quarta-feira, 1 de abril de 2009

Nagoya centro urbano, mas sem estresse.

Metrópole com ares de cidade de interior, a capital de Aichi é a quarta mais populosa do Japão, mas mantém uma boa qualidade de vida e atrai cada vez mais estrangeiros, como os brasileiros.

Localização estratégica, facilidade de acesso e boa qualidade de vida, com arquitetura arrojada e um vasto leque de opções quando o assunto é lazer e entretenimento. É difícil definir o que faz de Nagoya, capital da província de Aichi, uma cidade diferenciada, cada vez mais “adotada” por estrangeiros. Ao mesmo tempo em que é a quarta cidade mais populosa do Japão, com todas as facilidades que metrópoles como Tokyo ou Osaka dispõem, Nagoya é um lugar tranqüilo e menos estressante do que outros centros urbanos do Japão.

A cidade se situa no centro do arquipélago, um lugar privilegiado. Além disso, vários meios de transporte dão acesso a ela. Essa localização foi determinante para que a cidade abrigasse uma das duas sedes do Consulado Geral do Brasil no Japão.

O Consulado Geral do Brasil em Nagoya atende os brasileiros residentes em 30 províncias. A cônsul-adjunta, Mariana Sapha, avalia que o município atrai muitos brasileiros em razão de sua boa qualidade de vida. “Mas a concentração de oportunidades de trabalho ainda é pequena, se comparada a cidades como Komaki e Toyota”.

Ainda assim, Nagoya encontra-se em constante ascensão. Aichi é um dos maiores pólos produtores e exportadores do país. Outro indício é a instalação, no município, de diversas multinacionais e empresas de renome, como a Toyota.

Em 2007, a Toyota deverá transferir sua sede administrativa para um prédio em NagoyaTetsuro Kobori, presidente de uma das primeiras agências de viagens brasileiras em Nagoya, credita ao planejamento urbano sua condição de “metrópole com ares de cidade de interior”. “A reurbanização da cidade foi totalmente estudada e planejada no período pós-guerra, de modo a priorizar a qualidade de vida”, afirma.

A arquitetura de Nagoya já lhe concedeu o apelido de “Design City”, título que é percebido em todos os cantos. Na estação de trem, duas imponentes torres de 230 metros cada, conhecidas como JR Central Towers, endossam essa característica. Outro colosso arquitetônico é a Nagoya TV Tower, de 180 metros, na região de Sakae, que é ladeada pelo monumento Mizu No Uchusen. A preservação histórica também é atrativo, com o Castelo de Nagoya e o templo de Osu Kannon.



Raio-x de Nagoya:



População: 2.198.633 (maio/2004).

Nascimentos: Média de 53,33 por dia.

Número de estrangeiros: 58.128 (dezembro/2004).

Número de brasileiros: 5.444 (junho/2005).

Setores com mais brasileiros: autopeças, eletroeletrônicos e alimentação.

Área da cidade: 326,45 km2.

Vias públicas: 99,1% pavimentadas, que somam 6.276 km

Metrô: 84 km de linhas, que transportam 1,119 milhão de passageiros por dia (dezembro/2003)

Parques: 1,2 mil.

Um dos principais é o Higashiyama Park, que abriga um dos maiores zoológicos do Japão, além de um jardim botânico e uma torre de 134 metros, de onde se pode ter uma das melhores vistas. Outro destaque é o parque Hisaya Odori, localizado em pleno centro, uma espécie de “Central Park de Nagoya”.


Pontos turísticos de Nagoya



Villaggio Italia (Italia Mura)


Os prédios possuem o estilo e as cores da arquitetura italiana, com réplicas de esculturas de Donatello, por exemplo, entre cópias de afrescos de outros artistas clássicos daquele país.

A trilha sonora é composta por seletas canções italianas. Lojas de roupas com grifes como Armani e Dolce&Gabbana revezam-se entre um estande da Ferrari e restaurantes com as melhores massas, pizzas, bruschettas, carpaccios e outros, enquanto um canal com gôndolas de verdade se propõe a levar turistas a um passeio por “Veneza”. Não, não é a Itália. Tudo isso pode ser encontrado no Villaggio Italia (Italia Mura), um parque temático situado no Garden Píer, na área portuária de Nagoya. A “little Italy” japonesa, um imponente prédio em fase de expansão, possui ainda um museu de vidro veneziano com belíssimas peças. Com freqüência, são feitas queimas de fogos de artifício do local, que eventualmente é palco de apresentações musicais, teatrais e de outras peculiaridades culturais relacionadas à Itália. Dessa forma, com seus poucos anos de funcionamento, o Villaggio Italia já é uma das atrações turísticas de Nagoya e uma excelente recomendação para famílias que buscam momentos de descontração e cultura, casais apaixonados que querem “ir a Veneza” sem sair do Japão ou apreciadores das boas coisas da Itália.

