sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Vozes dos Imortais





O Espírito Amélia Rodrigues, em seu Poema da gratidão, diz que quem ouve a voz dos Imortais não esquece nunca mais.


Reflexionando sobre a preciosa afirmativa, ficamos a cogitar como será ouvir a voz dos Celestes Mensageiros.

Narra-nos o Evangelista Lucas que, em certa noite havia, na região da Judeia, alguns pastores que pernoitavam no campo, realizando a vigília noturna do seu rebanho.

E deles se aproximou um anjo, a glória do Senhor iluminou ao redor deles, enchendo-os de grande temor.

E o anjo assim lhes falou: Não tenhais medo! Eis que vos trago boas-novas de grande alegria, que será para todo o povo. Nasceu para vós, hoje, um salvador, que é o Cristo Senhor, na cidade de Davi.

Este é o sinal para vós: encontrareis um recém-nascido enfaixado e deitado numa manjedoura.

Logo, juntou-se ao anjo uma multidão do exército do céu, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas alturas, paz sobre a Terra, boa vontade para com os homens.

Que momento extraordinário! O Senhor das estrelas nasce entre os homens e o Pai Celestial envia um coro celeste para Lhe anunciar a chegada.

* * *

Ao longo dos séculos, os homens, debruçando-se sobre este belo texto que nos fala daquele anúncio jamais igualado, imaginaram como terá sido o cântico celeste.

E o tentaram reproduzir. De todas as versões, possivelmente a que melhor traduza a emoção e a grandeza da excelsa notícia, nos campos da Judeia, seja o Adeste Fideles.

Os versos dizem mais ou menos assim: Venham todos, ó fiéis. Alegres, triunfantes.

Vinde, vinde a Belém. Vejam o recém-nascido, o Rei dos anjos. Vinde, adoremos o Senhor.

Cante agora o coro dos anjos. Cante agora a assembleia dos coros celestiais.

Glória, glória a Deus, no Alto dos céus. Vinde, adoremos o Senhor. Portanto, Aquele que nasceu no dia de hoje: Jesus, a ti seja a glória do Pai eterno.

A palavra se fez carne. Vinde, adoremos o Senhor.

Alguns consideram que essa versão seria da autoria do rei português D. João IV, mecenas das artes, pelos idos de 1640.

O que se sabe é que a música foi executada, em 1797, na Embaixada Portuguesa, em Londres.

O que importa é que, produto de homens inspirados pelos mensageiros espirituais, interpretada pelas vozes privilegiadas de variadas épocas, sempre conduz à profunda emoção.

É como se reprisássemos aqueles momentos extraordinários em que o Celeste Amigo veio estar conosco e os coros celestiais Lhe anunciaram a chegada.

E, se nos emocionamos tanto com as vozes humanas, ficamos a pensar como serão as vozes espirituais, os coros dos anjos.

Sim, tem razão Amélia Rodrigues: quem os escutar, não os poderá jamais esquecer.

Ficarão indelevelmente registrados na acústica da alma, elevando-a a planos superiores.

E isso tudo nos remete a dizer: Jesus, como temos saudades de você. Como desejamos reprisar momentos evangélicos, como sentimos Sua falta.

E oramos: Vem, Jesus, vem amenizar nossa saudade. Permita-nos ouvir de novo as vozes Imortais, embale-nos na Sua paz.

Desejamos estar com você e nos sentimos tão distantes. Vem, Jesus, vem até nós.

Como os discípulos, na entrada da cidade de Emaús, observamos o entardecer das nossas vidas e dizemos: "Permaneça conosco, porque está para anoitecer e o dia já declinou."

Dê-nos a alegria da Sua presença em nossas vidas.


Redação do Momento Espírita, com citações do Evangelho de Lucas,
cap. 2, versículos 8 a 14 e cap. 24, versículo 29.
Em 24.12.2011.

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