segunda-feira, 16 de abril de 2012

Perda de amores


Perdi meu filho! Perdi minha filha!

Estas são expressões lacrimosas de pais vestidos de dor, pela morte dos seus filhos.

A lógica humana pondera que os pais devam morrer antes dos filhos. Seria a ordem natural das coisas. - Comenta-se.

No entanto, a vida tem suas próprias diretrizes e não segue a lógica que se lhe tenta determinar.

Cada ser tem seu tempo certo de vida. Seu momento de partir.

Cada criatura traz, ao nascer, a programação que estabelece o quantum de anos deva transitar sobre a Terra.

Por isso, inúmeras vezes, partem antes os filhos do que seus pais.

Isso sem se falar das mortes que ocorrem por conta e risco da imprudência, dos desatinos, das inconsequências mundanas.

De toda forma, o processo de separação pela morte é extremamente doloroso, na Terra.

Acostumados à vestimenta carnal, grosseira, impedidos de ver o mundo invisível, que nos cerca, choramos a ausência dos que nos disseram o grande adeus, na aduana da morte.

Chorando e lamentando, falamos de perda. Mas, como escreveu José Saramago: Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo.

Eis o ponto. Ninguém perde ninguém. Os filhos nos são confiados à guarda pela Divindade. Os pais nos são oferecidos como portos de segurança.

Cada pessoa que nos conquista a afeição pode permanecer conosco um tempo mas, bem poderá ser convidada ao retorno, antes de nós.

Compete-nos, portanto, estarmos preparados a fim de que não detenhamos as lutas porque alguém se foi. Não nos vistamos de crepe porque a morte arrebatou o ser amado do nosso lado.

Sobretudo não utilizemos palavras como perda, pois que o que se verifica é a ausência da presença física.

Os que partem prosseguem nutrindo por nós os mesmos sentimentos.

Se nos amam, envolvem-nos com seus abraços espirituais de forma constante. De onde se encontrem, trabalhando no bem, crescendo no progresso, nos enviam suas mensagens de luz.

Aguardam-nos, a cada noite, o desprendimento do corpo para dialogarem conosco mais intensamente. E nos abençoam as lembranças, fazendo-nos tudo recordar como um delicado sonho, ao despertar.

Alegram-se com nossas conquistas. Fazem-se presentes em nossas festividades e nos enxugam as lágrimas, nos dias de desolação.

Alimentam a nossa saudade com suas sutis presenças e, vez ou outra, espalham o perfume do seu amor, causando-nos doces emoções.

Incentivam-nos nas lutas de cada dia e aguardam, paciente e amorosamente, que os anos transcorram a fim de que se processe o reencontro.

Eles nos disseram Até logo mais, não Adeus.

Afetos ausentes. Não perdidos, nem desaparecidos.

Pensemos nisso e reformulemos nossos pensamentos e palavras.



Redação do Momento Espírita.
Em 02.04.2012.

2 comentários:

  1. Ai amigo, esse negócio de perda pessoal é complicado. Sabe tento sempre me modificar e tentar mudar, mais perda pessoal ainda é bem complicado para mim. Sei que a morte é só um recomeço mais essa etapa me assusta, não a minha, mais das pessoas que amo.
    Tento me espelhar em uma mulher muito especial que reverteu uma verdadeira catástrofe pessoal na vida,(postei sobre ela hoje no blog), e ver que as etapas que se finda, são só recomeços em outras dimensões. Mais as vezes razão e emoção não anda junto, é o meu caso.
    Beijos de carinho.
    Lua.

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    1. Bom amiga, confesso que não posso falar muito sobre isso.
      Morando longe de tudo e todos que amo, acabamos meio que acostumados a ficar distante...
      Minha avó faleceu quando eu já morava aqui, a mãe de uma amiga que tinha como segunda mãe...
      Parece que nada mudou...
      Sim, eu não tenho como falar com elas, mas parece que elas estão vivas ainda, sabe?!
      Mas, confesso que não tenho certeza se é por causa da distância, ou porque não fui ao velório, ou porque realmente penso e sinto isso...
      Mas, somos todos diferentes...
      Eu fiquei chocado com sua postagem, porque perder os filhos, ainda todos na sua frente...
      É muito trágico...
      Beijos

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