Eu, uma cachorrinha, Ted e meu Avô Antonio.
Não me lembro o ano exato que isso aconteceu, mas foi por volta de 1979 ou 1980.
Não me lembro se era dia das crianças, ou meu aniversário, apenas me lembro que estava na casa de meus Avós, quando escutei meu Avô dizer para minha Avó que era para ela me levar em algum lugar e comprar um presente para mim, o que eu escolhesse!
Tenho que dizer que meu Avô quase não saia de casa, pois era alcoólatra e preferia ir no máximo, ao um bar que ficava perto da casa dele.
Ele não era violento ou coisas do tipo. Ele ia no bar (às vezes me levava junto), pediu uma dose.
Ai ficava alegre, falante e conversava com os "amigos".
Ele dizia que eu podia pedir os doces que quisesse rs, desde que eu os comesse ali, pois minha mãe não poderia ver... kakakakakakakaka
Como eu era muito miúdo, lembro-me que ele tinha que curvar as costas para ficar de mãos dadas comigo durante o trajeto na rua rs.
Quando ele pedia a segunda dose, já ia para casa, pois dormia o resto do dia... rs
Meu Avô Antonio e eu tínhamos uma relação com muito amor.
Eu era o primeiro neto e nossa relação era única e ninguém prestava atenção!
Conversávamos (era hilário, coisa de criança), brincávamos enfim, ele me dava um amor de Pai, de Avô.
Sentia dentro de mim que ele estava feliz de verdade quando eu estava com ele e sinceramente, não sentia isso quando estava com algumas pessoas da família do meu pai e ao lado deste mesmo.
Como espírita e já crescido, entendo que eu e meu pai tínhamos alguns desentendimentos desde outras vidas, mas na época, eu era criança e não entendia o porque que ao lado de meu próprio pai, eu não me sentia amado nem à vontade...
Mas, isto é história para outro post... rs
Enfim, quando escutei meu Avô Antonio falar para minha Avó Dalva sobre o presente, lembro-me que me enchi de alegria...
Sim, eu sei hoje que todos presentes que ganhava da minha Avó eram dado pelos dois, mas na minha cabeça, aquele iria ser especial, pois meu Avô que estaria me dando!!! rs
Foi assim que paramos, eu, minha mãe e minha avó no famoso Mappin da Praça Ramos, no Centro de São Paulo.
Lembro-me que na seção de brinquedos, os bichos de pelúcia tomavam uma parte enorme...
As prateleiras eram altíssimas, iam até o teto, cheias de bichos de todos os tipos...
Eu vi o Ted e me apaixonei!!!
Quando a vendedora falou o preço, minha mãe logo falou que não porque aquile era muito caro e blá, blá, blá...
Minha Avô retrucou na hora dizendo:"Se o menino quer esse, é esse que vai ser Cássia!"(ela chamava minha mãe pelo nome de batismo rs).
E ai foi o rolo, minha mãe e minha avó discutindo por causa do Ted e eu lá, com o Ted nos braços e assistindo tudo... kakakakakaka
Mas, eu quando criança tinha um grave defeito, quando queria algo, queria e pronto!
Minha mãe tentou de todas as formas fazer com que eu levasse outro, chegou até a me beliscar (escondida de minha Avó que não admitia que ela batesse em mim na frente dela).
Eu sabia disso e "tinhoso" do jeito que era, me aproveitei kakakakaka
Na verdade, eu já estava apaixonado por aquele urso kakakakakaka besta né? rs
No fim, eu e minha Avó vencemos!!!
E lá fui eu com o Ted para casa dos meus Avós mostrar todo feliz para meu Avô o presente que ele tinha me dado...
Lembro-me que ele ficou tão feliz por minha felicidade de criança...
Lembrando disso meio que dá vontade até de chorar...
Enfim, sei que quando cheguei em casa, levei uns tapas da minha mãe que fez eu prometer que nunca mais faria algo do tipo...
Já estava acostumado a apanhar... rs
Os anos passaram e o Ted continuou comigo.
Quando meu Avô partiu, o Ted meio que me trazia de volta toda aquela felicidade que eu vivia naquele tempo de criança com meu Avô.
Quando vim para cá, eu deixei ele no Brasil, mas a pouco tempo ele veio junto com outras coisas minhas.
Estava com cheiro de mofo, então dei um banho nele com uma mistura de tirar cheiro que corre pela internet, com álcool, vinagre de álcool, bicarbonato e etc... rs
Olha, o cheiro de mofo saiu, mas o de vinagre alastrou-se.... kakakakakaka
Ai foi um agulha e linha para dar um trato e pronto!!!
Eis o Ted de novo!!! rs
Não, eu não ligo para objetos, não dou valor ao material, mas costumo valorizar e cuidar de tudo que tenho, pois não é de graça.
Sei que provavelmente o Ted um dia irá para o lixo, mas só de vê-lo, é inevitável não sorrir e lembrar o quando meu Avô me amou e me ama!!!
Eis o Ted nos dias de hoje... rs
Que história linda, Wilson!
ResponderExcluirbrigadin amiga!!!
Excluirbeijos