terça-feira, 3 de março de 2009

MAPA DO JAPÃO - Curiosidades Japonesa

Na segunda metade do século 13, quando Marco Polo escreveu o registro sobre sua viagem pelo Oriente, já existia na Europa o mapa-mundi e uma visão ampla sobre o mundo. Devido a isso, ao iniciar a exploração do Oriente na época das grandes navegações, considerava-se indispensável o mapa dos mares orientais.
O primeiro mapa do Japão conseguido pelos portugueses, que por sua vez foram os primeiros estrangeiros a chegarem àquele país, era o chamado de gyoukizu, baseado no qual foi produzido em Portugal, no ano de 1595, o primeiro mapa do Japão impresso em um país estrangeiro. Comparando os dois mapas, o produzido em Portugal já está mais aperfeiçoado, porém o tamanho do Honshu (ilha principal) ainda é desproporcional e não consta a ilha de Hokkaido.
Diz-se que o gyoukizu, o mais antigo mapa do Japão, é obra do Bonzo Gyouki (668-479) do Período Nara; porém não há nenhuma prova concreta sobre isso. O bonzo Gyouki foi um alto dignitário do Budismo que se dedicou na difusão da doutrina budista percorrendo todo o país na arrecadação de fundos para construção do Templo Toudaiji e construiu lagos, canais, pontes e estradas em várias regiões do país, havendo possibilidades de ter feito medição de terras nesse entremeio, porém mais parece ser uma crendice popular que o mapa seja de sua autoria.


De qualquer forma, o mapa foi utilizado entre o final do século 11 até a Idade Média. O mapa gyoukizu, que existe ainda hoje, está conservado no Templo Ninnaji, em Kyoto, e é datado de 1305.


Em obra impressa, temos shuugaishou, uma espécie de enciclopédia publicada no final do século 16 e por todo o século 17. Em 1605, Leyasu Tokugawa ordenou a todos os feudos do país que elaborassem mapasa territoriais em desenho e, assim, no Período Edo, na Idade Moderna, foi concluído o mapa do Japão Keichou.


Em 1644, com uma nova ordem do governo feudal, foram reunidos os mapas regionais, a partir dos quais Ujinaga Hokujou elaborou o mapa Shouhou Kuniezu na escala 1:432 mil. Trata-se de um mapa minucioso, porém não incluía Ezo (Hokkaido).


Em 1800, ano em que a movimentação russa nos mares próximos de Hokkaido se intesifica e aumenta a pressão para a abertura do país, Tadataka Inô, um fabricantede sakê da Província de Chiba que possuía um grande interesse por estudos sobre calendários, inicia juntamente com um especialista em astronomia a medição das terras de Hokkaido e das demais terras de todo o Japão, concluindo assim, em 1821, o Grande Mapa da Costa Litorânea do Japão.


Tadataka Inô falece em 1818, antes da conclusão desse mapa. É um trabalho de grande precisão que, comparado aos mapas de hoje, apresenta uma diferença inferior a um milésimo para cada grau de latitude. Atualmente, há 214 desses grandes mapas com escala de 1:36 mil. Foi esse mapa a causa do posterior "caso Siebold".


O alemão Philipp Franz Von Siebold veio ao Japão, em 1823, como médico de uma casa comercial holandesa, permanecendo lá durante cinco anos coletando materiais para pesquisa sobre o Japão, principalmente na área de Dejima, em Nagasaki.


Siebold recebeu do astrônomo Kageyasu Takahashi um exemplar desse mapa, em Edo. Em 1828, na sua viagem de retorno, o navio encalhou na baía de Nagasaki, quando foi encontrado no interior do navio esse mapa e, na ocasião, era expressamente proibida a saída dos mapas para o exterior.


Siebold permaneceu durante um ano em liberdade vigiada pelo governo feudal, após o que, foi deportado. Kageyasu Takahashi, que o presenteou com o mapa, foi preso e morreu na prisão. Porém, o mapa foi copiado durante a madrugada, antes do seu confisco e, desta forma, foi parar na Alemanha.


Constou mais tarde da sua obra "Nippon" e fez com que os europeus tinham daquele país, do Jipang imaginário para o Japão real. Atualmente, a confecção dos mapas do Japão estão a cargo do Instituto do Território Nacional e Geografia, pertencente ao Ministério das Obras Públicas.

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