A família estava se mudando para um bairro, do outro lado da cidade.
Os amigos aconselharam a ter muito cuidado, a trancar as portas, o portão, coisas que não tinha o hábito de fazer. Afinal, ali eram todos amigos. Os vizinhos cuidavam uns dos outros.
O caminhão da mudança foi à frente e os carregadores receberam instruções de trancar a casa. Mas, esqueceram desse detalhe.
Quando a família chegou, assustou-se. A porta estava aberta. Entrou cuidadosamente na casa, o pai à frente, em atitude defensiva.
Logo constataram que alguém havia estado ali, naquele curto período de tempo.
Os intrusos tinham deixado um cartão de visita. Sobre o balcão da cozinha, havia um bule de café recém coado, um bolo de chocolate, um vidro grande de doce e todos os ingredientes para uma refeição de boas-vindas ao bairro.
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A desconfiança, muitas vezes, nos faz sermos infelizes. A violência que vemos, no mundo, nos faz esquecer que existem corações bondosos, criaturas prestativas e generosidade crescente.
Não nos permitamos erguer muros na alma. Se a segurança física nos exige que tranquemos portas, janelas e tenhamos sistemas de alarme em nossas casas e em nossos carros, não nos permitamos fazer o mesmo com as portas dos nossos corações.
No mundo onde a solidão é tão grande, onde as pessoas passam com rapidez sem olhar para o lado, permitamo-nos o sorriso espontâneo, o gesto gentil.
Experimentemos entrar no elevador, cada manhã e saudar a todos com um Bom dia!
Acostumemo-nos a indagar dos vizinhos, ao cruzar com eles, na rua, ou ao passar em frente a suas casas, como está sua saúde.
Habituemo-nos a dizer Olá, oi. Como vai?
Exercitemos o agradecimento a funcionários que nos abram a porta do carro no estacionamento, em locais de trabalho. Eles não são robôs, nem máquinas eletrônicas. São criaturas que amam, têm família, sentimentos e apreciam um agradecimento, um sorriso.
Alonguemos o exercício a caixas de supermercados, que ficam longas horas em trabalho mecânico e exaustivo, quase sempre recebendo somente reclamações.
Utilizemos, com frequência, Por favor... Pode fazer a gentileza de... Seria possível me dizer... Poderia me informar?
A tecnologia cada dia nos oferece maior conforto material, contudo não nos tornemos nós também técnicos no relacionamento interpessoal.
Não nos esqueçamos de que somos seres humanos, a caminho da angelitude. Não nos tornemos máquinas de raciocinar, porque toda vez que o coração deixa de abraçar o cérebro, o mundo enlouquece.
O Mestre de Nazaré ensinou: Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei.
O amor começa e termina nas coisas mais simples, pequenas e insignificantes.
Comecemos hoje nosso exercício de amar.
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Em toda parte a astúcia, a violência e o crime se apresentam vitoriosos. Estes são dias de insensatez e cálculo para o mal.
Certamente, há uma avalanche de loucura ameaçadora.
Mas, jamais houve tanto amor e tanta bondade na Terra.
Inumeráveis pessoas acreditam e trabalham pelo seu próximo, promovendo a era da felicidade.
Unamo-nos a esses heróis anônimos do bem e projetemos o homem, ajudando-o a ser livre e ditoso.
Redação do Momento Espírita, com base no cap. O dia da mudança, de Doris Hier, do livro Histórias para o coração da mulher, organizado por Alice Gray, ed. United Press e no cap. CXCIII, do livro Vida feliz, pelo Espírito Joanna de Ângelis, psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. LEAL.
Em 12.1.2015.
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