Todas as religiões afirmam que um ‘novo mundo’, uma nova era, nascerá no planeta Terra. Dizem, ainda, que este novo tempo será caracterizado através de uma transformação no planeta que trará paz, felicidade e harmonia para os seres humanizados.
As religiões cristãs afirmam que este ‘novo tempo’ surgirá quando Cristo voltar, outras falam em diversas mudanças que ocorrerão no planeta.No entanto, apesar da variedade de visões que determinam à chegada do ‘novo mundo’, todas as religiões são categóricas em afirmar que ela será marcada por fenômenos externos que promoverão a mudança do antigo para o novo.
No entanto, a partir do conhecimento do ‘eu’ interior de cada um, aprendemos que a paz, a harmonia e a felicidade formam um ‘estado de espírito’ e que a alteração deste não pode ser alcançada por uma mudança produzida pela alteração de fatores externos, mas apenas com a reforma do interior de cada um.
Os sentimentos com os quais o espírito encarnado vivencia os acontecimentos da vida carnal é decisão dele mesmo. Eles surgem diante de algum acontecimento de forma não padronizada, ou seja, cada um tem o direito de escolher o que quiser para sentir frente a cada momento da sua existência. Este é o livre arbítrio que Deus deu aos Seus filhos.
Desta forma, se o ‘novo mundo’ promoverá uma mudança sentimental na forma de viver dos seres humanizados (trocar o conflito pela paz; a guerra pela harmonia; o sofrimento pela felicidade), como ensinam todos os mestres, ele não poderá ser alcançado por fatores externos, mas apenas com a mudança interior de cada um.
Portanto, não será a ‘volta’ de Cristo que poderá trazer a paz para o planeta, mas isto acontecerá quando cada um alterar seu íntimo passando a vibrar (sentir) paz e não mais nutrir os sentimentos que geram conflitos. Não será com a retirada dos “ímpios” do planeta que a harmonia surgirá, mas quando cada um abandonar o desejo de guerrear com os seus irmãos para subjugá-los. A felicidade só chegará quando o ser humanizado optar por ela e não pela ‘escolha’ de sentimentos que tragam sofrimentos.
Mas, como deixar de guerrear ou sofrer? Como deixar de optar pelos sentimentos que levam o ser a viver num estado de beligerância com o próximo trazendo infelicidade para si e para os outros? Abandonando o individualismo, o egoísmo, o querer para si mesmo. Somente quando o ser humanizado libertar-se da busca individual durante a encarnação poderá encontrar a paz, a harmonia e a felicidade para si.
O individualismo é o ‘mal’ da humanidade e precisa ser extirpado para que o ser humanizado volte a viver a sua essência espiritual fundido ao Todo (universalismo). Isso porque o egoísmo fere frontalmente o amor ensinado por Cristo (amar ao próximo como a si mesmo) e a máxima que caracteriza a caridade: ‘dar ao outro o que deseja para si mesmo’.
Para que o individualismo exista, no entanto, é necessário que o ser humanizado possua ‘paixões’. Só quando o espírito encarnado nutre uma ‘paixão’ (gosta de determinada coisa, acredita em determinada verdade) é que surge nele o desejo de satisfazer suas paixões (viver o que quer, o que gosta e repudiar o que não quer, o que não gosta).
As paixões do ser humanizado são caracterizadas por ‘escalas dualistas’ que geram as ‘paixões positivas’ (querer, gostar) e negativas (não querer, não gostar). Ou seja, o individualismo é motivado pelas escalas de ‘bom’ e ‘mal’, de ‘certo’ e ‘errado’, de ‘bonito’ e feio’ que cada ser humanizado possui. É deles que surge o desejo (individualismo) de que o ‘certo’ aconteça e que o ‘errado’ não venha a acontecer.
Mas, porque o conhecimento de cada um sobre o ‘bem’ e o ‘mal’ acaba com a paz e a harmonia com o próximo que leva à felicidade de todos? Porque estes valores são individuais. O ‘certo’ e o ‘errado’, o ‘bem’ e o ‘mal’, o ‘bonito’ e o ‘feio’ são concepções individuais que cada um possui e quando se pretende impô-las ao próximo caracteriza-se o individualismo, o querer a ‘verdade’ para si em detrimento do desejo do próximo.
