Aos olhos dos outros, na rua ou dentro de uma loja, uma criança birrenta é, quase sempre, um problema que precisa ser resolvido (rapidamente!) pelos pais.
Mas, nem sempre sabemos lidar de um jeito prático e eficiente com as vontades e episódios de desrespeito de nossos filhos. Algumas expressões mais genéricas, entretanto, podem nos ajudar a construir um diálogo mais direto com os pequenos – e, por isso, separamos 4 frases que, se colocadas em prática, poderão ser importantes para estabelecer limites às crianças. Afinal, um bebê birrento hoje pode se transformar a relação entre vocês em um campo de batalha, futuramente.
Como fazer a criança parar de birra
1. “Já te respondi”
Aprenda a lidar com as vontades das crianças
Imagine que seu filho pede um chocolate na fila do mercado, mas você não poderá dar naquele momento. Ele insiste, como se o doce fosse imprescindível para ele sobreviver:
Filho: Mãe, compra esse chocolate para mim?
Mãe: Hoje não, querido.
Filho: Mas eu estou com vontade.
Mãe: Já te respondi.
Filho: Mas faz tempo que eu não como chocolate.
Mãe: Já te respondi.
Filho: Mas todos os meus amigos comem chocolate.
Mãe: Já te respondi.
Por que funciona?
A criança pode pensar em justificativas infinitas para conseguir o que quer, mas a mãe se mostra firme, apenas pedindo para que ele relembre o que ela disse na primeira vez. Em algum momento, a criança perceberá que a mãe não será manipulada e vai reavaliar o pedido e seu próprio comportamento.
2. “Não vamos discutir isso”
Demonstre para a criança que cada ação dela tem uma consequência
Em uma situação hipotética (mas, muito real), a menina pede para ir dormir na casa da amiga. E a mãe ou o pai não concordam que ela vá naquele dia.
Filha: Pai, posso ir dormir na casa da minha amiga?
Pai: Não, já está muito tarde.
Filha: Mas a minha outra amiga também vai.
Pai: Não vamos discutir isso.
Por que funciona?
O pai pode sair do ambiente, para reforçar a negativa. Esta expressão funciona como um ponto final na discussão – e você é quem deve decidir esse momento.
3. “Esta conversa acabou”
Criança deve entender que os pais precisam colocar limites
Há vários desejos das crianças que se repetem com frequência, apesar de várias negativas dos pais. Você já se irritou com seus filhos por eles insistirem para jogar videogame, por exemplo?
Filho: Mãe, ainda quero muito jogar videogame.
Mãe: Mas você precisa estudar.
Filho: Mas eu preciso terminar um jogo que comecei...
Mãe: Você não pode jogar. Esta conversa acabou.
Por que funciona?
É uma variação da expressão “Não vamos discutir isso”.
Isto porque seu filho ou sua filha deve retomar a conversa em algum momento, tentando persuadir e manipular sua opinião. Você pode usar o “esta conversa acabou” justamente para que eles compreendam o fim do debate. Repita as expressões até que a criança se dê por vencida.
4. “Está decidido. Se continuar a mencionar a questão, haverá consequências”
Mãe deve conversar com o filho usando expressões específicas
A insistência das crianças pode ser algo infinito. Por isso, é importante estabelecer limites e mencionar o fato de que o que ela faz pode gerar consequências para ela.
Filha: Pai, posso ir brincar na rua?
Pai: Não, filha, hoje está muito movimentada.
Filha: Mas eu estou com vontade...
Pai: Não, é perigoso.
Filha: Mas eu vou ficar só na frente do prédio.
Pai: Está decidido. Se continuar insistindo, haverá consequências e você ficará sem brincar na rua por dois dias.
Por que funciona?
Relacionar uma birra a uma consequência que prive a criança de uma coisa que ela gosta e que tenha relação direta com a malcriação pode ser uma forma de fazê-la entender que não deve fazer birra e insistir em suas vontades.
Castigo em crianças em cada idade
É importante aprender a dar limites às crianças de acordo com cada idade, como explica a psicóloga Elizabeth Monteiro, autora do livro “Criando filhos em tempos difíceis – Atitudes e brincadeiras para uma infância feliz”.
A partir dos cinco anos, por exemplo, a criança já compreende o sentido das regras e, portanto, é possível explicar a ela por que ela pode ou não ter determinado comportamento, perguntar como ela se sentiria se alguém agisse daquela maneira com ela, etc.
A partir desta fase, ela também é capaz de compreender o castigo e poderá aprender com ele.
“Porém, a punição tem de ter uma ligação direta com o que a criança fez de errado. Se ela pintou a parede do quarto, não adianta deixá-la uma semana sem televisão, pois isso não vai fazer sentido para ela. O castigo, neste caso, deve ser limpar a parede. Agora, se ela deixou de fazer o dever de casa porque ficou assistindo à televisão, aí sim é devido cortar a TV”, explica a psicóloga.
Fonte: Bolsa de Mulher
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