segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Minimalismo – você poderia ser uma pessoa mais minimalista?

O minimalismo é sobre ter menos coisas e aproveitar a liberdade de ter menos, acreditando que o menos significa mais felicidade, contentamento e alegria.

Olá amigos!

O minimalismo vai contra a tendência geral da nossa sociedade ocidental. Desde pequenos, recebemos diversas informações do meio que nos cerca. Uma destas informações diz que seremos felizes quanto mais coisas tivermos e melhor ainda se estas coisas forem as mais novas e modernas e cobiçadas. Em síntese: quanto mais você tiver, mais feliz você vai ser.

Eu sei que você já ouviu também o contrário disso, que o ter não importa, que o que importa é ser. Mas a tendência é que você (e eu) escute isso, ache bonito para logo em seguida começar a ter vontade de comprar uma outra coisa, seja um novo sapato – para completar a coleção de cores ou para não ficar fora da moda – ou o último objeto de desejo tecnológico, uma nova TV, um carro, mais um livro para não ler ou qualquer objeto que pareceria preencher uma falta interna apenas para o surgimento do próximo objeto de desejo.

Nesse sentido, não importa o tamanho: pode ser um chaveiro ou uma nova moto, um celular ou um apartamento com mais uma garagem para o mais novo carro, um esteira elétrica, um liquidificador, um vestido para aquela festa, um chinelo que todos usam, um colchão mais confortável, óculos 3D, aquilo que é melhor porque é mais caro, a roupa que é de qualidade porque tem uma etiqueta, comidas que vão estragar pelo prazo de validade e serão jogadas fora, tudo isso e muito mais para preencher uma necessidade imaginária.

O minimalismo, como disse, vai na contracorrente. Ao invés de acumular e acumular (vemos como temos coisas desnecessárias quando precisamos fazer uma mudança de casa), o minimalismo defende que as pessoas deveriam ter o mínimo. Dizendo desta forma pode parecer que perderíamos, certo?

Porém, para o minimalismo, o que perdermos é o peso psíquico de ter demais. Ao deixarmos tantas coisas irem embora (seja para o lixo, seja para doação, seja para venda para terceiros), ficamos mais leves, mais em paz, mais felizes.

A diferença com pensamentos religiosos de abandono total dos bens materiais, dos votos de pobreza, é que a pessoa que adota o minimalismo como filosofia de vida não precisa ter uma crença religiosa para fazê-lo. Ela apenas descobre que não precisa trabalhar mais para ter algo que não vai fazer a menor diferença em sua felicidade, ela não precisa se amontar em dívidas no cartão de crédito, ou ostentar bugigangas para pessoas que não importam.

Como aquele que diz que “Status é comprar coisas que você não quer, com o dinheiro que você não tem, a fim de mostrar para gente que você não gosta, uma pessoa que você não é”.

Exemplos de pessoas minimalistas

Bem, dizer tudo isto pode parecer por demais abstrato. Fica mais fácil de entender o princípio se você imaginar a estudante Jéssica, que diz que tudo o que tem cabe em uma mochila e, paradoxalmente, ela tem uma vida de uma pessoa milionária, quer dizer, pelo menos tem a liberdade de ir e vir e fazer viagens para onde quiser, a qualquer hora. Ela define o minimalismo da seguinte forma:

Em seu blog (em inglês), ela escreve: O minimalismo é tudo sobre ter o suficiente. É sobre ter apenas o que você precisa, não mais, e especialmente não menos. O que você precisa pode se referir especialmente às suas posses, mas também pode incluir seus compromissos, relacionamentos, trabalho e estilo de vida”.

Quando ela menciona que vive como uma pessoa milionária (sem ter os milhões em sua conta bancária), ela quer dizer que qualquer pessoa quer ter um milhão de dólares, mas não pelo dinheiro em si. As pessoas querem ter mais dinheiro para usufruir o que o dinheiro pode oferecer, por exemplo, viagens, felicidade, satisfação pessoal, reconhecimento, liberdade de ir e vir. Ora, olhando estas característica, Jéssica afirma que vive, então, como uma milionária.

Lisa, por sua vez, não se considera uma pessoa minimalista no extremo de ter todas as suas coisas em uma mochila, mas ela concorda com a filosofia por trás do minimalismo e acredita que é mais feliz mantendo os seus bens em uma quantidade que possa controlar e manejar tranquilamente. Segundo ela: “isto faz a vida mais fácil, menos estressante, e até parece que te dá mais horas no dia”.

Afinal, você não precisa perder tempo limpando, organizando, cuidando de tantas coisas, se você não as tem. Outro benefício levantado por Lisa em seu blog (também em inglês) é que quando você pára o “vício” de comprar você poupa dinheiro – que pode ser utilizado de muitas outras maneiras, como realizando viagens, cuidando das pessoas que você ama, doando, trabalhando menos.

O ponto principal, entretanto, para Lisa é como ela escreve: “Estou contente com minha vida. Eu conheço a natureza humana, e parte da busca do estilo de vida americano (American dream) sempre quer mais e mais, mas na verdade é muito melhor conseguir ser grato pelo que você já tem. Nós somos uma família com apenas um carro, mas ter apenas um carro torna tudo mais fácil do que ter dois, além de ser mais barato, o que vale o sacrifício. Eu vivo em um apartamento pequeno, sem jardim ou garagem, e sem muito espaço, mas eu estou feliz aqui. Eu não estou mais impaciente com o pouco espaço como eu estaria se as minhas coisas estivessem amontoadas e minha casa ficasse bagunçada com muitas coisas”.

Conclusão

Bem, o minimalismo, portanto, é sobre ter menos, se desfazer do que já foi comprado e parar de comprar o desnecessário. Imagino que muitos podem pensar que é uma ideia legal, porém, muito difícil de ser colocada em prática.

Então, a sugestão dos minimalistas é a seguinte:

1) Perceba de uma vez por todas que não há uma relação de longo prazo entre a felicidade e a compra de um objeto novo. O objeto pode te dar uma alegria momentânea, mas não mais do que isso.

2) Comece dando uma olhada no seu guarda-roupa, nas suas gavetas, nos seus armários e separe tudo em três itens:

a) objetos que você não usa e nunca mais vai usar

b) objetos que você usa às vezes

c) objetos que você usa sempre e são úteis para você

Pegue os objetos classificados em a) e desfaça-se deles: vendendo ou doando para quem pode vir a utilizar estas coisas. Se for difícil para você se saber se vai usar ou não vai usar no futuro (critério b), volte a fazer a avaliação daqui a um mês. Se não tiver usado nem uma única vez, é provável que não use em 12 meses ou 12 anos.

3) Antes de comprar qualquer coisa nova, se pergunte:

a) Isto vai ser útil de verdade?

b) Isto é só para ter? Para satisfazer uma falta? Apenas por consumismo? Apenas porque está barato?

Se você responder sim para b) significa que você estará apenas adquirindo uma quinquilharia (tudo bem, pode ser bom, bonito e barato), mas se não for útil vai ser só mais uma coisa a se acumular a toa. Melhor seria poupar o dinheiro e fazer melhor uso dele.

4) Fique sempre atento para áreas de compras que podem ser particularmente tentadoras. Para uma pessoa, pode ser sapatos. Para outra, itens de cozinha. Para outra, pode ser tecnologia, livros, etc. A pergunta: isto vai ser útil ou é apenas consumismo deverá resolver a maior parte das dúvidas em novas compras.

Como diz Joshua Becker: “Tenha menos coisas. Aproveite a liberdade. É tão simples quanto isso”.

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