Portanto, para que a paz e a harmonia que levam à felicidade reinem sobre o planeta será necessário que cada um deixe de ter padrões de ‘certo’ e ‘errado’. Abolindo-os o individualismo (egoísmo) não terá onde se fundamentar e, com isso, extingue-se. Por isso dissemos no início que o ‘novo tempo’ não poderá surgir a partir de fatores externos, mas apenas com uma reforma íntima: deixar de guiar-se pelos padrões de ‘bom’ e ‘mal’ e vivenciar o amor ao próximo como a si mesmo praticando a caridade (conferir aos outros os mesmos direitos que quer para si).
A paz e a harmonia que levam à felicidade com que almejam todos os seres humanizados jamais serão alcançadas com a submissão de outros seres, ou seja, com a mudança deles para o padrão individualizado de perfeição de outro. Somente o fim desta vigilância constante sobre as atitudes do próximo é que levará o ser a conseguir entrar na felicidade universal.
Os acontecimentos do mundo não se alterarão para que comece o novo mundo. Os “beligerantes”, em todos os níveis, continuarão a existir, mas os outros seres lhes concederão o direito de agir da forma que quiserem, sem julgá-los ou criticá-los, buscando a felicidade universal para cumprir a lei de Deus. Será através da fé no Pai Justo, Inteligente e Amoroso que se eliminará o temor em transformar-se em vítima do conflito gerado por outros.
Este é o novo mundo: um mundo igual ao que existe hoje, mas visto com outros olhos, sentido com outros sentimentos.
Este nova forma de ver e sentir os acontecimentos, como já dito, é pessoal, ou seja, será alcançada por cada um ao seu tempo. Portanto, afirmo que não haverá uma mudança coletiva do dia para a noite na forma de sentir da totalidade da humanidade, mas, gradativamente, cada um se modificará promovendo a sua reforma e, desta forma, entrará no novo mundo.
Por este motivo, podemos entender que não existe um dia determinado onde o novo mundo se iniciará. Ele surgirá individualmente para cada um dentro de um espaço de tempo marcado por Deus para a reforma dos seres.
Portanto, meus amigos, não esperem que um novo dia comece como por um passe de mágica, pois isto não acontecerá. Esse dia só chegará para vocês quando tiverem conseguido a reforma íntima, quando não mais acreditarem e viverem os acontecimentos como fazem hoje, no ‘tempo velho’.
O mundo novo onde reine a paz, a harmonia e a felicidade, não é um ‘direito adquirido’ do ser humanizado, mas trata-se de uma conquista, um merecimento. Apenas aqueles que promoverem a sua reforma íntima, abandonando a visão “ser humano”, conseguirão adentrar neste reino.
Para participar dessa paz, felicidade e harmonia não existem horas nem dias certos: tudo dependerá do esforço de cada um. Existem seres humanizados que conseguiram alcançar o ‘novo mundo’ há muito tempo: São Francisco de Assis, Santo Agostinho e outros que, apesar de viverem uma existência humana no século passado, já vivenciaram suas ‘vidas’ dentro daquilo que ainda hoje esperamos: o ‘novo mundo’.
Mais recentemente, Chico Xavier, irmã Dulce, Madre Teresa de Calcutá e tantos outros espíritos anônimos conseguiram viver a vida carnal sem que paz e harmonia interior fossem afetadas, alcançando, assim, a felicidade universal. Conseguiram isto vivendo no mesmo mundo, vivenciando os mesmos acontecimentos, que vocês.
As guerras, a miséria, a fome, os conflitos foram os mesmos que vocês viveram e vivem no mundo, ou seja, que lhes tiram a paz, harmonia e felicidade. Eles, porém, não perderam este estado de espírito. Portanto, você também pode realizar isso, sem que para tanto o ‘mundo’ precise alterar-se, que os acontecimentos atuais deixem de existir.
Mas, como fazer viver assim? Em que é preciso acreditar para poder entender o mundo como estes seres encarnados entenderam e alcançaram, assim, o ‘novo mundo’?
