Tudo sobre micoses em gatos, aprenda um pouco sobre os tratamentos, saiba como diagnosticar e como tratar o ambiente. Veja também, algumas curas naturais que podem aliviar os sintomas das micoses em gatos
O que é micose?
A micose é causadas por fungos e pode ser considerada uma das infecção de pele que mais frequentemente acometem os gatos. Os fungos são um grupo de parasitas microscópicos. Estes organismos são chamados dermatófitos que de forma simplificada, podemos dizer que se tratam de “plantas” que vivem sobre a pele. Na verdade, existe um grupo com três gêneros de fungos que são conhecidos como dermatófitos, eles causam infecções dermatológicas tanto em animais quanto em humanos que são chamadas de dermatofitoses.
E existe mais de um tipo de fungos que provocam micose em nossos gatos?
Os gêneros das formas anamórficas dos principais fungos que acometem os gatos são:
Microsporum canis – transmitida de gato para gato ou de um cão para um gato
Microsporum gypseum – geralmente gatos infectam-se devido ao solo ser contaminado
Trichophyton mentagrophytes – geralmente gatos infectam-se através de contato com roedores, também é a forma mais comum de micoses em gatos.
Os dermatófitos causam infecções na pele, pelagem e unhas devido à sua característica de alimentar-se da matéria queratinizada. Estes micro organismos acabam colonizando os tecidos do animal, exatamente por estarem buscando pela queratina e causam inflamação como resposta do organismo do gatinho, ou seja, a inflamação é uma reação bioquímica do metabolismo do animal. Geralmente a micose atinge a camada superior da epiderme, que está em constante renovação. Estes fungos tem uma grande dificuldade de penetrar nos tecidos vivos de gatos que estejam com o sistema imunológico respondendo normalmente.
O que causa micose em gatos?
Como já podemos perceber até aqui, as infecções fúngicas que acometem os gatos, como o próprio nome diz, são causadas por fungos e são muito mais comuns do que muita gente pensa. A maioria delas é bastante contagiosa e não é transmitida apenas de um gato para outro gato, mas também pode ser transmitida por roedores ou até mesmo de pessoas para gatos e vice versa. Fungos que causam a micose podem também viver na terra, na grama, em pisos, em pentes, em toalhas, em tapetes e carpetes, em plantas e na própria pele e pelos dos bichanos e outros animais.
Algum gato pode estar mais suscetível a pegar micoses do que outro?
Qualquer animal está sujeito a desenvolver micoses, no entanto, principalmente animais mais novinhos, costumam estar mais sujeitos a desenvolver micoses, exatamente por ainda não terem um sistema imunológico bem desenvolvido. Também é mais comum que animais idosos ou gatinhos que por algum motivo, estejam com resistência baixa, tenham maior probabilidade de ter micose de pele. Em geral gatinhos imunodeprimidos são basicamente mais vulneráveis a desenvolver micose. Gatos de pelagem longa também são mais propensos a desenvolver micose do que os gatos de pelagem curta. Evite submeter seu bichano a situações de stress, esta também é uma das condições que podem diminuir a imunidade de seu peludo e acabar possibilitando o surgimento de doenças incluíndo a micose.
Muitos gatos são portadores assintomáticos de Trichophyton mentagrophytes, mas devido a seus organismos estarem imunocompetentes, não apresentam micoses. Muitas infecções fúngicas em felinos, na verdade são transmitidas para os gatinhos à partir de contato com pessoas infectadas e é importante que essa possibilidade não seja subestimada, porque quando a micose não é tratada o mais cedo possível, pode tornar-se muito inconveniente para seu felino, causando grande incomodo, coceira, feridas e além de demorar muitas semanas para desaparecer completamente.
Como faço para saber se meu gato está com micose?
