quarta-feira, 21 de outubro de 2015
terça-feira, 20 de outubro de 2015
Como definir saudade?
Como se pode definir a saudade? Dor da ausência de quem atravessou o umbral da porta e não mais voltou?
De quem se foi, tomado de mágoa, e disse que jamais retornaria?
Dor pela ausência de quem foi abraçado pela morte, depois de uma despedida que nunca aconteceu, porque tudo foi repentino, brusco, inesperado?
O que é isso que dói tanto e quanto mais passa o tempo mais parece machucar?
Segundo o dicionário é a lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de tornar a vê-las ou possuí-las.
É verdade. Sentimos saudades de pessoas e de coisas já vividas, de coisas que já possuímos.
Sentimos saudade da espetacular viagem realizada, em que conhecemos lugares tão pitorescos, em que respiramos ares tão diversos, em que nos deixamos envolver pela sua magia e encantamento.
E desejamos, ardentemente, reprisar. Por isso, sonhamos. Sonhamos enquanto dormimos ou de olhos abertos, durante o dia mesmo.
Desejamos retornar àquelas localidades para tornar a sentir as mesmas emoções, que ficaram gravadas em nossa intimidade.
Temos saudades da casa da nossa infância, onde fomos felizes. A casa com o terreno tão grande, cheio de árvores, que nos conheceram muito bem.
Afinal, subíamos nelas todos os dias, fossem dias escolares ou de férias.
Quantas frutas saboreamos no pé de ameixa, de caqui, sem mesmo nos darmos ao luxo de lavá-las.
Eram nossas, do nosso quintal, portanto, no nosso entender de crianças peraltas, estavam limpas. E eram tão saborosas!
A saudade nos traz a vontade de tornar a encontrar aqueles sabores, tão peculiares, diferentes das frutas que adquirimos no mercado.
Saudade é algo estranho. Ela nos lembra de pessoas, de momentos, de fatos que desejamos se reprisem.
Nostalgia. A alma sente vontade de sentir de novo aquela mesma alegria, aquela emoção, aquele cheiro, aquele sabor.
Quando se trata de pessoas, dizem que saudade é a ausência do fluido, da energia delas, que ficou impregnado em nós, enquanto estávamos juntos.
É o residual dos tantos abraços e afetos trocados. E que, com o tempo, vai se diluindo, desaparecendo.
Aí a saudade estende laços e aperta.
* * *
Definir é difícil. O poeta a descreve de uma forma, o literato de outra, o psicólogo estabelece análise peculiar.
Enfim, não importa. O que importa mesmo é que ela nos envolve e nos machuca, desejando ser saciada.
Por isso, é muito importante que cada momento ao lado de quem amamos, seja vivido de forma intensa.
Que gravemos na memória as particularidades, que fotografemos com o coração o que desejamos rememorar, em dias de saudade.
Hoje é o dia em que devemos viver com toda intensidade, amar, abraçar com toda a intensidade, usufruir dos cheiros, dos sabores, das belezas com toda a intensidade.
Hoje, enquanto o dia é oportunidade.
Amanhã ou mais tarde, se precisarmos, acionaremos essas lembranças intensas, essas memórias profundas para alimentar a nossa infinita saudade...
Não nos permitamos perder o momento presente, rico, insuperável.
Redação do Momento Espírita.
Em 19.10.2015.
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