Em primeiro lugar é preciso eliminar de vez com a auto visão ‘ser humano’ que cada um tem de si. Não existe ser humano, mas espírito encarnado. Portanto, somos todos espíritos, encarnados ou não, e não seres humanos.
Chico Xavier, Irmão Dulce e tantos outros sabiam que eram ‘filhos de Deus’ elementos universais. Eles não acreditavam que eram as personalidades transitórias que cada um vivencia durante a sua encarnação. Eles sabiam-se elementos eternos e universais e por isso não acreditavam no individualismo que lhes vinha à mente para compreender a vida (dar realidades a ela).
E por causa dessa visão que tinham de si mesmo, também não acreditavam na matéria, no mundo material. Eles compreendiam que, apesar de aparentemente viverem condições diferentes daquelas que chamamos espirituais (o corpo, os objetos, etc.) que tudo isso era apenas uma miragem do que é Real: o Universo.
Chico e tantos outros não acreditavam na vida material. Tinham a plena convicção de que tudo isso era uma pantomima criada ilusoriamente e que a Realidade (a vida espiritual) continuava a existir sempre. Por isso guiavam-se pelas máximas espirituais (amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, desejar para o próximo o que quer para si, etc.) ao invés de acreditar nos padrões humanos de satisfação.
Para eles, que viveram o ‘novo mundo’ no mesmo ‘lugar’ onde outros viviam a o velho, nenhum dos apelos humanos (privilegiar o seu bem estar, a sua vontade) eram importantes. Somente a busca de manter-se sintonizado às coisas espirituais e em perfeita harmonia amorosa com Deus e com a irmandade espiritual guiavam sua forma de ‘ver’ o mundo.
A partir destas crenças (que não há ser humano nem mundo material, mas apenas o espírito vivendo no Universo) eles buscaram entender porque estavam vivenciando esse ‘período’ de sua existência eterna ligado a uma personalidade transitória e descobriram que tudo isso trata-se apenas de provações ou missões para o espírito realizar.
Para eles não existia ‘acontecimentos de vida’, mas situações que eram criadas para lhes dar a oportunidade de provar alguma coisa e, ao mesmo tempo, exercer uma missão em nome do Pai para que se transformassem no sal da terra para os irmãos encarnados: aquele que tempera a ‘vida’ dos outros. E, por Cristo, aprenderam ainda que o único tempero que vale a pena ser saboreado é o amor.
A partir disso Chico Xavier, Madre Teresa de Calcutá e outros compreenderam finalmente que tudo que acontece tem como objetivo criar condições para que o espírito humanizado possa amar. Não um amor possessivo ou fundamentado no egoísmo como os seres humanizados vivem, mas um amor incondicional, sem posses, sem direitos ou deveres, mas que simplesmente ame.
A partir destas constatações o mundo mudou para estes seres. A fome e a miséria não se transformaram mais em tragédias ou agressões aos seres humanizados, mas uma oportunidade para que quem vivencia ou assiste estas situações possa amar a tudo e a todos. Ao invés de sofrer com uns e acusar outros, amar indistintamente os agentes ativos ou passivos da situação, para que as máximas divinas pudessem ser atendidas.
Por isso seus mundos mudaram. Não mais existiam agentes a serem condenados, nem situações constrangedoras ou agressivas, mas apenas situações ilusórias que passaram a existir apenas como uma oportunidade para que o amor superasse tudo. Este é o ‘novo mundo’: uma ‘vida’ onde o amor supera a crítica e o sofrimento porque o ser humanizado não mais está submetido às suas paixões e vontades, mas preocupa-se apenas em amar a todos.
Mas, para que isso fosse verdade para os seres humanizados que vivenciaram suas encarnações dentro de um ‘novo mundo’, foi preciso que eles estabelecessem um relacionamento profundo com Deus e não com a matéria. Eles viveram com Deus, para Deus e em Deus. E, quando isso acontece, o ser humanizado descobre mais Verdades que para ele são incompreensíveis: não cai uma folha da árvore sem que o Pai a faça cair, tudo que acontece é a Vontade do Pai.
