sexta-feira, 6 de março de 2009

ARTE DE OUVIR

Onde quer que te encontres,
de uma ou de outra forma,
despertarás o interesse de alguém.
Algumas pessoas poderão arrolar-te como antipático
e até buscarão hostilizar-te.
Outras se interessarão por saber quem és e o que fazes.
Inúmeras, no entanto, te falarão,
intentando um relacionamento fraterno.
Cada qual sintonizará contigo dentro
do campo emocional em que estagia.
Como há carência de amigos e abundância de problemas,
as criaturas andam à cata de quem as ouça,
ansiando por encontrar compreensão.
Em razão disso, todos falam, às vezes, simultaneamente.
Concede, a quem chega, a honra de o ouvir.
Não te apresses em cumulá-lo de informações,
talvez desinteressantes para ele.
Silencia e ouve.
Não aparentes saber tudo,
estar por dentro de todos os acontecimentos.
Nada mais desagradável e descortês do que
a pessoa que "toma" a palavra de outrem
e conclui-lhe a narração, nem sempre corretamente.
Sê gentil, facultando que o ansioso sintonize com
a tua cordialidade e descarregue a tensão, o sofrimento...
No momento próprio, fala, com naturalidade,
sem a falsa postura de intocável ou sem problema.
A arte de ouvir é, também, a ciência de ajudar.


Joanna de Ângelis/Divaldo Franco

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