Existe alguma receita para educar um filho? Esta é a pergunta que toda mãe e todo pai se faz, quase que diariamente.
Mesmo aqueles que já têm alguma experiência, que estão na lide da educação desde algum tempo, se veem às voltas com dúvidas sobre o que fazer e como agir.
Como cada ser humano traz em si toda sua história de vida, é natural que o processo de educação tenha que ser individualizado, especializado, feito e desenvolvido para cada um de nós.
Dessa forma, não raro é que os pais eduquem por processos diferentes seus filhos, mesmo que sob a tutela dos mesmos valores e imbuídos do mesmo amor.
E se assim o fazem é porque percebem em cada um de seus filhos tendências, vontades, desejos próprios da realidade íntima de cada um deles.
Como todos carregamos somente aquilo que já conseguimos adquirir pelas estradas das vidas que já vivemos, trazemos no baú do coração os tesouros ou as pedras, conforme as opções feitas.
Como, portanto, conseguir educar cada um com sua particularidade? Como buscar entender o processo emocional, as tendências, as dificuldades de nossos tutelados?
Não há outra possibilidade senão a de auscultar a alma de quem está ao nosso lado.
Só assim poderemos entender esse ser que agora está sob nossa tutela, que renasceu sob nossa responsabilidade.
Ser pai e ser mãe, e falamos aqui no sentido amplo do termo, não no aspecto meramente biológico, é missão de grande importância perante a Providência Divina.
São eles que terão a responsabilidade de conduzir essa alma muito vivida nos caminhos da vida.
Educar é preocupar-se com aquilo que vai na alma do educando, para poder entendê-lo.
E, ao entendê-lo, saber quais as sementes que carecem de ser plantadas no terreno do coração, quais as ervas daninhas que ainda o povoam e devem ser arrancadas.
O esforço de educar é a arte de moldar o caráter, buscando incutir valores nobres, sólidos e perenes.
É instigar o hábito, através do exemplo e da repetição, daquilo que ainda falta ao educando, principalmente no campo da moral, do bem agir.
Para tanto, todo aquele envolvido na educação de crianças e jovens deve por eles vigiar, ter ouvidos de ouvir e olhos de ver aquilo que a alma deixa emergir.
Às vezes pequenos atos, frases soltas, conceitos estruturados, são os sinais que ela indica daquilo que está repleta.
Nesses momentos será o educador, pela ferramenta indispensável do amor, que deverá refletir, analisar e, se necessário, propor novos valores e conceitos para aquele que está sob sua tutela.
E não haverá outras ferramentas tão efetivas quanto o amor e a vigilância, na forma de cuidado e atenção, para que a educação ganhe êxito e possamos cumprir com alegria a importante missão de educar.
Redação do Momento Espírita.
Em 29.10.2011.
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