Deus é Causa Primária de todas as coisas, ou seja, tudo se origina Nele. Tal concepção se transforma em Verdade Absoluta na existência de cada um que alcança o ‘novo mundo’. Quando isto ocorre, os acontecimentos da vida deixam de ser praticados por agentes carnais e tudo se transforma em emanação de Deus. E, se Deus faz, quem pode dizer a Ele que está ‘errado’ e ensiná-Lo o ‘certo’?
Mas, apenas a cultura, ou seja, o saber destas Verdades que já pertencem aos ensinamentos dos mestres enviados pelo Pai (ver ‘O Livro dos Espíritos’, ensinamentos dos evangélicos canônicos, de Buda e de Krishna) não foram o suficiente para que Madre Teresa, Irmã Dulce e outros conseguissem alcançar o ‘novo mundo’: foi preciso confiar e entregar-se a Deus, ou seja, ter fé.
A fé (confiança e entrega, absolutas e irrestritas) no Pai transforma o ‘mundo’ em que vive o ser humanizado. Por isso Cristo disse: a fé do tamanho de um grão de mostarda afasta as montanhas do seu caminho. Todos aqueles que quiserem viver o ‘novo mundo’, não importa a que tempo ou em que lugar, precisarão necessariamente entregar-se irrestritamente ao Pai confiando em seu Amor Sublime e na sua Justiça Perfeita.
A partir do momento que a fé entra em ação toda e qualquer compreensão (raciocínio) sobre os acontecimentos da vida, que é formada a partir das paixões e desejos do ser humanizado, extingue-se e sobra apenas o amor para ser vivido. Por isso, então, afirmo que a fé não pode ser raciocinada, ou seja, passar pelo crivo da razão formada por paixões e desejos egoístas, mas que deve transformar-se numa entrega incondicional.
Também não estou falando em fé cega. Até porque se estivesse falando não haveria problema algum, pois Cristo ensina aos seus seguidores que quem quiser ver (compreender) será um cego.
A fé de quem vive o ‘novo mundo’ não é cega, mas extremamente iluminada. Isto porque ela se ilumina (gera compreensão) a partir de Deus, da Inteligência Suprema do Universo, e do seu Amor e Justiça, que são frutos da sua Onipresença, Onipotência e Onisciência.
A compreensão das coisas do mundo de Chico Xavier, Irmã Dulce, Madre Tereza e de outros, não se fundamentavam nas inteligências menores que estavam vivenciando naquele momento (a consciência que gera a personalidade que o ser humanizado vive durante a encarnação), mas sim no ‘conhecimento’ que tinham de Deus e do que Ele é para o Universo: Pai amoroso, Senhor Supremo, .
Nesta curtas linhas, então, descreve-se um ser universal que, mesmo humanizado, vive o ‘novo mundo’. Trata-se daquele que compreende a si e ao mundo como espiritual e não material; daquele que sabe que não há uma vida para viver, mas acontecimentos que servem de provação para que ele possa colocar em prática todo o amor que ‘aprendeu’ antes da encarnação; e que entende que todo o Universo é regido por Deus através da Justiça Perfeita, mas fundamentada no Amor sublime que jamais fará o ‘mal’ para um filho.
E, para se viver assim não são precisos fatores externos nem esperar um determinado momento, mas basta apenas cada um buscar entregar-se em perfeita sintonia com Deus, amando-O e se sentido amado por Ele. Por isso, encerro essa mensagem com uma velha história.
Conta-se que na África, quando os primeiros raios do sol começam a aparecer, o leão levanta e sai correndo. Ele sabe que, se não correr muito, não conseguirá alimentar-se naquele dia.
Na mesma África, quando os primeiros raios do sol começam a aparecer, o veado também levanta e sai correndo. Faz isso porque sabe que se não correr muito, não conseguirá sobreviver e será comido pelo leão…
Portanto, não importa se você é veado ou leão, ‘certo’ ou ‘errado’, ‘bonito’ ou ‘feio’, cristão ou mulçumano, oriental ou ocidental, espírita ou não, quando os primeiros raios do sol surgirem, levante-se e comece a correr no sentido de estabelecer esta relação amorosa com Deus. Só assim você poderá entrar no ‘novo mundo’.
