Quando era apenas um filhote de poucos meses, ninguém achava que seria um problema quando ele rosnava para alguém que se aproximava de sua comida. Na verdade, era até engraçadinho! Com o passar do tempo, ele cresceu, manteve o mesmo hábito, e agora que já é um cachorro de idade, as pessoas temem que ele possa atacar as crianças da casa. O que era bonitinho há algum tempo, agora tornou-se um perigo. Mas por se tratar de um cão idoso, muitas pessoas acreditam que é impossível “ensinar” novos hábitos para um cão “velho”.
Esse é um mito que passa na cabeça de muitos donos. Por algum motivo, as pessoas acreditam que cães que tiveram uma vida toda de mau comportamento não poderão ser reabilitados quando mais velhos. Talvez, no treinamento e adestramento a idade do animal seja um fator que dificulte o seu condicionamento – porém, não o torna impossível. Na reabilitação comportamental, a idade não é um problema, pois a psicologia canina é algo que faz parte do cão desde seu nascimento e o acompanha por toda a vida. Por isso, entender como os cães pensam é a chave do sucesso na reabilitação – independentemente da idade do animal.
Geralmente, o principal erro dos donos é a falta de regras e limites claros na criação dos cães. Quando ele é apenas um filhote, muitos permitem determinados comportamentos – como mordidas, rosnados, subir no sofá sem autorização, latir para estranhos, dentre muitos outros – porque nesse momento o cachorrinho ainda é inofensivo e, por muitas vezes, é engraçado observar tais situações. Imagine um filhotinho que fica mordiscando os pés das pessoas – isso pode ser visto como bonitinho por muitos, pois dá a impressão que ele está buscando atenção. Porém, quando ficam maiores, o pequeno problema cresce também, pois agora, além de mordiscar ele fica pulando sobre as pessoas. Sem dúvida, a falta de limites quando o cão era pequeno foi um fator determinante para a continuidade e evolução do mau comportamento.
Para qualquer cachorro, independentemente da idade, uma matilha é estruturada sempre da mesma forma – líderes e liderados. Não existe outra opção para o cão em um grupo – ou ele dita as regras ou as obedece. O que pode ocorrer no passar do tempo é a mudança do seu status no grupo – o animal jovem que hoje é o alfa, amanhã pode não ser mais, assumindo uma posição mais submissa dentro daquele bando. Isso é natural para os cães, e nada tem a ver com idade. Mesmo um animal com mais idade pode ceder a liderança da matilha para outro mais jovem ou não, mas que se apresente com uma postura mais assertiva.
Essa hierarquia dentro de um grupo de cães é vista como algo normal para eles e é a base para a organização das matilhas. Não importa a idade, os animais submissos obedecerão às regras e limites impostos pelos animais líderes ou alfa – e é assim que eles agem conosco quando não somos assertivos. Logo, mesmo os animais mais velhos e submissos devem respeitar a liderança do alfa, mesmo que em algum momento ele tenha sido o líder daquele bando.
Basta que o líder seja consistente com suas regras e limites e aja com calma e assertividade, pois é assim que os alfas o fazem – sem agressividade e excesso de energia. Portanto, o fator idade não é algo que impossibilite os donos de colocar seus cães no lugar certo dentro do seu bando – ou seja, como submissos e não como líderes – mesmo que sejam mais velhinhos.
Fonte: PetMag
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