Para reconhecer se seu gatinho está sofrendo de micose, observe as regiões onde seu gato apresenta perda de pelos. Normalmente estas regiões tem aspecto de manchas circulares com perda de pelagem e ficam em regiões como pescoço e dobrinhas, como virilhas e axilas, interior dos dedinhos e regiões internas das coxas, mas também podem ocorrer em outras áreas do corpo de seu gatinho. Fique atento basicamente a falta de pelos, mesmo que não haja necessariamente marcas vermelhas e coceiras. Outros sinais podem ser: seborreia seca (um tipo de caspa), pele seca, onicomicose que é quando acontece a infecção das unhas, também causada por fungos que se alimentam da queratina das unhas. Gatos que estão sofrendo de micose fúngica, tendem a coçar e lamber a região infectada de forma bastante repetitiva. Caso seu felino esteja apresentando estes sintomas, falta de pelos e coceira, possivelmente ele deve estar com micose. Neste caso, é sempre muito importante que você leve-o imediatamente ao veterinário para fazer uma consulta, a única pessoa capaz de confirmar se o que seu gatinho tem é micose ou outro tipo de problema é um veterinário, após fazer exames e todas as verificações necessárias.
Micose em gatos é contagiosa?
Sim, também como já comentamos anteriormente, a micose é altamente contagiosa e a Microsporum canis em particular, pois tem como característica propagar-se de gato para gato, gato para cachorros, podendo também serem transmitidas de seu pet para sua família e vice versa.
Como meu gato pode ter pego micose?
Seu gato certamente esteve exposto de forma direta a um ambiente contaminado, a um objeto contaminado, ou a um outro animal ou pessoa contaminados, no entanto, nunca é demais repetir que gatos que desenvolvem micoses provavelmente tem algum problema imunológico subjacente e portanto é imprescindível que você consulte seu veterinário para verificar mais aprofundadamente como anda a saúde de seu peludo.
Como prevenir a micose em meu gato?
Após os banhos seque sempre muito bem seu peludo, principalmente nas dobrinhas, embaixo dos braços e nas virilhas e não esqueça da importância de secar entre os dedinhos das patinhas. Ficar com a pelagem molhada por muito tempo pode ser um problema para seu bichano. Evite também durante o banho, o contato prolongado com água, shampoo e sabão, estes produtos podem abalar as defesas naturais da pele de seu pet. Procure manter o organismo de seu gatinho sempre imunocompetente, com uma dieta balanceada e de boa qualidade. Mantenha visitas periódicas ao veterinário, evite o contato com animais de rua e não esqueça da importância da vacinação e da vermifugação.
O que é tinha? Tinha também é micose?
A tinha é uma infecção de pele que é causada por um fungo. A característica mais comum, é a perda de pelos em pequenos lugares, é comum aparecer várias manchas de tinha na pele do animal simultaneamente. Ao contrário do que o nome sugere, é uma infeção causada por fungos e não por vermes. A Tinha pode se tornar bastante “agressiva”, pois alastra-se com certa facilidade, é extremamente contagiosa, podendo passar tanto de gato para outros animais e vice-versa, como de pessoas para animais e vice-versa e demora algum tempo para ser curada.
Se seu gatinho estiver com tinha, provavelmente ficará com falhas por todo seu corpo, mas não fique alarmado, após o tratamento a pelagem vota a crescer.
Como faço para tratar um gato com tinha (micose)?
Se seu veterinário diagnosticou seu peludo com o tipo de micose Tinha, é importante que você tenha uma higienização do ambiente mais rigorosa. Comece lavando muito bem os lugares que seu gatinho costuma ficar, aspire a casa toda com mais frequência do que o habitual, para impedir a proliferação dos esporos ( unidades de reprodução de fungos) no ambiente.
A tinha é um tipo de micose muito frequente em crianças e gatos e os sintomas e tratamento são similares. Como já falamos anteriormente, o stress geralmente pode ser responsável pelo surgimento da micose tinha, mesmo que este tipo de micose por fungos seja extremamente contagioso. Não é incomum que casas onde vivem mais de um gato, apenas um dos animais da casa manifestem esta micose e também pode acabar sendo recorrente.
Se você observar que um de seus gatos está com tinha, no entanto não houve o contágio com outro animal da casa, evite isolar o animal que esteja com micose do convívio com outros animais e com sua família, porque esta ação aumentará o stress do animal com micose e assim será um possível propulsor que desencadeia o crescimento dos fungos.