As religiões cristãs afirmam que este ‘novo tempo’ surgirá quando Cristo voltar, outras falam em diversas mudanças que ocorrerão no planeta.No entanto, apesar da variedade de visões que determinam à chegada do ‘novo mundo’, todas as religiões são categóricas em afirmar que ela será marcada por fenômenos externos que promoverão a mudança do antigo para o novo.
No entanto, a partir do conhecimento do ‘eu’ interior de cada um, aprendemos que a paz, a harmonia e a felicidade formam um ‘estado de espírito’ e que a alteração deste não pode ser alcançada por uma mudança produzida pela alteração de fatores externos, mas apenas com a reforma do interior de cada um.
Os sentimentos com os quais o espírito encarnado vivencia os acontecimentos da vida carnal é decisão dele mesmo. Eles surgem diante de algum acontecimento de forma não padronizada, ou seja, cada um tem o direito de escolher o que quiser para sentir frente a cada momento da sua existência. Este é o livre arbítrio que Deus deu aos Seus filhos.
Desta forma, se o ‘novo mundo’ promoverá uma mudança sentimental na forma de viver dos seres humanizados (trocar o conflito pela paz; a guerra pela harmonia; o sofrimento pela felicidade), como ensinam todos os mestres, ele não poderá ser alcançado por fatores externos, mas apenas com a mudança interior de cada um.
Portanto, não será a ‘volta’ de Cristo que poderá trazer a paz para o planeta, mas isto acontecerá quando cada um alterar seu íntimo passando a vibrar (sentir) paz e não mais nutrir os sentimentos que geram conflitos. Não será com a retirada dos “ímpios” do planeta que a harmonia surgirá, mas quando cada um abandonar o desejo de guerrear com os seus irmãos para subjugá-los. A felicidade só chegará quando o ser humanizado optar por ela e não pela ‘escolha’ de sentimentos que tragam sofrimentos.
Mas, como deixar de guerrear ou sofrer? Como deixar de optar pelos sentimentos que levam o ser a viver num estado de beligerância com o próximo trazendo infelicidade para si e para os outros? Abandonando o individualismo, o egoísmo, o querer para si mesmo. Somente quando o ser humanizado libertar-se da busca individual durante a encarnação poderá encontrar a paz, a harmonia e a felicidade para si.
O individualismo é o ‘mal’ da humanidade e precisa ser extirpado para que o ser humanizado volte a viver a sua essência espiritual fundido ao Todo (universalismo). Isso porque o egoísmo fere frontalmente o amor ensinado por Cristo (amar ao próximo como a si mesmo) e a máxima que caracteriza a caridade: ‘dar ao outro o que deseja para si mesmo’.
Para que o individualismo exista, no entanto, é necessário que o ser humanizado possua ‘paixões’. Só quando o espírito encarnado nutre uma ‘paixão’ (gosta de determinada coisa, acredita em determinada verdade) é que surge nele o desejo de satisfazer suas paixões (viver o que quer, o que gosta e repudiar o que não quer, o que não gosta).
As paixões do ser humanizado são caracterizadas por ‘escalas dualistas’ que geram as ‘paixões positivas’ (querer, gostar) e negativas (não querer, não gostar). Ou seja, o individualismo é motivado pelas escalas de ‘bom’ e ‘mal’, de ‘certo’ e ‘errado’, de ‘bonito’ e feio’ que cada ser humanizado possui. É deles que surge o desejo (individualismo) de que o ‘certo’ aconteça e que o ‘errado’ não venha a acontecer.
Mas, porque o conhecimento de cada um sobre o ‘bem’ e o ‘mal’ acaba com a paz e a harmonia com o próximo que leva à felicidade de todos? Porque estes valores são individuais. O ‘certo’ e o ‘errado’, o ‘bem’ e o ‘mal’, o ‘bonito’ e o ‘feio’ são concepções individuais que cada um possui e quando se pretende impô-las ao próximo caracteriza-se o individualismo, o querer a ‘verdade’ para si em detrimento do desejo do próximo.
Portanto, para que a paz e a harmonia que levam à felicidade reinem sobre o planeta será necessário que cada um deixe de ter padrões de ‘certo’ e ‘errado’. Abolindo-os o individualismo (egoísmo) não terá onde se fundamentar e, com isso, extingue-se. Por isso dissemos no início que o ‘novo tempo’ não poderá surgir a partir de fatores externos, mas apenas com uma reforma íntima: deixar de guiar-se pelos padrões de ‘bom’ e ‘mal’ e vivenciar o amor ao próximo como a si mesmo praticando a caridade (conferir aos outros os mesmos direitos que quer para si).