Como chegar: o acesso ao Garden Píer, à beira da baía Ise, fica próximo à estação Nagoyako, no final da linha Meikou do metrô.
Preço: gratuito.
Informações: 052-659-1422 (em japonês) ou no site ww.italiamura.com



Edifício Port Building


Situado na área portuária de Nagoya, o Port Building possui, no sétimo andar, um mirante de mais de 50 metros, além de abrigar um museu marítimo que conta a história do porto, nos pisos terceiro e quarto. Ancorado próximo ao mirante está o navio quebra-gelos Fuji, que por quase duas décadas foi usado para pesquisas no Pólo Sul. “Aposentado”, hoje o Fuji também faz as vezes de museu - em seu interior, os visitantes podem conhecer melhor como era seu funcionamento. Amostras de blocos de gelo trazidos pelo navio são mantidas em vitrines refrigeradas, em exposição.

Como chegar: fica a três minutos a pé da estação Shiyakusho (City Hall), da linha Meijo do metrô.
Preço: 300 ienes
Informações: 052-652-1111 (em japonês).



Aquário de Nagoya

No Nagoya-koo Suizokukan (aquário gigante com tanques que abriga espécies trazidas pelo navio Fuji), é possível ver de perto animais marinhos polares, representantes das áreas profundas e costeiras do Oceano Pacífico, de regiões equatoriais e da Austrália. O aquário também possui golfinhos e baleia orca e é uma atração bastante interessante para as crianças - mas não deixa de entreter e impressionar também os adultos.

Diariamente, conforme permitir a temperatura, shows de golfinhos costumam ser realizados em uma enorme piscina, onde um telão gigante reproduz as exibições. O aquário também mantém uma instituição de pesquisa de reprodução de tartarugas marinhas, local onde pela primeira vez no mundo foram feitas a desova e eclosão dos ovos em ambiente totalmente artificial.

Como chegar: fica a sete minutos a pé da estação Nagoyako, da linha Meijo do metrô.
Preço: 2 mil ienes.
Informações: 052-654-7080 (em japonês).



Um dos complexos arquitetônicos que mais orgulham a população de Nagoya e que é bastante celebrado pelos turistas encontra-se ao lado da região de Sakae, no centro, junto à estação de metrô de mesmo nome. É compreendido pela Nagoya TV Tower, uma portentosa torre de 180 metros de altura localizada no extenso parque Hisaya Odori, e pela belíssima obra arquitetônica Mizu.

Complexo de Sakae No Uchusen (algo como “nave espacial da água”), na praça denominada Oásis 21, onde há um mirante. Em seu subsolo, há ainda um terminal de ônibus urbanos e intermunicipais, além de lojas diversas, restaurantes e um espaço reservado à realização de eventos. Em frente ao parque Hisaya Odori, por sua vez, o Shopping Lachic oferece mais opções, com cerca de 170 estabelecimentos - entre eles, muitas lojas de grifes famosas - e 25 restaurantes e cafeterias. O complexo é completado pelo parque temático Nagoya Menya Yokocho, onde cenários bem detalhados reconstituem paisagens urbanas do Japão dos anos 50 e 60. Nos andares superiores, há mais restaurantes, de onde se pode observar a roda-gigante que gira junto à fachada do edifício - outra atração bastante chamativa do complexo.

Como chegar: da estação Sakae, das linhas Meijo ou Higashiyama do metrô, acesso pela saída 6 (Shopping Lachic), pela saída 7A (Nagoya TV Tower e Mizuho No Uchusen) ou saída 8 (Sunshine Sakae).
Preço: gratuito.
Informações: 052-654-7080 (em japonês).

Poucos empregos, mas muita diversão.



Ao contrário do mercado de trabalho, a noite de Nagoya é muito atraente.

Nagoya (Aichi) é uma cidade cujo forte certamente é a vida noturna. A variedade de bares e discotecas atrai brasileiros de outras províncias, como Mie, Gifu, Nagano, Shizuoka e Fukui. A viagem pode ser longa, mas a diversão certa acaba valendo as horas de estrada ou de trem e garante a presença brasileira nas principais casas noturnas da região. As casas noturnas de Nagoya ficam lotadas e o público se diversifica de forma democrática entre japoneses e estrangeiros. ID Bar, Nova Urbana, Bottom Line, Hype, Canta Brasil e o popular Shooters são os preferidos dos brasileiros para a programação de fim de semana. É de praxe os brasileiros comemorarem aniversários no Hard Rock.

Mesmo sem combinar, Amanda, 19 anos, e Sayuri, 26, saíram de casa com o mesmo modelito: blusinha preta e minissaia brancaCom destaque para a área de entretenimento, a cidade não representa, por esse motivo, um mercado de trabalho atrativo para os brasileiros. Há ofertas em estabelecimentos comerciais e no setor de serviços com atendimento em português, mas elas não são tão numerosas assim se se considerar que Nagoya é a quarta maior do Japão.

Nesse caso, cidades como Hamamatsu e Toyohashi superam muito o número de empregos. “Nagoya tem uma grande movimentação de brasileiros porque se trata de uma metrópole e abriga um Consulado do Brasil”, comenta Yogi Yukimassa, que há oito anos trabalha com a contratação de mão-de-obra na região. “Mas a cidade não é uma ‘fonte’ de emprego para brasileiros, como pode parecer para muitos”, completa.



