Os avanços da ciência têm promovido aos seres humanos uma infinidade de melhorias, principalmente, na área da engenharia genética e mapeamento de DNA. Agora, os protetores de animais e cientistas norte-americanos também querem que esses conhecimentos façam pelo melhor amigo do homem o que fazem, há algum tempo, nas cortes para proteger as vítimas de crimes. Os especialistas desenvolveram o primeiro sistema de dados de DNA de cães de rinha do país, que segundo eles, será mais uma ferramenta no combate aos maus tratos.
De acordo com o jornal The New York Times, o banco de dados é similar ao arquivo digital do FBI, e é chamado de Codis Canino ou Sistema de DNA Combinado. Cientistas afirmam que ao coletar células epiteliais da bochecha de cachorros, eles poderão determinar a procedência do animal e inúmeras características sanguíneas desconhecidas.
“As pessoas geralmente não vão a criadores comprar Pit Bulls para rinha. Esses cães são escolhidos por características genéticas estabelecidas”, afirma Tim Rickey, investigador sênior e responsável pela ASPCA (Sociedade Americana para Prevenção de Crueldade com Animais – em tradução livre), à publicação.
O banco de dados é um esforço conjunto da ASPCA, SPCA da Louisiana, Sociedade Humanitária do Missouri e pesquisadores do Laboratório de Veterinária Genética da Universidade da Califórnia. Ele foi desenvolvido em julho de 2009, durante uma investigação que resultou em 26 prisões e na apreensão de mais de 400 cachorros.
A investigação, que cobriu mais de sete estados, do Iowa ao Texas, resultou na maior operação contra rinha de cães da história dos Estados Unidos. “Analisamos o DNA para ver se poderíamos conectar as diferentes cenas dos crimes com os mais de 400 cães, e conseguimos”, afirmou a dra. Melinda Merck, veterinária forense da ASPCA.
Segundo a publicação, as autoridades afirmam que a atividade é geralmente ligada a outras práticas ilegais, como tráfico de drogas e apostas. A maior parte do dinheiro, vem da criação de animais desenvolvidos para a briga. Um campeão chega a custar mais de 50 mil dólares.
Um desses animais apreendidos na ação de julho passado é um Pit Bull marrom e branco chamado Reggie, que ainda carrega algumas cicatrizes no rosto. O cão amedronta-se ao som de gritos de uma plateia, o que sua tutora, Gale Frey, acredita que deve-se à associação do animal ao som dos espectadores de rinhas.
Entretanto, Gale diz que Reggie fez grandes progressos e está em treinamento para atuar como cão terapeuta em hospitais de Saint Louis, no Missouri. “Estamos progredindo. As rinhas estão no passado”, afirma a tutora, que dirige a Phoenix Pack, uma organização de resgate de cães sem fins lucrativos, sediada em Saint Louis.
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