A paz e a harmonia que levam à felicidade com que almejam todos os seres humanizados jamais serão alcançadas com a submissão de outros seres, ou seja, com a mudança deles para o padrão individualizado de perfeição de outro. Somente o fim desta vigilância constante sobre as atitudes do próximo é que levará o ser a conseguir entrar na felicidade universal.
Os acontecimentos do mundo não se alterarão para que comece o novo mundo. Os “beligerantes”, em todos os níveis, continuarão a existir, mas os outros seres lhes concederão o direito de agir da forma que quiserem, sem julgá-los ou criticá-los, buscando a felicidade universal para cumprir a lei de Deus. Será através da fé no Pai Justo, Inteligente e Amoroso que se eliminará o temor em transformar-se em vítima do conflito gerado por outros.
Este é o novo mundo: um mundo igual ao que existe hoje, mas visto com outros olhos, sentido com outros sentimentos.
Este nova forma de ver e sentir os acontecimentos, como já dito, é pessoal, ou seja, será alcançada por cada um ao seu tempo. Portanto, afirmo que não haverá uma mudança coletiva do dia para a noite na forma de sentir da totalidade da humanidade, mas, gradativamente, cada um se modificará promovendo a sua reforma e, desta forma, entrará no novo mundo.
Por este motivo, podemos entender que não existe um dia determinado onde o novo mundo se iniciará. Ele surgirá individualmente para cada um dentro de um espaço de tempo marcado por Deus para a reforma dos seres.
Portanto, meus amigos, não esperem que um novo dia comece como por um passe de mágica, pois isto não acontecerá. Esse dia só chegará para vocês quando tiverem conseguido a reforma íntima, quando não mais acreditarem e viverem os acontecimentos como fazem hoje, no ‘tempo velho’.
O mundo novo onde reine a paz, a harmonia e a felicidade, não é um ‘direito adquirido’ do ser humanizado, mas trata-se de uma conquista, um merecimento. Apenas aqueles que promoverem a sua reforma íntima, abandonando a visão “ser humano”, conseguirão adentrar neste reino.
Para participar dessa paz, felicidade e harmonia não existem horas nem dias certos: tudo dependerá do esforço de cada um. Existem seres humanizados que conseguiram alcançar o ‘novo mundo’ há muito tempo: São Francisco de Assis, Santo Agostinho e outros que, apesar de viverem uma existência humana no século passado, já vivenciaram suas ‘vidas’ dentro daquilo que ainda hoje esperamos: o ‘novo mundo’.
Mais recentemente, Chico Xavier, irmã Dulce, Madre Teresa de Calcutá e tantos outros espíritos anônimos conseguiram viver a vida carnal sem que paz e harmonia interior fossem afetadas, alcançando, assim, a felicidade universal. Conseguiram isto vivendo no mesmo mundo, vivenciando os mesmos acontecimentos, que vocês.
As guerras, a miséria, a fome, os conflitos foram os mesmos que vocês viveram e vivem no mundo, ou seja, que lhes tiram a paz, harmonia e felicidade. Eles, porém, não perderam este estado de espírito. Portanto, você também pode realizar isso, sem que para tanto o ‘mundo’ precise alterar-se, que os acontecimentos atuais deixem de existir.
Mas, como fazer viver assim? Em que é preciso acreditar para poder entender o mundo como estes seres encarnados entenderam e alcançaram, assim, o ‘novo mundo’?
Em primeiro lugar é preciso eliminar de vez com a auto visão ‘ser humano’ que cada um tem de si. Não existe ser humano, mas espírito encarnado. Portanto, somos todos espíritos, encarnados ou não, e não seres humanos.
Chico Xavier, Irmão Dulce e tantos outros sabiam que eram ‘filhos de Deus’ elementos universais. Eles não acreditavam que eram as personalidades transitórias que cada um vivencia durante a sua encarnação. Eles sabiam-se elementos eternos e universais e por isso não acreditavam no individualismo que lhes vinha à mente para compreender a vida (dar realidades a ela).
