segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Um vôo para a liberdade


A cidade de Roma estava abarrotada de gente. Eram peregrinos vindos de toda a Europa para as celebrações do jubileu do ano de 1600, que aconteceriam durante o ano todo.
Especialmente naquele dia a população se aglomerava para contemplar um espetáculo singular.
As tochas acesas ao longo do caminho iluminavam a pálida manhã de fevereiro.
O filósofo de 52 anos caminhava lentamente sobre as pedras frias...
Descalço e acorrentado pelo pescoço, vestia um lençol branco estampado com cruzes, demônios e chamas vermelhas.
Aquele homem magro vencia, a passos lentos, os oitocentos metros desde a torre nona, onde estivera encarcerado, e o campo das flores, ampla praça onde seria executado.
Alguns monges seguiam ao seu lado convidando-o ao arrependimento. De tempos a tempos aproximavam o crucifixo dos seus lábios, dando-lhe oportunidade de salvar-se.
A população se acotovelava para ver um herege famoso morrer na fogueira...
Chegando à praça, onde a morte o aguardava, o filósofo se negou mais uma vez a beijar a cruz. Então foi amordaçado, despido e atado a uma estaca de ferro e coberto com lenhas e palhas até o queixo.
O fogo foi ateado. E enquanto as labaredas chamuscavam-lhe a barba e seus pulmões se enchiam de fumaça, Giordano Bruno tinha o olhar fixo no infinito...
Enquanto a pele estalava sob o calor das chamas e o sangue fervia nas veias, o notável filósofo ainda guardava uma convicção: não iria para o inferno.
A certeza de que veria outros sóis, inúmeros mundos celestiais e viajaria através do infinito, lhe davam uma paz indescritível.
Em seu julgamento, no ano de 1592 em Veneza, Giordano Bruno disse aos seus julgadores: “Uma vez que a alma não pode ser encontrada sem o corpo e todavia não é o corpo, pode estar neste ou naquele corpo e passar de corpo em corpo.”
Bruno foi morto na fogueira por defender a idéia de que a alma humana poderia, após a morte, retornar a terra num corpo diferente, e até continuar a sua evolução em outros mundos além da terra.
Além da crença na reencarnação, ele defendia a idéia de que o indivíduo pode encontrar a salvação sem a intervenção de terceiros, mas do seu relacionamento direto com Deus, ao longo de sua jornada na terra.
Foi graças as suas convicções que Bruno não titubeou ante a fogueira que o aguardava...
Bastaria apenas beijar a cruz... Mas ele preferiu a liberdade...
Sabia que as chamas nada mais fariam do que enviar sua alma na direção de outros sóis, onde poderia viajar através do infinito...

Você sabia?

Você sabia que muitos pensadores ocidentais defenderam a idéia da reencarnação?
Entre eles está o filósofo francês Voltaire, o filósofo alemão Schopenhauer, o estadista americano Benjamim Franklin, o poeta alemão Goethe, o novelista francês Honoré de Balzac, e outros mais.
Antes de Cristo também encontramos a crença greco-romana na reencarnação com Pitágoras, Platão, Cícero, Virgílio entre outros.
Considerando que uma idéia falsa não sobrevive ao tempo, devemos concluir que a reencarnação é uma verdade que não pode ser apagada, por mais que se tente.

Equipe de Redação do Momento Espírita, com base no cap. 1 do livro Reencarnação – o elo perdido do cristianismo, de Elizabeth Clare Prophet, Ed. Nova era.

Nenhum comentário:

Postar um comentário