Como é feito o diagnóstico da micose?
1. Uma das formas de fazer o diagnóstico de micose é através da utilização de uma lâmpada ultravioleta para observar a região da pele acometida pela micose, no entanto apenas cerca de 50% das cepas de micose podem ser observadas através desta técnica.
2. Provavelmente seu veterinário irá realizar um exame microscópico da pelagem de seu gato, procurando investigar a presença de fungos nos pelos do animal. No entanto este exame não é muito preciso e o veterinário poderá não encontrar a presença de esporos na amostra recolhida para exame.
3. A cultura fúngica é uma opção mais eficiente que envolve a retirada de pelos da área afetada. Este material é enviado para um laboratório que será capaz de diagnosticar a espécie exata do fungo. O resultado deste exame pode levar alguns dias, mas é bastante preciso.
4. Se seu veterinário tiver alguma suspeita pode sugerir a retirada de amostra de pele para realização de uma biópsia fungóide.
Cuidados básicos para quando seu gato é diagnosticado com algum tipo de micose?
Se seu gato foi diagnosticado com micose, tenha em mente que você terá que tratar tanto o gato quanto o meio ambiente. Se você mora em uma casa que tenha mais de um gato, é interessante que mesmo que apenas um dos gatos apresente os sintomas todos os gatos sejam tratados, se no caso você tiver também cachorros ou outros pets também deverá tratá-los. É importante a higienização da casa, e a limpeza da pele dos animais. É indispensável que você siga a risca os conselhos de seu veterinário. Em gatos saudáveis, micoses, geralmente levam entre a 2 a 4 meses para serem erradicadas por completo. E grande parte da importância do tratamento é evitar a re-infecção para que esta micose não se torne crônica. Não se esqueça que a micose é em geral contagiosa, podendo afetar todos os moradores da casa, inclusive você e sua família.
Quais são os tratamentos para micose em gatos?
Shampoos específicos para micose contendo enxofre podem ser eficientes. Uma tosa, principalmente em gatos de pelagem longa pode ser de grande ajuda para aumentar a eficácia do tratamento e diminuir a disseminação da micose no ambiente. Seque sempre muito bem a pelagem de seu peludo, pois em geral estes produtos utilizados para combater fungos podem ser tóxicos para ele.
Os banhos devem ser frequentes, pelo menos duas vezes por semana. Seu veterinário também poderá indicar shampoos medicinais apropriados para cada tipo de fungo. Alguns medicamentos podem ocasionar inclusive um amarelamento da pelagem, com o tempo voltará tudo ao normal, não fique alarmado com isso.
Existem vários remédios anti-fúngicos inclusive alguns desenvolvidos especificamente para uso em gatos. Estes remédios anti fúngicos inibem a multiplicação dos fungos. Isto permite que o sistema imunológico do gato retome a capacidade de combater a infecção causada pelos fungos. A administração destes remédios é via oral e só pode ser utilizada com prescrição veterinária. Não devem ser utilizados em fêmeas gestantes ou que tenham intensão de acasalar, pois estas drogas podem afetar o desenvolvimento dos fetos. Estas drogas também podem desencadear efeitos colaterais em alguns bichanos, como enjoo, febre, cansaço, anemia, diarreia, portanto póros e contra de medicamentos devem ser avaliados junto ao seu veterinário antes de ser uma opção de tratamento para seu gato.
Existe uma vacina contra micose em felinos?
A empresa Fort Dodge lançou nos EUA uma vacina contra microsporum canis, a alguns anos atrás, porém esta vacina saiu de linha por não ter uma venda expressiva, já que esta enfermidade é auto-limitante. Existem informações a respeito de vacinas de outras empresas, mas até o momento da conclusão deste artigo não conseguimos confirmar se na realidade estas vacinas estão disponíveis no mercado. Portanto aparentemente não exitem vacinas para micoses em felinos.