E por causa dessa visão que tinham de si mesmo, também não acreditavam na matéria, no mundo material. Eles compreendiam que, apesar de aparentemente viverem condições diferentes daquelas que chamamos espirituais (o corpo, os objetos, etc.) que tudo isso era apenas uma miragem do que é Real: o Universo.
Chico e tantos outros não acreditavam na vida material. Tinham a plena convicção de que tudo isso era uma pantomima criada ilusoriamente e que a Realidade (a vida espiritual) continuava a existir sempre. Por isso guiavam-se pelas máximas espirituais (amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a si mesmo, desejar para o próximo o que quer para si, etc.) ao invés de acreditar nos padrões humanos de satisfação.
Para eles, que viveram o ‘novo mundo’ no mesmo ‘lugar’ onde outros viviam a o velho, nenhum dos apelos humanos (privilegiar o seu bem estar, a sua vontade) eram importantes. Somente a busca de manter-se sintonizado às coisas espirituais e em perfeita harmonia amorosa com Deus e com a irmandade espiritual guiavam sua forma de ‘ver’ o mundo.
A partir destas crenças (que não há ser humano nem mundo material, mas apenas o espírito vivendo no Universo) eles buscaram entender porque estavam vivenciando esse ‘período’ de sua existência eterna ligado a uma personalidade transitória e descobriram que tudo isso trata-se apenas de provações ou missões para o espírito realizar.
Para eles não existia ‘acontecimentos de vida’, mas situações que eram criadas para lhes dar a oportunidade de provar alguma coisa e, ao mesmo tempo, exercer uma missão em nome do Pai para que se transformassem no sal da terra para os irmãos encarnados: aquele que tempera a ‘vida’ dos outros. E, por Cristo, aprenderam ainda que o único tempero que vale a pena ser saboreado é o amor.
A partir disso Chico Xavier, Madre Teresa de Calcutá e outros compreenderam finalmente que tudo que acontece tem como objetivo criar condições para que o espírito humanizado possa amar. Não um amor possessivo ou fundamentado no egoísmo como os seres humanizados vivem, mas um amor incondicional, sem posses, sem direitos ou deveres, mas que simplesmente ame.
A partir destas constatações o mundo mudou para estes seres. A fome e a miséria não se transformaram mais em tragédias ou agressões aos seres humanizados, mas uma oportunidade para que quem vivencia ou assiste estas situações possa amar a tudo e a todos. Ao invés de sofrer com uns e acusar outros, amar indistintamente os agentes ativos ou passivos da situação, para que as máximas divinas pudessem ser atendidas.
Por isso seus mundos mudaram. Não mais existiam agentes a serem condenados, nem situações constrangedoras ou agressivas, mas apenas situações ilusórias que passaram a existir apenas como uma oportunidade para que o amor superasse tudo. Este é o ‘novo mundo’: uma ‘vida’ onde o amor supera a crítica e o sofrimento porque o ser humanizado não mais está submetido às suas paixões e vontades, mas preocupa-se apenas em amar a todos.
Mas, para que isso fosse verdade para os seres humanizados que vivenciaram suas encarnações dentro de um ‘novo mundo’, foi preciso que eles estabelecessem um relacionamento profundo com Deus e não com a matéria. Eles viveram com Deus, para Deus e em Deus. E, quando isso acontece, o ser humanizado descobre mais Verdades que para ele são incompreensíveis: não cai uma folha da árvore sem que o Pai a faça cair, tudo que acontece é a Vontade do Pai.
Deus é Causa Primária de todas as coisas, ou seja, tudo se origina Nele. Tal concepção se transforma em Verdade Absoluta na existência de cada um que alcança o ‘novo mundo’. Quando isto ocorre, os acontecimentos da vida deixam de ser praticados por agentes carnais e tudo se transforma em emanação de Deus. E, se Deus faz, quem pode dizer a Ele que está ‘errado’ e ensiná-Lo o ‘certo’?
