Há um sentido profundo na superficialidade das coisas.
Uma ordem inalterável no caos aparente dos mundos.
Vibra um trabalho silencioso e incessante dentro da imobilidade das plantas:
no crescer das raízes, no desabrochar das flores,
no sazonar dos frutos.
Há um aperfeiçoamento invisível dentro do silêncio de nosso eu:
nos sentimentos que florescem, nas ideias que voam,
nas mágoas que sangram.
Uma folha morta não cai inutilmente. A lágrima não rola em vão.
Uma invisível mão misericordiosa suaviza a queda da folha. Enxuga o pranto da face.
* * *
A poetisa paranaense Helena Kolody nos leva, de forma magistral, a uma breve viagem pela busca de sentido na existência.
Ela apresenta a postura humilde da criatura perante seu Criador, aceitando Suas razões, Suas leis, mesmo não tendo pleno entendimento delas.
O homem, ainda na adolescência do intelecto e na infância da moral, começa a descobrir que há um sentido profundo e maior em tudo.
Não há o acaso nem o caos na regência Divina do Universo.
A lei do trabalho diz que tudo trabalha no Cosmo. Um operar silencioso e incessante encontrado desde os seres mais simples até os mais complexos.
Tudo trabalha rumo à harmonia, à ordem, ao entendimento.
Tudo se aperfeiçoa com o passar do tempo.
A lei do progresso estabelece o crescimento inevitável. É uma força viva, que pode ser apenas retardado por um tempo, mas nunca evitado indefinidamente.
O aperfeiçoamento dentro de nosso eu é a conquista das virtudes da alma.
A cada instante na vida temos oportunidades de melhorar, de nos tornarmos mais maduros espiritualmente. Essas conquistas vão nos trazendo, naturalmente, a felicidade.
A felicidade é proporcional à soma das perfeições alcançadas pelo Espírito.
Os bons sentimentos florescem. As ideias nobres ganham asas. As mágoas sangram e se curam, cedo ou tarde.
Nenhuma folha morta pende dos galhos enfraquecidos de nosso ser, sem ser amparada por mãos seguras no caminho até o chão.
Nossas lágrimas não rolam em vão.
Quando, com sabedoria, olhamos para nossa própria dor e perguntamos: O que você deseja me ensinar? - estamos dando passo decisivo para a libertação do sofrimento que ainda devassa nosso íntimo aprendiz.
Uma invisível porém, sempre presente mão misericordiosa, suaviza a queda da folha, enxuga o pranto da face.
A Providência Divina é a solicitude de Deus para com as criaturas.
Nunca ficamos sem consolo, sem amparo e sem abraço.
Redação do Momento Espírita, com versos do poema O sentido secreto da vida, de Helena Kolody, do livro Viagem do espelho, ed. Ócios do ofício.
Em 22.03.2012.
Bonito texto, parabéns pela postagem.
ResponderExcluirE muito obrigada pela sua visita lá no blog!
Abs,
Luciana,
Excluirobrigado eu por ter passado por aqui!!!
Seu blog é muito lindo e seu trabalho maravilhoso!!!
O elogio é verdadeiro viu?!
Beijos