A forma mais eficiente de combater a micose em gatos é a limpeza diária, tanto lavando bem os pisos e utilizando aspirador de pó, descartando o saco do aspirador regularmente, quanto fazendo uso de água sanitária diluída (1 p/10 partes de água ou Líquido de Dakin) para limpar os móveis, e passar na pelagem do gato. É importante não deixar de limpar os móveis a fim de desinfetar, tanto as mobílias quanto estofados, cortinas, tapetes e carpetes, incluindo os paninhos e caminhas onde seu gato fica. Se puder utilizar higienizadores a vapor, o resultado pode ser melhor. Em áreas externas você pode utilizar vassoura de fogo.
Posso pegar micose do meu gato?
Como já falamos anteriormente a micose causada por fungos é extremamente contagiosa e tanto pode ser passada de você para seu gato como de seu gato para você. Portanto se alguém de sua família tiver contraído micose, evite contato com seu gato e comece a tratar o ambiente em que você fica da mesma forma que indicamos para caso de micose em gatos. Procure um médico e um veterinário para seu gato e siga os conselhos de ambos a fim de evitar o contágio.
Alguns gatos podem acabar tendo infecções secundárias, apresentando micose ou escabiose, associadas à piodermites. A aparência é muito semelhante o que dificulta o diagnóstico.
Problemas hormonais podem desencadear micose em gatos?
Diabetes mellitus, hipotireoidismo que é a diminuição da atividade da glândula da tireoide e hiperadrenocorticismo que é o aumento da atividade das glândulas adrenais, são patologias que diminuem a imunidade do organismo do gato e assim podem desencadear piodermites crônicas que melhoram mas podem voltar depois de um tempo. Gatos com hipertiroidismo tem um aumento da oleosidade da pele, o que pode contribuir com o surgimento de doenças da pele.
Existem tratamentos naturais para gatos com micose?
Se a região da pele de seu gato a ser tratada não for muito extensa, mas existem infecções causadas por coceira ou lambedura o veterinário irá prescrever um tratamento com algum creme tópico ou um tratamento com medicamento oral, ou outro modo de aplicação. No entanto, também há algumas maneiras naturais de curar a infecção fúngica de seu gato, que podem ser associados inclusive com a terapia tradicional, obtendo excelentes resultados.
Um excelente remédio contra infecções fúngicas que você pode utilizar no animal é o óleo de melaleuca (também conhecido como Tea Tree Oil ) ele é um óleo natural conhecido por atuar como antifúngico, antibacteriano, antiviral muito eficaz.
Outra forma alternativa para o tratamento da micose em gatos, podendo ser administrado como auxiliar valioso no tratamento da micose, sendo inclusive utilizado ao mesmo tempo com o óleo de melaleuca é o oleato de Hipericão. O óleo ou oleato de Hipericão é usado como cicatrizante e proporciona um efeito de regeneração da pele bastante positivo, aliviando a dor da ferida.
O extrato de própolis com semente de uva acabou reunindo em um único produto sistêmico duas soluções muito boas contra infecções fúngicas. O própolis tem ação anti-inflamatória, antimicótica, atuando sobre alguns fungos e leveduras, principalmente micoses e a semente de uva ajuda no tratamento de doenças de pele.
O tratamento ideal é associar todos os tratamentos, a higiene do animal e da casa, com o complemento natural e a terapia tradicional.
Se seu gato estiver debilitado, ou já for velhinho, fale com seu veterinário se existe alguma indicação extra, como por exemplo um complexo vitamínico contendo taurina, já que muitas vezes a micose é desencadeada devido ao organismo do animal estar imunodeprimido ou estressado, assim como acontece com as pessoas.
Se seu gatinho não tem fungos, uma alternativa que ajuda evitar fungos e mantém a pele do seu gato saudável e brilhante, é adicionar ocasionalmente óleo de linhaça ou óleo de girassol na comida do gatinho, para que ele possa ingerir ácidos graxos, que é importante para a manutenção sua beleza e saúde.
Durante todo o período em que seu gato estiver com micose, evite acariciá-lo, tanto para prevenir que a micose passe para você e sua família, quanto para evitar que a infecção se alastre no corpinho de seu peludo, resultando no surgimento de novas lesões.