Mas, apenas a cultura, ou seja, o saber destas Verdades que já pertencem aos ensinamentos dos mestres enviados pelo Pai (ver ‘O Livro dos Espíritos’, ensinamentos dos evangélicos canônicos, de Buda e de Krishna) não foram o suficiente para que Madre Teresa, Irmã Dulce e outros conseguissem alcançar o ‘novo mundo’: foi preciso confiar e entregar-se a Deus, ou seja, ter fé.
A fé (confiança e entrega, absolutas e irrestritas) no Pai transforma o ‘mundo’ em que vive o ser humanizado. Por isso Cristo disse: a fé do tamanho de um grão de mostarda afasta as montanhas do seu caminho. Todos aqueles que quiserem viver o ‘novo mundo’, não importa a que tempo ou em que lugar, precisarão necessariamente entregar-se irrestritamente ao Pai confiando em seu Amor Sublime e na sua Justiça Perfeita.
A partir do momento que a fé entra em ação toda e qualquer compreensão (raciocínio) sobre os acontecimentos da vida, que é formada a partir das paixões e desejos do ser humanizado, extingue-se e sobra apenas o amor para ser vivido. Por isso, então, afirmo que a fé não pode ser raciocinada, ou seja, passar pelo crivo da razão formada por paixões e desejos egoístas, mas que deve transformar-se numa entrega incondicional.
Também não estou falando em fé cega. Até porque se estivesse falando não haveria problema algum, pois Cristo ensina aos seus seguidores que quem quiser ver (compreender) será um cego.
A fé de quem vive o ‘novo mundo’ não é cega, mas extremamente iluminada. Isto porque ela se ilumina (gera compreensão) a partir de Deus, da Inteligência Suprema do Universo, e do seu Amor e Justiça, que são frutos da sua Onipresença, Onipotência e Onisciência.
A compreensão das coisas do mundo de Chico Xavier, Irmã Dulce, Madre Tereza e de outros, não se fundamentavam nas inteligências menores que estavam vivenciando naquele momento (a consciência que gera a personalidade que o ser humanizado vive durante a encarnação), mas sim no ‘conhecimento’ que tinham de Deus e do que Ele é para o Universo: Pai amoroso, Senhor Supremo, .
Nesta curtas linhas, então, descreve-se um ser universal que, mesmo humanizado, vive o ‘novo mundo’. Trata-se daquele que compreende a si e ao mundo como espiritual e não material; daquele que sabe que não há uma vida para viver, mas acontecimentos que servem de provação para que ele possa colocar em prática todo o amor que ‘aprendeu’ antes da encarnação; e que entende que todo o Universo é regido por Deus através da Justiça Perfeita, mas fundamentada no Amor sublime que jamais fará o ‘mal’ para um filho.
E, para se viver assim não são precisos fatores externos nem esperar um determinado momento, mas basta apenas cada um buscar entregar-se em perfeita sintonia com Deus, amando-O e se sentido amado por Ele. Por isso, encerro essa mensagem com uma velha história.
Conta-se que na África, quando os primeiros raios do sol começam a aparecer, o leão levanta e sai correndo. Ele sabe que, se não correr muito, não conseguirá alimentar-se naquele dia.
Na mesma África, quando os primeiros raios do sol começam a aparecer, o veado também levanta e sai correndo. Faz isso porque sabe que se não correr muito, não conseguirá sobreviver e será comido pelo leão…
Portanto, não importa se você é veado ou leão, ‘certo’ ou ‘errado’, ‘bonito’ ou ‘feio’, cristão ou mulçumano, oriental ou ocidental, espírita ou não, quando os primeiros raios do sol surgirem, levante-se e comece a correr no sentido de estabelecer esta relação amorosa com Deus. Só assim você poderá entrar no ‘novo mundo’.
Acredito no amor infinito;
ResponderExcluirPois sem este sentimento, remédio como sempre afirmo, não poderíamos seguir em frente, ou seja, seguir sim, mas aos trancos e barrancos.
Porque não ter Fé, amor, esperança, ela trará este mundo melhor.
nós é que construiremos este mindo melhor.
__Sabe como!
Nas vibrações, nos pensamentos, nas afirmações positivas.
Enfim, aquilo que pensarmos ou imaginarmos, será o mundo melhor.
Parabéns por este comentário maravilhoso, é isso aí!!!
muita luz.