Castelo de Nagoya

Uma das principais atrações turísticas da cidade, o Castelo de Nagoya teve sua construção finalizada em 1612, na Era Edo, e é uma verdadeira aula de história: durante 16 gerações, abrigou o xogunato dos Tokugawa, até que a Restauração Meiji (1868-1912) desbancasse esse tipo de regime. Seu interior abriga hoje um museu que conta essa história e apresenta curiosidades da suntuosa fortaleza, que, a três semanas do fim da Segunda Guerra Mundial, teve parte de suas edificações destruída por bombardeios aéreos. Em 1959, a torre principal foi reconstruída e, com ela, surgiram os peixes de ouro que adornam o telhado do castelo (estátuas de seres mitológicos). Creditava-se às duas peças (macho e fêmea) o papel de talismãs protetores. Ambas possuem miolo de madeira, sobreposta por chumbo e cobre, e são cobertas por quase 90 quilos de ouro.

Como chegar: fica a três minutos a pé da estação Shiyakusho (City Hall), da linha Meijo do metrô.
Preço: 500 ienes (adultos) e 300 ienes (crianças).
Informações: 052-231-1700 (em japonês).

Por que gosto de nagoya?



Os “pedaços” de Brasil em Nagoya



Pelo menos três pontos de Nagoya podem ser chamados de “redutos brasileiros”. O principal é o bairro de Marunouchi, onde está o Consulado do Brasil. A região de Osu Kannon, em Kamimaezu, conta com empresas ostentando as cores verde-amarela, bem como o complexo habitacional de Kyuban Danchi, onde reside a maioria dos brasileiros.

O Kyuban Danchi, onde moram cerca de 800 brasileiros que trabalham em cidades vizinhasBandeiras do Brasil são vistas por toda parte em Marunouchi. O português predomina nas lojas de produtos, serviços consulares, agências de viagens e cursos profissionalizantes; há, inclusive, uma agência do Banco do Brasil. A presença é tão marcante que um posto de gasolina japonês colocou cartazes em português pedindo aos pedestres que não atravessem o quarteirão pelo interior do estabelecimento. O bairro, além de ser um ponto-de-encontro da comunidade, também conta com grande movimento diário de brasileiros vindos de localidades diferentes.

Outra área da cidade também começa a ser tomada por empresas voltadas para os “brazucas”: a região de Osu Kannon, em Kamimaezu. Lá, além de estabelecimentos com produtos do Brasil, há restaurante e comércio de roupas. E mesmo nas famosas lojas de produtos eletrônicos das redondezas, que tradicionalmente visam o público japonês, a presença de brasileiros é cada vez maior.

Com relação à moradia, a comunidade está espalhada por diversos bairros. Um ponto merece destaque: o complexo habitacional Kyuban Danchi. Lá, residem centenas de brasileiros, que trabalham em Nagoya ou cidades vizinhas, como Komaki, Anjo e Toyota. Aos finais de semana, o cheiro de churrasco toma conta de alguns dos prédios, bem como a música brasileira em alto volume.



Serviços e estabelecimentos voltados para brasileiros em Nagoya



Consulado Geral do Brasil em Nagoya


O Consulado Geral do Brasil em Nagoya atende os brasileiros residentes nas seguintes províncias: Aichi, Ehime, Fukui, Fukuoka, Gifu, Hiroshima, Hyogo, Ishikawa, Kagawa, Kagoshima, Kochi, Kumamoto, Kyoto, Mie, Miyazaki, Nagasaki, Nara, Oita, Okayama, Okinawa, Osaka, Saga, Shiga, Shimane, Shizuoka, Tokushima, Tottori, Toyama, Wakayama e Yamaguchi

Quando: de segunda a sexta-feira, das 9h às 15h (no Obon, funcionará em horário normal, com serviço expresso só até as 12h todos os dias, exceto sábados e domingos).
Endereço: Aichi-ken Nagoya-shi Naka-ku Marunouchi 1-10-29 Shirakawa Daihachi Bldg. 2F.
Telefone: 052-222-1077/8 e 222-1107/8.
Fax: 052-222-1079.
Site: www.consuladonagoya.org
E-mail: consulado@consuladonagoya.org



Nagoya International Center (NIC)


O Nagoya International Center (NIC), ou Kokusai Center, mantido pela Prefeitura desde 1984, é um centro de informações e espaço de intercâmbio cultural. Nesse complexo, localizado em local de fácil acesso - próximo à estação de trem de Nagoya -, podem ser obtidas informações e consultas em português, espanhol, inglês e outras línguas. São abordadas desde questões da vida cotidiana do Japão até questões burocráticas, como assuntos referentes à administração municipal ou ao imposto de renda, consultas jurídicas e até mesmo psicológicas.
Quando: de terça a sexta-feira, das 13h às 17h, e aos sábados e domingos, das 9h às 12h e das 13h às 17h
Endereço: Aichi-ken Nagoya-shi Nakamura-ku Nagono 1-47-1
Telefone: 052-581-0100
Site: www.nic-nagoya.or.jp
E-mail: info@nic-nagoya.or.jp

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