatos também precisam da higienização bucal. E já que a tarefa não é muito simples em bichanos adultos, Fecchio explica que se acostumados desde filhotes, fica mais fácil, começando sempre colocando um pouco de pasta no dedo e esfregando cuidadosamente. E nada de utilizar produtos de higiene para humanos. O material é tóxico e pode causar intoxicações graves tanto em cães como em gatos. Para a tarefa, utilize escovas e pastas próprias para o uso veterinário.

O especialista também recomenda que a hora da escovação deva ser um momento de prazer e alegria para o pet, portanto, é preciso começar de maneira não agressiva, para que não seja uma experiência traumática e ele nunca mais queira escovar os dentes. “Uma boa dica é fazer bastante carinho no animal, conversar com ele e fazer um passeio ou dar um agrado após a escovação”, orienta.

Cinthia segue à risca as orientações veterinárias. Apesar de Matheus não fazer festa na hora da escovação, a proprietária explica que o animal já até sabe a hora de limpar os dentinhos. “Hoje meu cão sabe que quando ele termina o jantar, vai escovar os dentes e aceita sem nenhuma relutância”. Cinthia explica ainda que além do animal adorar o gosto da enzima que utiliza para a escovação, o carinho durante a limpeza é o principal atrativo para que ele não fique nervoso.

E para finalizar, Fecchio também alerta que uma boa forma de prevenção é levar os bichinhos anualmente a um especialista em odontologia par realizar exames mais específicos na gengiva, alterações na coloração do dente e raiz. “Ainda assim, sempre que os pets forem levados ao clínico geral é recomendável que o dono peça que o veterinário também analise a boca do animal”, orienta Fecchio.

Fonte: http://petmag.uol.com.br/

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